Um Conto do Destino

2/26/2014 12:58:00 AM |

Romances açucarados podem dar muito certo quando encontram a história adequada para serem inseridos, e no filme que surgiu do nada com quase divulgação nenhuma "Um Conto do Destino" toda a fantasia criada, que muitos até irão ficar irritados da forma que aparece, acaba dando um resultado bem interessante de ver na telona e deverá ser daqueles filmes que passará em repeat toda semana na sessão da tarde. Claro que se você não curte histórias fantasiosas e românticas passe bem longe da sala, pois a chance de sair xingando o que verá é altíssima.

O filme nos mostra uma história fantástica, baseada em um romance literário, que se desenvolve tanto na Manhattan dos dias atuais quanto no século XIX. E nos mostra que durante um inverno rigoroso, Peter Lake, um mecânico irlandês, decide roubar uma imensa mansão, fechada como uma fortaleza. Ele tem certeza que a casa está vazia, mas acaba encontrando uma garota no interior. Quando ele descobre que ela está prestes a morrer, nasce uma história de amor entre os dois.

O diretor Akiva Goldsman é estreante no comando das câmeras, mas extremamente experiente na arte da roteirização, fazendo inúmeros filmes inclusive o ganhador do Oscar, "Uma Mente Brilhante", e aqui roteirizou e dirigiu uma das histórias que mais popularidade teve nos anos 2000. E tendo toda essa bagagem, ele não seria bobo de escolher uma história diferente para iniciar na direção de longas, pois ela embora possua muitos efeitos especiais, com um enredo fantasioso é mais fácil de trabalhar e adequar tudo para que não fique tão falso, e isso que acaba dando um charme a mais para o filme que adoça os sentidos de quem talvez goste de ver uma realidade inexistente de um amor para várias vidas. O único problema do filme acredito foi ter escolhido mal o estilo de montagem inicial, pois indo pra frente e pra trás em 3 períodos diferentes o espectador acaba um pouco perdido para se situar quem é quem, mas no deslanchar da história acabamos ficando bem agradados com o que é mostrado e se embarcarmos na fantasia proposta, saímos até bem felizes com o que o diretor nos propõe acreditar, e com isso os pequenos defeitos de andamento acabam sumindo rapidamente.

As atuações poderiam ter sido mais bem colocadas, pois faltou os atores ficarem convencidos do estilo de filme que estavam participando. Por exemplo Colin Farrell precisava ter trabalhado mais a química com sua parceira, pois mesmo o romance acontecendo ele parece ter mais afinidade com o cavalo voador do que com ela, além de nos momentos onde deveria demonstrar surpresa com tudo que ocorre parece ser um conhecedor nato da fantasia mística e que tudo o que está acontecendo é totalmente normal, porém tirando esses defeitos, nas demais cenas ele segura bem a onda e faz seu papel de forma adequada. Jessica Brown Findlay agrada bastante nos seus momentos de euforia causados pela febre, mas se eliminarmos o que ficamos sabendo bem depois dos seus planos místicos, ficou uma atuação empolgada demais para quem sabe que vai morrer de tuberculose, aliás até onde eu sei essa doença causava muita tosse, então ou traduziram bem errado o nome da doença dela ou faltou esse detalhe, porém o famoso detalhe da beleza que oculta erros foi usado ao seu favor, pois a jovem pode ter errado muito, mas se me perguntarem se vi algo além do que falei, vou estar mentindo se falar que vi algo. Russell Crowe agrada como antagonista, tendo alguns momentos fortes como na cena do restaurante, mas poderia ter pego mais no pé dos protagonistas para que ficássemos realmente com raiva dele, mas ainda assim mostra que domina a arte da expressão. A participação de Will Smith em duas cenas é interessante somente pelo personagem que faz e logo demonstra quem é para o público, mas também acaba ficando algo bem fraco de ligar com toda a história e tirando seu momento de raiva não se esforçou muito para o filme também. Dos demais a maioria apenas participa de boas cenas, dando algum mero destaque pra momentos de Jennifer Connelly e principalmente Eva Marie Saint nos agraciando com sua doçura numa participação bem rápida.

Filme de fantasia que não possui um bom cenário morre, e aqui poderiam ter trabalhado bem mais com o nome original do filme "Winter's Tale", pois temos muita pouca neve e frio para um filme que mantém Inverno no nome. Claro que temos diversos elementos bem bonitos sendo usados, como o cavalo e suas asas brilhantes no melhor estilo fada de ser, os prédios com estilo antigo cheio de louças de época caindo bem, a neve sendo usada em alguns momentos, mas poderia ter absurdamente mais itens para que o filme fosse melhorado. E claro que com mais neve teríamos uma fotografia mais trabalhada no branco e que nos agraciaria com algo mais mágico, não que esteja ruim da forma mostrada, mas a história pedia bem mais do que foi utilizado. Outro detalhe está no figurino e cabelo dos protagonistas, que poderiam ter trabalhado algo mais interessante, pois não consigo imaginar no início do século 20 pessoas com esse corte moderninho do protagonista, mas posso estar enganado.

A trilha de Hans Zimmer sempre é bem encaixada em qualquer trama que seja, e aqui não seria diferente, pois quando o longa parece estar perdendo ritmo, ele nos adoça com algo novo e tocante. Claro que não é o melhor que já fez, mas nos entrega algo na medida para que a serenidade do filme se mantenha no clima.

Enfim, como disse no começo é um filme que tradicionalmente passaria fácil nas tardes em qualquer emissora de TV aberta enquanto as pessoas fazem outras coisas e assistem algo, pois não é nada difícil de entender tudo que ocorre, tirando o problema de datação da montagem. Quem gosta de filmes românticos fantasiosos sairá do cinema bem feliz com o que verá, mesmo não sendo algo primoroso, mas como uma primeira direção o que nos foi apresentado agradou bastante mesmo e recomendo ver na TV mesmo em breve. Bem é isso pessoal, fico por aqui agora, mas ainda hoje teremos mais um longa por aqui para conferir nessa semana recheada, então abraços e até breve.


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