2 Mais 2

6/26/2013 01:45:00 AM |

Assim, é estranho você ir assistir a um filme que você não leu nada sobre ele e ao chegar logo nas primeiras cenas começar a ligar os pontinhos e imaginar tudo que verá, mesmo sendo algo que você nunca se imagina fazendo. Embora muitos me chamem de puritano e tudo mais, a história de "2 mais 2" é algo que ultimamente até anda na moda, mas que muitas mentes irão continuar classificando como algo do mais pecaminoso possível. Porém abrindo nossas mentes, o que nos é mostrado é a famosa comédia dramática como os argentinos costumam chamar, onde rimos bastante, mas ao mesmo tempo nos colocam alguma pitadinha de drama para que exista o choque. E o resultado é satisfatório, só recomendo que veja com quem você irá ao cinema ou assistirá em sua casa.

A sinopse nos mostra que aos 40 anos de idade, o casal Diego e Emilia está bem estabelecido, com sucesso no trabalho e com um filho de 14 anos. Eles conhecem Richard e Betina desde crianças, mas este outro casal tem um estilo de vida muito diferente, preferindo a diversão. Um dia, Richard e Betina confessam a Diego e Emilia que praticam a troca de casais, e confessam que gostariam de experimentar o swing com eles. A proposta alimenta as fantasias eróticas de Emilia, mas não será fácil convencer Diego a entrar no jogo.

Pois bem, diferentemente desse Coelho que vos digita, você já leu a sinopse acima e sabe completamente do que o longa se trata, então qualquer surpresa que vá ocorrer pelo menos nos primeiros 45 minutos de filme não será quase que novidade nenhuma, tirando um ou outro ponto hilário por parte da festa inicial que o casal vai para "conhecer" como funciona a parada. Mas ao entrar no fechamento, o diretor resolve dar a pitada dramática que praticamente todas as comédias argentinas têm, e com isso o longa toma um rumo, embora cômico pela situação embaraçosa que Carla Peterson faz, bem tedioso e que se não fosse pela cena final divertida poderia terminar de forma extremamente depressiva. Algumas técnicas empregadas pelo diretor Diego Kaplan com a câmera pode-se dizer que são raríssimas em filmes de comédia, e com isso podemos até pontuar que ele se diferencia além do tema que quase não vemos no cinema, por saber usar os enquadramentos para interagir de forma diferente dos demais.

O quarteto principal de atores (vai ficar até estranho falar isso com esse tema) possui uma boa química corporal e visual entre eles, tanto que embora recue bastante no início, Adrián Suar já premedita tudo que irá fazer mais pra frente. E falando em Adrián, seus trejeitos, modo de interpretar é de uma forma tão bacana que consegue passar exatamente o pensamento que muitos podem ter sobre o tema e com isso, assim como ocorre logo na cena inicial que leva um prêmio e não agradece o amigo, ele é o ponto forte da trama e não deve agradecer a ninguém mais por isso também. Juan Minujin faz algumas cenas de forma bem interessante, mas nas cenas que necessitam mais de sua eloquência visual, ele parece se perder e soltar sempre um bordão, de forma que na última vez que fala você já nem aguenta mais ouvir aquilo. Julieta Díaz é a atriz oscilante, e não falo isso com um ar negativo, pois conseguiu passar todos os sentimentos possíveis em um único filme, e isso é excelente, só esperaria um pouco mais de expressão na sua cena de virada, que soou falsa. Carla Peterson é outro ponto fortíssimo da trama de tal forma que ganhou o "Oscar" argentino como melhor atriz por esse filme, sua forma sedutora nas cenas que precisa se contrapõem de tal forma ao momento que entra em fúria que não tinha outra forma a não ser agradar com o que ela faz. Dos coadjuvantes, alguns possuem no máximo uma fala e nem tentam ajudar para que fossem lembrados, valendo apenas citar Alfredo Casero que possui um tino cômico bem interessante que poderia ter sido mais bem aproveitado, mas como o longa não era dele acabou ficando apenas de segundo plano.

Os cenários escolhidos para o filme poderiam ser bem mais econômicos pelo temo tratado caso o diretor quisesse que se passasse somente em quartos e tudo mais, porém optou em trabalhar com lugares bem chiques e trabalhados no visual que agradam bastante, de forma que até a própria clínica e as cirurgias que estão fazendo acabam sendo bem enquadradas e rebuscadas, mostrando que a equipe de arte fez um excelente trabalho. A fotografia apenas poderia ter sido mais aberta e menos luminosa em diversas cenas, mas isso é questão de gosto pessoal, o que não atrapalha em momento algum o que queriam passar com o longa.

O gosto musical, embora tenha sido preciso em alguns momentos com a situação da trama, poderia ter sido trabalhado um pouco mais para que não soasse simples demais, o que faria o tema menos inoportuno e mais rebuscado, dando outra visão para tudo.

Enfim, é um filme que diverte bastante, mesmo que passe um pouco de vergonha, mas que por ser de tema com difícil aceitação, talvez não tenha feito um sucesso maior. Aqui no interior, por exemplo, só veio aparecer agora por meio do Cinecult, ou seja, muitas cidades nem irão ver ele nos cinemas e muito menos em um canal aberto pelo tema. Então quem quiser ter uma pitadinha cômica nesse tema tão comentado ultimamente, é só aguardar e alugar em breve nas locadoras. Não é nenhum filme que você tenha de se desesperar para ver, mas vale pelo menos pelas boas cenas cômicas. Fico por aqui nessa semana, mas amanhã, ou melhor, hoje afinal já estamos na quarta-feira, já tem pré-estreia por aqui, então abraços e até mais tarde com mais um post pessoal.


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