Os Instrumentos Mortais: Cidade dos Ossos

8/22/2013 01:36:00 AM |

Quando vejo que um longa é baseado num livro sucesso de vendas já começo a ficar preocupado, pois os últimos que tentaram quebrar os paradigmas e emplacar nos cinemas, como alguns que foram records de bilheterias, acabaram sendo pisoteados pela crítica e pelos fãs dos livros. Pois bem, hoje com a estreia de "Os Instrumentos Mortais: Cidade dos Ossos" embora tenha escutado de algumas fãs que ficou bem diferente do livro, a conversa entre elas era de satisfação pelo menos com o que viram, e como filme posso afirmar que está anos-luz mais bem produzido e dirigido do que muitos até que emplacaram bilheterias mesmo sendo péssimo em tudo (já sei que serei odiado por alguns, então quem não entender a piada não precisa ficar bravo ok?). O único problema do longa é que são 6 livros prontos para serem adaptados, sendo que o último nem foi lançado ainda e vai saber o que se passa na mente de uma autora que a cada dia aumenta seu público, então teremos novamente aquela síndrome de cada ano um novo lançamento, afinal "Cidade das Almas" mesmo antes de saber o resultado do seu predecessor já está em pré-produção. E como gostei do que vi hoje, tirando as fãs berrantes durante quase toda a sessão, pela primeira vez estarei torcendo para que uma nova saga dê certo nos cinemas.

A sinopse nos mostra que um mundo oculto está prestes a ser revelado... Quando Clary decide ir a Nova York se divertir numa discoteca, nunca poderia imaginar que testemunharia um assassinato - muito menos um assassinato cometido por três adolescentes cobertos por tatuagens enigmáticas e brandindo armas bizarras. Clary sabe que deve chamar a polícia, mas é difícil explicar um assassinato quando o corpo desaparece e os assassinos são invisíveis para todos, menos para ela. Tão surpresa quanto assustada, Clary aceita ouvir o que os jovens têm a dizer... Uma tribo de guerreiros secreta dedicada a libertar a terra de demônios, os Caçadores das Sombras têm uma missão em nosso mundo, e Clary pode já estar mais envolvida na história do que gostaria.

Como todo filme fantasioso temos de nos abster de certos precedentes para tentarmos entrar no clima que é proposto, pois se formos analisar tudo friamente acabamos nem aproveitando o filme e menos ainda conseguindo ver a essência que a história pode contar. Digo isso, pois muitos irão falar que esqueceram de colocar mais a cidade normal que a moça vive na trama, esqueceram de mostrar detalhes do livro, alguns personagens parecem enfadonhos, mas espere, mude sua visão para assistir uma trama de cinema, esqueça um pouco o livro, e veja se o filme conseguiu cumprir com a proposta dele, que é como primeiro de uma série apresentar todos os elementos, quem é quem, e ainda ter um começo, meio e fim proposto, temos isso? Sim, temos e muito bem feito, com efeitos razoáveis tudo bem, mas com elementos cenográficos de primeiríssima linha, com uma história bem desenvolvida, alguns atores precisam levar um pouco mais do choque que suas armas soltam para ver se acordam, mas mesmo assim o diretor Haralt Zwart cumpre bem seu papel e consegue desenvolver um roteiro da melhor forma que um blockbuster pode começar colocando tudo no seu lugar e agradando conforme prometido para um longa de fantasia/suspense com pequenos deslizes que não atrapalham tanto.

Das atuações, como disse no parágrafo anterior, o diretor vai precisar dar algumas palmadas em alguns para que eles se liguem como é atuar com fantasia, pois muitos aparentavam não estar acreditando naquilo que vivenciavam, e isso faz com que a trama perca força, além de alguns personagens que com toda certeza devem ser bem mais fortes no livro e aqui pareceram ser meros enfeites, como por exemplo, o personagem de Jared Harris que sendo um ator mais velho na trama poderia ter assumido algumas responsabilidades e acabou ficando pra escanteio. Lilly Colins, embora muitos a odeiem, eu gosto de sua interpretação meio perdida fazendo cara de espanto pra tudo, e aqui como tudo é novo para o personagem acaba agradando essa sua faceta, claro que num segundo filme terá de ser trabalhado para que não vire uma campeã de framboesas de ouro como outras protagonistas de filmes fantasiosos. Jamie Campbell Bower passou por todas as sagas campeãs de bilheteria de filmes do gênero e sabe fazer boas performances na tela, mas está longe de ser o galã que acredito que muitas leitoras imaginavam do livro. Fiquei com dó de Kevin Zegers que não teve nem tempo de se defender de sua pose já sendo assumido logo no primeiro filme, então não sei o que esperar dele nas próximas, além de que no momento de maior ação acaba ficando de fora, fez bem nas cenas que apareceu mais a frente do quadro. Jemima West era desconhecida pra mim, mas parece que faz bastante sucesso em séries, e sua interpretação forte se o diretor não prender ela capaz que passe por cima até mesmo da protagonista, pois a garota sabe aparecer bem na tela. Robert Sheehan é o campeão de repetição de frases, não sei se é assim no livro, mas chega a dar nervoso de tão besta que é seu papel, e aparentemente pelo que li nos próximos seu personagem começa a se destacar, já irei começar agora a rezar para o diretor conseguir fazer isso com ele, não que o ator seja ruim, mas o personagem tem muitos momentos bobinhos demais. Agora se tem algum ator que gostaria de um plus nos próximos filmes tanto pelo personagem que me interessou, quanto pela atuação boa que fez em apenas duas cenas que aparece é Godfrey Gao, realmente soube pesar bem quando entra em cena, impostando a voz e mostrando respeito e olha que é seu primeiro filme hollywoodiano. Jonathan Rhys Meyer é outro que precisa trabalhar um pouquinho mais suas maldades, sair quebrando tudo para convencer como vilão malvado que é, mas no quesito interpretação até consegue agradar na forma que trabalha os diálogos, só precisa ser mais mal. Os demais personagens possuem tão pouco momento de tela que nem vale muito a pena falar, mas fazem bem seus papéis de bruxas, vampiros e lobos, dando um destaque um pouco maior pelas caras interessantes de CCH Pounder no momento de sua transformação.

A equipe de produção sabe bem como investir dinheiro na composição de arte, visto os demais filmes que já fizeram, por exemplo, a série "Resident Evil", e além disso a direção de arte está nas mãos da mesma equipe de "Jogos Mortais", ou seja, não falta elemento cênico nenhum para crítico algum botar defeito, tudo que é possível ser mostrado é desenhado nos mínimos detalhes, aparecendo até em close para que o espectador veja e ligue a trama de forma coerente. A equipe de fotografia soube trabalhar bem com a equipe de efeitos especiais, para que não tivéssemos tantas sombras e falhas como costumam fazer e isso agradou bastante na telona. Os efeitos poderiam ser mais assustadores e menos enfeitados, pois alguns momentos até soam falsos, mas no geral agrada bem e funciona para a trama.

Outro fator bem inteligente do longa é ter trabalhado já com músicas bem encaixadas de Demi Lovato e Jessie J nos momentos corretos, sem que ficassem somente jogadas na trama ou servindo de fechamento para crédito, e aliado a uma boa trilha orquestrada que segura bem nos momentos mais tensos, a parte musical consegue dar ritmo para os 130 minutos de duração fazendo oscilar exatamente como deve tencionando nas cenas tensas e botando correria quando tem pancadaria pra todo lado.

Enfim, gostei bem mais do que imaginava e com certeza irei esperar pelos demais, claro que como disse temos de tentar separar bem o que é livro e o que é filme para não termos tantas reclamações, quanto da crítica especializada veremos também opiniões bem favoráveis ou bem negativas, onde não será possível ver o meio termo. Eu recomendarei ele para todos que me perguntarem, mas vá ao cinema e tire suas próprias conclusões e depois comente aqui com a gente. \Fico por aqui hoje, mas na sexta já verei o único que estreia por aqui além desse, abraços e até lá pessoal.


2 comentários:

Adilson disse...

Nossa, triangulo amoroso desse filme consegue ser mais xarope do que Crepúsculo.

Fernando Coelho disse...

Olá Adilson, não consegui enxergar como um triangulo amoroso... senti a pitada de ciúmes do rapaz, mas não senti quimica de volta não pra virar um triangulo como em Crepúsculo! No livro me disseram que é mais escancarado. Vamos ver o que vão aprontar no 2 se é que vai sair o 2!

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