Casa da Mãe Joana 2

9/08/2013 02:07:00 AM |

Continuações nem sempre costumam dar certo, muito pelo contrário, a maioria costuma ficar bem aquém do original e decepcionar quem tenha gostado do primeiro filme. Mas como "Casa da Mãe Joana"(2008) foi um filminho tão fraco que qualquer coisa seria possível de ser melhor, e foi, com "Casa da Mãe Joana 2" que estreou nessa sexta-feira, conseguiu ter umas 2 ou 3 piadas mais engraçadas que o primeiro filme e o nível de produção ficou mais elaborado, e embora ainda não seja uma comédia genial e divertida, pelo menos depois de 3 tentativas nessa sua volta a direção em 5 anos Hugo Carvana conseguiu fazer algo menos pejorativo e ridicularizável como foi "Não Se Preocupe, Nada Vai Dar Certo", agora é esperar se ainda vai ter fôlego para fazer mais um filme ou não, para sabermos se chegará em algo ao menos satisfatório.

A sinopse nos mostra que após lançar o livro "Casa da Mãe Joana", Montanha está levando uma vida tranquila como escritor de sucesso. Um dia ele recebe um pedido de ajuda de seu velho amigo Juca, que está preso no Cafiristão e precisa urgentemente de dinheiro para não ser enforcado. Paralelamente, PR segue dando seus golpes em viúvas ricas e escolheu a madame Pedregal como seu novo alvo. Não demora muito para que tanto Juca quanto PR se reencontrem na mansão de Montanha, que fica muito feliz em rever os amigos. Entretanto, o que o dono da casa não esperava era que dona Araci (Betty Faria), sua governanta, estava tramando um golpe para cima dele e que ele resultaria na aparição de um fantasma gay, Zazie, que foi camareiro de Maria Antonieta.

Embora seja uma continuação, não é necessário ver o primeiro filme para entender esse segundo, já que praticamente nada é utilizado do anterior, tirando a amizade dos três protagonistas e o quadro de Juliana Paes, que embora não fale nada deixa a sacada aberta para quem viu o primeiro, então quem quiser conferir sem ter visto o anterior, pode ir tranquilo que não irá ficar perdido com nada. Gosto de continuações dessa forma, pois não obriga ninguém a ter de ver outro filme ruim, apesar de que fiz essa tortura comigo nessa semana pensando que seria necessário, mas o que não imaginava é que numa noite de sabadão fosse conseguir rir pelo menos um pouco com o filme, já que por ter visto o primeiro nessa semana, esperava que fosse ser tão ruim quanto. O diretor Hugo Carvana foi um grande nome do nosso humor, isso é fato, mas já está muito velho e seu tipo de humor envelheceu também, tanto que o que nos remete esse seu novo longa é um mix entre "Simão, o Fantasma Trapalhão" com qualquer outro filme dos Trapalhões onde tinham de buscar algo, e o funcionamento é da mesma forma, com coisas tão absurdas que até o público leigo solta a seguinte frase durante o filme: "como um aparelho apitando dessa forma e ela não ouve", pois bem na época dos Trapalhões o público era mais ingênuo, hoje esperamos a surpresa mais do que o escancaramento, e o diretor não aprendeu isso em sua escola, fazendo algo que até rimos, mas ainda muito pouco para compensar pagar um ingresso caro de cinema.

O elenco é bem conciso nas suas atuações, de forma a fazer algo até interessante, principalmente o trio principal que consegue segurar bem a trama. José Wilker incorpora tão bem o personagem Juca que mesmo sendo um péssimo exemplo de tudo, dá até para pensarmos que o ator seria daquela forma fanfarrão e vagabundo, assim como no primeiro filme, é dele onde conseguimos rir um pouco mais com as enrascadas que entra. Paulo Betti anda tentando ser o José Mayer do cinema, com fama de pegador, etc, mas sua postura de Silvio Santos não consegue me convencer do que estou vendo, então embora seja nele onde aparece os diálogos mais longos da trama, acaba soando extremamente falso suas palavras. Antonio Pedro não consegue fazer graça, seus personagens sempre beiram o baixinho histérico que por fazer alguma coisa maluca até acaba agradando, mas muito longe de fazer rir com o que sai  de sua boca. Caike Luna até tenta fazer graça como um gay gritante daqueles que todo filme cliché tem, mas não consegue mais do que tirar alguns poucos sorrisinhos de nossa cara. Agora embora tenha pouco tempo de aparição, mas que faz as cenas mais divertidas é Carmem Verônica, de forma que se fosse mais aproveitada na trama, com certeza teríamos um filme completamente diferente e divertido, é uma tremenda atriz do humor. Betty Faria, Fabiana Karla e Leona Cavalli são ao menos corretas em não tentar fazer tanto humor nas pequenas cenas que aparecem, tendo um pouco mais destaque para Leona que até faz algumas trapalhadas, mas sem muito que fazer para salvar o filme. Agora o grande destaque negativo vai para Felipe Kannenberg que ao tentar fazer um gringo, consegue ser mais ridículo que qualquer coisa.

A produção visual que a equipe de arte conseguiu fazer pelo menos mostra que nesse quesito o cinema brasileiro anda avançando e muito, tendo bons elementos cênicos sendo usados a favor da trama, e com isso chega pelo menos mostrar que temos capacidade para filmes mais trabalhados, quem sabe um dia teremos algo fora do padrão drama/comédia/romance. A fotografia poderia ter trabalhado com uma gama um pouco mais clara para que algumas cenas não ficassem tão escuras, mas como o longa possui muitas cenas com efeitos especiais devido os personagens fantasmas, precisaram trabalhar dessa forma. Aí é que entra a cagada do nosso cinema, nos efeitos especiais, tudo parecia ir lindamente, mas os efeitos falharam tanto no chroma-key saltando onde não deveria ter, e o eco usado na voz do fantasma misturando com personagem real, ficando mais estranho possível, parecendo em alguns momentos que o personagem de Wilker havia morrido também.

Enfim, é um filme que numa sessão da tarde sem mais nada para assistir na TV agradaria em cheio, mas como disse, pagar uma sessão cara de cinema para ver ele é praticamente um programa para ricos queimadores de notas de dólar como cigarro. Não digo que é a pior comédia brasileira que já vi, mas fica aqui minha recomendação então para ver quando passar na TV. Agora é hora de dormir que no domingão ainda temos mais filmes para conferir, e quem sabe ainda arrisco novamente 2 estreias, então abraços, bons sonos e até amanhã.


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