A Sorte em Suas Mãos

10/13/2013 10:16:00 PM |

Certos filmes conseguem ser tão leves que acabam sendo gostosos de ver, e isso muitas vezes agrada as pessoas que vão assistir. Um exemplo claro disso é o filme "A Sorte em Suas Mãos" que embora tenha até alguns problemas clichês, consegue mostrar sua essência que envolve tanto o jogo de pôquer como a vida, onde as mentiras podem ao mesmo tempo ajudar e também atrapalhar uma jogada, e dessa forma temos um filme bem Sessão da Tarde que vai agradar a todos que estiverem dispostos a se divertir com o romance apresentado sem esperar nenhuma reviravolta assustadora.

Não é novidade para Uriel desejar ser outra pessoa. Divorciado, com dois filhos e um emprego medíocre, ele há muito tempo abandonou seus sonhos de juventude. Sua única diversão é jogar pôquer. E então, ao acaso, ele reencontra Glória, uma antiga namorada. Esse encontro fará com que ele mude a perspectiva de sua vida e perceba que é chegada a hora de virar o jogo e reescrever sua própria história.

O maior problema do roteiro é principalmente o de embora seja uma produção argentina-hispânica-brasileira querer fazer os encontros de pessoas que querem se encontrar da forma mais natural possível, parecendo que tudo nessa vida acontece tão fácil assim, da mesma forma que ocorre em alguns romances americanos, e isso inicialmente incomoda bastante, mas com o andar da trama acabamos esquecendo desse detalhe e entramos mais enfocados no que o diretor quis mostrar, o lance todo do blefe, e conforme vai passando por todos os momentos dos protagonistas, tudo passa a ser normal e bonitinho de se ver, agradando na medida mais leve possível. O formato tradicional de planos e contra-planos também mostra que o diretor não quis se esforçar para que nada fosse diferenciado na sua trama, então não vá assistir esperando algo trágico nem uma reviravolta monstruosa que você se espante, mas sim um romance gostoso, leve e que se não tivesse alguns momentos de improbabilidade até pudessem acontecer.

As atuações estão bem convincentes, principalmente se pararmos para pensar que o protagonista nem ator é realmente. O cantor Jorge Drexler faz bons trejeitos em sua estreia nos cinemas ao conseguir passar como um pai separado que cuida bem dos seus filhos, seus olhares apaixonados agradam, mas poderia ter sido melhor como um jogador de pôquer que fica em segundo lugar num campeonato, pois sua forma de jogar para quem conhece um pouco do jogo, saberá notar facilmente suas fraquezas. A atriz Valeria Bertuccelli tem bons momentos, mas no geral não agrada muito, deixando que o filme saia das suas mãos e acabe parecendo ser mais uma coadjuvante do que atriz principal, o que é uma pena, já que poderia ser mais incisiva e chamar mais atenção para si. Os demais atores conseguem ter seus momentos para se mostrar bons ligadores de trama, mas nenhum tem grande destaque, tirando o jovem Lucciano Pizzicchini que do nada acaba virando guitarrista do show principal, de onde o diretor ou roteirista imaginou essa possibilidade é algo que gostaria de saber.

A parte técnica da trama agrada com suas três ou quatro locações feitas de forma bem interessante para convencer os espectadores de onde os atores estão sem precisar falar muito, tendo os cassinos, a empresa do protagonista, a casa da mãe da protagonista e o apartamento do protagonista todos decorados de forma simples, mas sempre mostrando o mais real possível, por exemplo sendo pai divorciado, a casa contêm muitos brinquedos espalhados e por aí vai, onde os elementos cênicos apenas estão presentes apenas para representar a cena e não para serem usados na trama. A fotografia também ficou bem tradicional, não abusando de nada inconvencional e usou cores claras para tematizar de forma leve e sutil todos os momentos, não criando nenhuma tensão que precisássemos relevar.

 Enfim, é um filme bonitinho para ver acompanhado de alguém especial ou somente para ver que nem sempre um blefe/mentira pode dar certo, deixando essa lição apenas. Recomendo ver ele mais como uma sessão da tarde gostosa e despretensiosa do que como um filme argentino forte e interessante como costumamos ver. É isso pessoal, fico por aqui agora, mas hoje conferi mais um filme também, logo depois que escrevi essa crítica num lugar que não possuía internet e estarei postando o que achei do outro logo na sequência, então abraços e até daqui a pouco.


0 comentários:

Postar um comentário

Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...