A Hospedeira

3/30/2013 07:35:00 PM |

Ainda não estou acreditando que uma autora consiga fazer dois livros tão diferentes de forma a nos fazer entrar num mundo paralelo que até acreditamos que esse fato possa ocorrer daqui a alguns anos. Em "A Hospedeira", Stephenie Meyer consegue nos mostrar um paralelo tão significativo que Andrew Niccol nem precisou perder muito tempo para adaptar e fazer uma obra ao mesmo tempo com fundamentos rebeldes e colocar um pano romântico bem convincente para quem sabe manter uma nova franquia. O longa, embora um pouco adocicado demais, tem um drama envolvente que mostra o quanto uma dupla personalidade pode afetar a pessoa mesmo que seja uma personalidade alienígena.

O filme nos mostra que a Terra foi dominada por um inimigo invisível, que controla as mentes e os corpos dos humanos. Melanie Stryder é uma das poucas pessoas que ainda não foi "dominada". Mesmo infectada, resiste bravamente contra Peregrina, a “alma” invasora que tenta de todas as formas se hospedar em seu corpo e descobrir seus pensamentos. A jovem ocupa sua mente com visões do homem que ama, Jared, para desviar a atenção de Peregrina, que passa a se sentir atraída por aquele humano. Enquanto isso, a Buscadora persegue Melanie para garantir a dominação da hospedeira e encontrar o paradeiro dos últimos humanos não infectados.

Muitos ao verem no topo do cartaz que é da mesma criadora de "Crepúsculo", talvez fiquem receosos de assistir pensando se tratar de mais um romance barato, mas o que ninguém esperava, principalmente eu, é que o longa tivesse todo um conteúdo por trás de forma a conseguir convencer os espectadores com um romance firme mesmo que os protagonistas não tivessem tanta química. O que o diretor e roteirista Andrew Niccol faz com a história é ditar um ritmo semelhante ao que fez em "O Preço do Amanhã", nos fazendo acreditar em praticamente tudo que vemos e acabamos convencido com uma história com fundamentos imaginários que embora ficcionais possam ser até possíveis de acontecer. Mas claro que para isso também contou com uma produção bem criativa que colocou objetos e cenários bem encaixados para manter a trama bem interessante.

No quesito atuação Saoirse Ronan poderia ter dado um pouco mais de gás da mesma forma que fez em "Hanna", mas ainda assim consegue convencer pelo menos na parte mais emotiva, porém sua expressividade apática não conseguiu me dizer se fazia parte do personagem que consta na sinopse do livro, mas ficou um pouco pesada. Max Irons faz um personagem que tem uma variação tão grande de humor que em alguns momentos pensamos até que foi alterado o ator, mas com o andar do filme, ele volta a transmitir a mesma sensação inicial e até agrada com o que faz, como disse poderia ter tido um pouco mais de química com a personagem principal, mas tudo tem seus motivos. Jake Abel pelo contrário dos protagonistas, consegue ser sensível e fazer atos que lhe aproximaram da protagonista de forma a passar exatamente o que os psicanalistas dizem que o amor é algo que envolve mais a cabeça do que o corpo e isso o ator soube fazer muito bem. Diane Kruger interpreta sua personagem de uma forma que faria muitos vilões ter medo de sua alma, e claro ao final do filme temos uma explicação palpável para sua tirania que convence bem. Outro ator que fez muito bem seu papel é William Hurt que transmite a firmeza que o personagem pede sem perder os ideais e características.

A cenografia escolhida pela equipe de arte mostrou um deserto que consegue transmitir bem toda a aridez dos sobreviventes/resistentes que brigam contra as almas. E quando eles estão nos locais mais fechados, tanto a caverna quanto a cidade ou o "ponto de encontro" das almas a luminosidade ficou bem característica e tenta revelar algo maior. Não gostei muito das lentes usadas para mostrar que a pessoa está infectada, pois ficou artificial demais, mas no geral agrada bastante. A fotografia também está bem interessante e consegue transmitir as mesmas sensações que a equipe de arte quis colocar em cada cena. Existem alguns pequenos furos de contexto, mas no geral passam despercebidos e o que está sendo mostrado acaba agradando bastante.

A trilha sonora feita pelo filho do famoso cartunista brasileiro Ziraldo, Antonio Pinto agrada bastante e consegue ajudar a por ritmo no filme de forma que todos fiquem emocionados nas cenas que passam emoção e dar velocidade nas cenas que pedem ritmo frenético.

Enfim, é um filme que agrada bastante por tudo que é apresentado e já estou esperando uma continuação convincente para ele, pelo que deixou no ar. Recomendo o filme para todos, claro que os que não curtem algo um pouco adocicado vão reclamar de tudo, mas tirando o romance que não convence muito, o filme vale bastante pelo ingresso pago. Fico por aqui hoje, mas amanhã tem mais posts aqui no blog. Então abraços e até amanhã pessoal.


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Jack: O Caçador de Gigantes em 3D

3/30/2013 01:22:00 AM |

Alguns filmes de aventura e ação já entram em cartaz nos deixando preparados para absurdos técnicos, mas algumas vezes não conseguimos relevar tanto e o que era para nos divertir acabam nos deixando nervosos em certos momentos. Em "Jack: Caçador de Gigantes", já temos o problema inicial com o nome, afinal ele não está caçando nenhum e sim sobrevivendo ao que está ocorrendo. Depois temos cenários bem bacanas, claro todos digitais, afinal juntar gigantes com pessoas é algo 100% impossível numa tomada só, e aí entra o famoso erro crasso, pois temos o continuísmo furado a cada três passos dos personagens. Ok, se assistirmos o longa sem nos preocupar com o que acaba acontecendo e apenas nos divertirmos com o que vemos, mas é bacana que as pessoas que assistiram comigo também viram alguns dos erros mais evidentes, então podemos falar que não somos tão chatos assim.

A sinopse nos mostra que uma guerra antiga se reinicia quando Jack, um jovem trabalhador do campo, abre inconscientemente um portal entre o nosso mundo e uma raça de gigantes apavorantes. Soltos na Terra pela primeira vez depois de séculos, os gigantes tentam reconquistar seu território que foi perdido, forçando-o a entrar na batalha de sua vida para impedi-los. Lutando por um reino e seu povo, e pelo amor de uma corajosa princesa, Jack fica frente a frente com os guerreiros incansáveis que pensava serem apenas uma lenda... e ganha a chance de se tornar uma lenda também.

A história em si é bem interessante por contar uma nova versão do conto que ouvimos muito quando éramos crianças, aqui no Brasil conhecida como "João e o Pé de Feijão", mas que foi feita de uma forma envolvendo tantos elementos gráficos que o acredito que mesmo o diretor sendo um "especialista" por ter trabalhado com "X-Men", acabou se atrapalhando um pouco e cometendo algumas gafes com o que tinha em mãos. Não digo que o filme ficou ruim, mesmo porque pelo contrário, a trama ficou bem divertida e deve agradar bastante os menos exigentes que querem apenas ter uma diversão no cinema, pois isto o longa propicia muito bem, mas com o alto orçamento que possuíam em mãos poderiam ter caprichado um pouquinho mais, principalmente nos furos de continuísmo. Vou citar apenas uma cena para não estragar tanto o filme para quem for ver reparem na hora que as flechas atingem os gigantes e logo em seguida estão lá os mesmos novamente.

O longa está repleto de ótimos atores, sendo muitos que vem despontando nos últimos anos. O maior exemplo está no protagonista Nicholas Hoult que agradou bastante em "X-Men: Primeira Classe" e aqui não deixa nada por desejar, correndo para todo lado, fazendo boas expressões e mesmo com furos em suas cenas também acaba deixando alguns relevantes. Eleanor Tomlinson era uma atriz que não conhecia ou pelo menos não me lembro de suas interpretações nos filmes que consta no IMDB, mas no geral embora faça só a princesa indefesa que fica gritando a todo momento, seus trejeitos estão bem enquadrados e a garota fotografa bem quando está em cena, ou seja, tem potencial. Esperava um pouco mais de Ewan McGregor, pois é um dos atores que mais gosto de ver nas telas, mas aqui confesso que fez o básico do básico e poderia ter dado um pouco mais de alma para seu personagem, na cena que fica para brigar com Roderick ficou fazendo as poses mais ridículas que qualquer ator poderia fazer. Alguém me confirma se Stanley Tucci possui cabelo mesmo ou estava usando peruca, pois só lembro-me de filmes com ele careca e aqui se não lesse que ele faz o personagem de Roderick, nunca imaginaria ser o ator, não pela forma excelente que dá para seus personagens, mas sim por estar irreconhecível visualmente. Os demais personagens sem ser os gigantes acabam nem tendo tanta importância para a trama, então melhor nem falarmos tanto de alguns que inclusive olham para a câmera. Os gigantes todos estão bem caricatos e divertidos no que podemos dizer que não assustam ninguém mesmo com todo o seu tamanhão.

No quesito visual, como disse no início, as paisagens estão muito bem coesas com a proposta do filme, mas o excesso digital pecou um pouco, dando trabalho para os editores que esqueceram muitos furos no rolo final. Tirando esses furos, o que vemos é uma terra de gigantes que impressiona visualmente e deveria ter sido até mais explorada, pois os cenários lá de cima eram bem mais envolventes que os do chão, que acabam cansando no momento da guerra. A fotografia também teve bastante trabalho para fazer planos exageradamente abertos que acabaram elucidando mais ainda os erros, porém o trabalho que fizeram mixando imagens reais com digitais acabou sendo algo muito bem feito no quesito do colorido empregado. Quanto do 3D, temos algumas cenas que valem a pena e vemos o resultado tanto em profundidade quanto em coisas saindo da tela, mas temos mais da metade do filme que pode ser assistido até sem óculos, pois não faz diferença alguma, inclusive os trailers que passaram antes da sessão em minha opinião tinham até mais 3D que o filme inteiro.

Enfim, é daqueles filmes que assistimos apenas para comermos uma boa pipoca e se divertir com o que passa na tela, sem que nada nos agregue a mais em nossas vidas. Vale a pena somente para passar um tempo no cinema se não tiver passando nada melhor em sua cidade. Não posso falar que foi algo 100% ruim, mas que esperava bem mais do diretor que estava envolvido e da trama que poderia ser contada. Fico por aqui hoje, mas ainda temos muitos filmes nessa semana para lotar de posts por aqui. Então abraços e até breve pessoal.


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G.I. Joe - Retaliação em 3D

3/29/2013 01:21:00 AM |

É engraçado falar de algo que marcou sua infância. Em 2009 quando lançou "G.I. Joe - A Origem do Cobra", ouvi tanta crítica negativa que nem tive coragem de assistir para não perder algo mágico que participou de meus bons momentos como criança, tanto que ao doar os brinquedos quando me mudei foi mais ou menos o que vimos em "Toy Story 3". Pois bem, não iria assistir o novo sem ver o antigo não é mesmo, e o que vi foi algo bem bacana, que embora tenha uma história fraca faz jus aos brinquedos e acaba sendo uma boa diversão. Porém quando vi o trailer de "G.I. Joe - Retaliação", já fiquei bem feliz por aparecer muitos dos veículos que eram os objetos de desejo de todo Natal ou Dia das Crianças quando era moleque e minha surpresa no filme foi ver que não colocaram só um ou dois, mas sim TODOS os veículos que tive e feitos em medidas gigantescas conseguiram me deixar mais feliz ainda. O único problema é que acredito que poderiam ter feito uma história mais bem contada para os sumiços dos atores do primeiro filme e claro alguns pontos de virada que ficaram estranhos na forma que foram dirigidos.

O filme nos mostra que um acordo entre as grandes potências define a redução das ogivas nucleares no mundo todo, mas os Estados Unidos, comandados pela organização Cobra, desconsideram o acerto e dão inicio a um plano de proporções alarmantes. Enquanto isso, seguindo as ordens do presidente americano, o esquadrão de elite G.I. Joe é acusado de traição e, após ser atacado brutalmente, tem vários de seus integrantes mortos em combate.

Só de lermos a sinopse já conseguimos observar que a trama não tem praticamente uma história forte para segurar a onda, e ainda por cima sendo dirigida por um profissional que só fez filmes de dança não poderíamos esperar muita coisa. Mas embora essa linha tenha ficado um pouco preconceituosa, Jon M. Chu consegue dar um ar de ação bacana para o longa, de forma a garantir tiros e pancadaria para todo lado, só não soube pegar uma história fraca escrita e transformar num super filme de ação, mas no que condiz à tudo que disse sobre a parte nostálgica de quem teve "Comandos em Ação" nos anos 80/90, a produção está impecável com todos os elementos necessários para sair da sala contente com o que viu.

Um grande problema do filme está na atuação, não por falhas dos atores, mas acredito que pela divergência de caches, que fez com que atores da produção antiga não participassem desse ou fizessem apenas pontas, sobrando bem poucos do original. Não digo que os novos tenham feito um trabalho ruim, muito pelo contrário, as presenças de Dwayne Johnson e Bruce Willis deram ritmo e carisma para a trama, ocupando bem o que sumiu com a falta de Marlon Wayans que em momento algum da história foi explicado seu sumiço. Channing Tatum que já está rico com a quantidade de filmes que vem fazendo, aparece e some também rapidamente, mas pelo menos foi bem explicado e sua atuação mesmo que pequena está convincente. Jonathan Pryce fazendo dois papéis consegue ser bem interessante em ambos, apesar de que sua versão boazinha fica tão opaca que a vontade que temos na cena da leitura ocular é de que ele seja morto de tão boba a cara que consegue fazer. Ray Park continua seu personagem onde não conseguimos ver suas expressões faciais, então acaba sendo difícil analisar, mas no quesito coreográfico junto de Elodie Yung faz uma cena que os artistas do Cirque du Soleil ficariam de queixo caído. Luke Bracey que substitui Joseph Gordon-Levitt que se transformou no anterior no Comandante Cobra, mas acho que após um período incubado se transformou em outro ator, claro que estou sendo irônico, mas não faz falta a presença de Gordon-Levitt já que o comandante fica em tempo integral por trás de uma máscara e sua voz está robotizada, então qualquer bom ator que soubesse ser mal apenas com impostações no diálogo caberia aqui, e Bracey se sai bem. Agora o ponto mais falho na atuação, que nem tanto está no ator e sim no roteiro ficou com Byung-hun Lee que no primeiro filme fomos convencidos de que morreu, aparece do nada aqui sem nenhuma explicação e sem dar spoilers acaba fazendo algo do meio para o fim apenas movido por uma conversa que nem a criança mais inocente do mundo acreditaria nela, pois bem ocorre tudo isso, mas o ator não tem culpa e faz suas cenas de luta muito bem coreografada. Enfim, acho que falei até de gente demais aqui no quesito atuação, consideremos que o restante não atrapalhou o andamento para não encher muito o texto.

No quesito visual, como disse tivemos um trabalho muito bem feito de pesquisa, pois os veículos e até o figurino dos personagens está 100% fiel aos bonecos e carrinhos que tive na minha infância. A cena final é o ponto marcante da junção de todos os objetos onde os olhos chegam a brilhar. Tivemos bons cenários de lutas, onde o 3D "funcionou". Explico o motivo de por entre aspas o funcionou do 3D, nas cenas de luta vertical tivemos uma excelente profundidade de campo com os atores saltando das montanhas para todo lado, porém é somente nessa cena que se faz valer o dinheiro pago a mais para a sessão, pois nas demais cenas é uma ou outra profundidade que nem influencia no conteúdo dramático do longa. A fotografia trabalhou bem, principalmente por vermos que muita coisa é digital, o prazo a mais que necessitou para ser lançado é notório que corrigiram muitos erros de iluminação que teria se o filme fosse lançado no meio do ano passado como estava previsto.

Enfim, poderia falar horas sobre "Comandos em Ação", que é a forma que prefiro chamar ao invés de "G.I. Joe", pois como disse, foi algo que convivi praticamente por 14-16 anos de minha vida e até tenho ainda um boneco que sobrou da coleção completa que tinha, mas confesso que tirando a fidelidade visual, a história do primeiro, embora não seja um primor, me agradou mais. Quem sabe um terceiro filme com um diretor e roteiristas melhores, me faça sair do cinema vibrando com o que vi. Recomendo no geral como um bom longa de ação que cumpre o que promete, mostrando pancadaria e ação do começo ao fim, mas tirando isso e o visual nostálgico para quem brincou nos anos 80/90, os demais irão sair da sala reclamando do que assistiu. Fico por aqui hoje, mas essa semana está apenas começando, com muitos filmes que teremos tanto de estreias quanto do Festival Melhores Filmes do Sesc que inicia na Quarta-Feira. Abraços e até amanhã pessoal.


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Vai Que Dá Certo

3/23/2013 09:38:00 PM |

A comédia brasileira aparenta estar numa nova vertente, iniciando agora com "Vai Que Dá Certo" e muito em breve com "Concurso Público" que conferi o primeiro corte e já estava bem bacana. O que mostra essa "evolução", embora muitos possam considerar como cliché é parecer mais com as comédias americanas que possuem um ritmo interessante e divertem sem precisar forçar escatologias ou coisas nojentas, utilizando apenas dos diálogos bem escritos e conseguindo aproveitar o máximo dos personagens caricatos. Não diria que é um filme perfeito, mas pelo menos, consegue divertir bastante a plateia sem apelar.

A história narra o reencontro de cinco amigos de adolescência que compartilham a frustração de não terem alcançado o sucesso que projetaram para suas vidas. A possibilidade de recuperar o tempo perdido surge por meio de uma tentadora e arriscada proposta: o assalto a uma transportadora de valores. O crime (quase), que prometia transformar suas trajetórias, cumpre o seu propósito, mas não exatamente como planejaram.

O mais interessante de falar que a história diverte sozinha, é saber que os diálogos foram escritos por Fábio Porchat que começa a despontar nas telas dos cinemas e aguardem que ainda esse ano vem mais coisa boa dele como ator. Mas falando aqui sobre como foi sua escrita, acredito que soube passar bem o que mais fazia de melhor na MTV e porque não dizer sobre o que faz bem no "Porta dos Fundos". Não posso falar que o longa não possui alguns poucos momentos apelativos, mas eles são tão relevantes para o contexto completo que acabam passando despercebidos. A direção do ótimo Mauricio Farias, que raramente erra a mão, nos diverte pelo ritmo frenético que optou para que seus 87 minutos passassem mais rápido ainda, tanto que quando acaba pela primeira vez uma deixa de continuação de filme brasileiro me deixou feliz por poder esperar e isso na minha opinião com certeza é mérito do conjunto Porchat/Farias que assinam o roteiro completo. 

Dos atores, no geral todos tem sua boa participação de tela e fazem muito bem o seu serviço que é de divertir a plateia. Os dois mais interessantes no quesito cômico são Gregório Duviver e Fábio Porchat que conseguem tirar risada do público de tudo que fazem, estão realmente muito bem encaixados para a trama. Danton Mello que diferente de seu irmão, acaba tendo uma frequência menor no cinema/TV vem despontando bastante e agrada com o que faz aqui, talvez pudesse ter sido um pouco menos ansioso em algumas cenas, que aparenta sair a frente da câmera. Natália Lage é outra que estava desaparecida das telas, e no geral agrada, diria que teria atrizes melhores para o papel, mas está com um visual bem bacana, pra não falar outras palavras. Lúcio Mauro Filho usou um visual que se você não se esforçar para reconhecê-lo e ir assistir sabendo que ele está como um dos protagonistas do filme, vai acabar saindo da sala de cinema sem saber que ele estava lá, sua atuação é boa, mas escolheram a pior caracterização possível. Felipe Abib até tenta ser divertido em algumas cenas, mas seu personagem é um dos mais fracos da trama, poderia ter dado mais para agradar mais. Agora vocês vão falar que pego no pé dele, mas Bruno Mazzeo não consegue me agradar, seus personagens sempre possuem o mesmo tique, o mesmo timing ruim que acaba o tornando chato demais, já disse o que precisaria mudar algumas vezes aqui, mas como ele deve ser contratado da Globo Filmes precisa ser colocado sempre para aparecer nos longas.

As locações que a equipe de arte escolheu para rodar o filme foram bem trabalhadas, e o que é melhor evitou ficar tanto em estúdio, um costume muito comum dos longas brasileiros. Dá mais trabalho, isso todos sabemos, mas fica com um visual mais diríamos ambientado com a realidade. Outra opção bacana foi trabalhar com planos mais fechados na maioria das cenas, isso é perigosíssimo por focar mais na interpretação dos atores, mas acabou dando certo. 

A trilha sonora de Branco Mello não diria a mais acertada para a trama, pois em nada me remeteu o longa a "Cabeça Dinossauro" dos Titãs, mas as demais que ele optou em colocar ajudaram bastante a dar ritmo para o filme.

Enfim, como disse no começo é uma boa nova vertente de comédia brasileira, espero que continuem nesse nicho ao invés de voltar pra apelação descontrolada que vinha acontecendo. Recomendo para todos que querem dar umas boas risadas e se divertir com o cinema nacional. Fico por aqui com a única estreia da semana aqui na cidade além da animação "Os Croods" que assisti semana passada. Talvez consiga ver mais algum filme em outras cidades da região, mas não garanto nada, então vou desejar já uma boa semana pra todos e até quinta que tem pré já por aqui. Abraços e até mais.

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Os Croods em 3D

3/18/2013 01:18:00 AM |

Existem poucas empresas de animação que prometem algo e cumprem bem. Quando vi o trailer de "Os Croods" no ano passado já fiquei com muita vontade de ver o filme, mas hoje estava com medo do que a Dreamworks podia ter cumprido ou não. Pois bem, o que foi prometido no trailer foi mostrado e muito bem mostrado. Temos um visual maravilhoso, uma história bacana e comovente, personagens bem modelados e carismáticos e o principal, já que a maioria vai pagar mais caro, um 3D satisfatório.

A história do filme nos mostra que uma família pré-histórica precisa achar um novo lar quando sua caverna é destruída. Liderados por Grug, só não imaginavam que sair das cavernas ia render a maior aventura de suas vidas.

O interessante do filme é que o diretor Chris Sanders("Como Treinar Seu Dragão") consegue nos passar uma mensagem bacana de família de forma a agradar tanto os pequeninos que riram sem parar, inclusive uma miniatura de uns 2 anos que estava atrás de mim não ria e sim gritava tanto que sai com eco no ouvido, quanto os adultos que gostaram e se divertiram muito com tudo viram, pelo menos na sessão onde estive presente. E isso é um fato que há muito tempo não víamos numa animação, pois ou apelavam pra um lado ou para o outro. Outro fato que deve marcar é que o longa assim como outros dá pretensão para continuação, mas sem precisar largar nada aberto.

Os personagens como disse são muito carismáticos e cada um tem seu valor para a trama de forma a agradar cada estilo de público que for assistir. A criançada deve ficar mais próxima dos animais que são bem divertidos. As mulheres ficarão próximas da moda com Eep e Ugga e claro olhando para os feitios românticos de Guy. Os homens todos irão rir muito das trabalhadas ogras de Grug com sua sogra Gran. O garoto bobo Thunk diverte todos, mas é meio apagadinho no geral. Todos fazem os mesmos propósitos de divertir e claro ensinar a moral familiar para a criançada que estiver assistindo, mas sem esquecer-se de muito visual por onde passam.

O visual criado para o filme, chega a alguns momentos ser de cair o queixo, pois tudo tem vida, tudo tem textura, tudo passa algum sentimento. A equipe de criação trabalhou bonito para enaltecer cada elemento por mais minúsculo que fosse e isso agrada com toda certeza, as cenas com os pássaros rosa e com o milho pegando fogo são simplesmente fantásticas. O 3D é bem usado com muita profundidade e alguns elementos saltando para fora da tela, poderia ser melhor, mas já vale o ingresso mais caro.

Enfim, é um filme bem feito que agrada bastante, não sei ainda se vai ser a melhor animação do ano, visto que esse ano será recheado no gênero, mas a proposta que propuseram e fui esperando assistir foi cumprida e saí bem satisfeito com o que vi, inclusive me emocionando em alguns momentos. Recomendo a todos que gostam do gênero e tiverem ou não crianças para levar ao cinema que assistam na estreia semana que vem. Fico por aqui hoje e nessa semana, mas sexta estamos de volta. Abraços e até mais pessoal.


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A Hora Mais Escura

3/17/2013 06:07:00 PM |


Alguns diretores possuem uma forma diferenciada de trabalhar e Kathryn Bigelow é a que vem mais se destacando por mesmo fazendo um filme linear, conseguir amarrar as pontas de seu filme com uma trama densa e consistente. Em “A Hora Mais Escura”, a diretora abusou um pouco do drama pessoal, que poderia ter sido menos enfatizado e trabalhado mais nas cenas finais que assim como o nome do filme ficou escuro demais, mas isso não atrapalhou a trama de forma que na minha opinião ela merecia mais o Oscar por esse filme do que em “Guerra ao Terror”.

A história do filme em si é bem simples e mostra a caça e execução do terrorista saudita Osama Bin Laden por soldados americanos no Paquistão, em maio de 2011. E para isso a forma de condução escolhida pelo roteirista e pela diretora pode ser considerada um ótimo mérito, pois conseguiram amarrar a trama travando todo o embate por trás de um bom suspense que foi a caça ao maior líder terrorista que existiu para os EUA. O mais bacana na maneira que escolheram é que você dá aquela meia olhadinha de lado e vê que todos na sala estão com os olhos colados na tela sem praticamente mexer um músculo querendo saber como tudo vai rolar, sendo que por ter sido baseado em fatos reais, todos já sabemos o desfecho. Outro ponto muito bem escolhido está na edição que mesmo sendo linear, soube optar por capitular (dividir o longa em capítulos para "explicar" o que deve acontecer nos próximos momentos) o longa inteiro. Isso não é algo que costuma me agradar, mas aqui acabou ficando de uma forma interessante de se ver. Não posso dizer claro que a direção foi perfeita, visto que temos dois problemas na trama, um na escolha da fotografia extremamente escura que faz com que em algumas cenas quase não enxergamos nada, e outro na escolha de Jessica Chastain para protagonista, pois o filme merecia uma pessoa com melhores expressões, não que ela esteja ruim, mas quem sabe uma mulher de personalidade mais forte caberia melhor no papel.

Já que começamos a falar sobre as atuações, vamos ao ponto culminante que fez com que Jessica Chastain fosse indicada ao Oscar, assim como ocorreu com Jennifer Lawrence em "O Lado Bom da Vida", a protagonista aqui é opaca para a trama, mas tem uma ou duas cenas que você vê uma representação explosiva que praticamente nos assusta mudando completamente seu perfil e isso é algo que vai sempre chamar a atenção para si e fazer com que ganhe pelo menos uma indicação a prêmios, isso logo começará a ficar cansativo de ver em todos indicados, mas por enquanto atrizes aproveitem e faça sempre assim, sendo monótonas em praticamente 95% do seu filme e dando um show em 5% quando os holofotes pairarem sobre vocês. Dos demais atores, temos muitas pontas que chamam a atenção, mas a que mais teve presença em quadro é a de Jason Clarke que está muito bem principalmente nas cenas de tortura, acredito que se o foco do filme fosse mais nele ao invés do personagem de Chastain, teríamos um filme completamente mais pesado e talvez senão chamativo. Reda Kateb também faz bem suas cenas de torturado e em alguns momentos você chega a sentir até dó pela expressão que consegue transmitir.

A direção de arte trabalhou bem para deixar os cenários mais próximos de tudo que vimos nos telejornais e fizeram um bom trabalho nesse quesito, mas como disse não houve uma boa integração com a equipe de fotografia que preferiu trabalhar com filtros extremamente escuros, deixando o longa praticamente todo puxado para o preto e o cinza, de modo que chega alguns momentos que temos até nossa vista cansada de tanto esforçar para enxergar algo por onde estão andando.

A trilha sonora de Alexandre Desplat está muito bem casada com a história de forma que somos postos, a todo momento, em tensão, e isso ajudou demais a segurar os 157 minutos de filme que caso não fosse bem colocada iríamos ter muitos espectadores dormindo. A edição de som também está perfeita tanto que acabou levando o Oscar, cada ruído é importante para nos sentirmos no quadro e mais do que isso, ajuda saber onde olhar no quadro escuro que a direção optou.

Enfim, um filme muito bem feito, que pra variar assim como quase todos lançados pela Imagem Filmes acabam caindo no esquecimento ou não sendo assistido pelo público, uma vez que sua estreia foi a quase um mês e só veio parar no interior agora que muitos já até baixaram e viram em suas casas não gostando do que viram, pois assim como muitos outros é um filme para se ver em uma tela grande com um bom som, enquanto que em casa a certeza de nas cenas escuras acabar dando sono e dormir facilmente. Encerro por aqui, mas é só por algumas horas, já que daqui a pouco irei conferir uma pré-estreia para já praticamente iniciar a próxima semana, já que será o último filme que veio por essas bandas. Então abraços e até daqui a pouco pessoal.


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The Metropolitan Opera - Francesca da Rimini

3/16/2013 06:20:00 PM |

Uma coisa engraçada dessas óperas exibidas ao vivo no cinema é que em alguns momentos acabamos esquecendo do tamanho do teatro que está sendo apresentado o espetáculo, pois o que vemos é um ângulo do quadro todo e quando abrem a câmera em alguns momentos iniciais acabamos até assustando com a dimensão. Por exemplo essa cena que usei para ilustrar a ópera aqui em cima, acontece no 2° ato e no intervalo entre o 1° ato e ele, assistimos montarem toda essa estrutura em 15 minutos. Esse fator cenografia na ópera "Francesca da Rimini" é o que fez valer o ingresso, pois diferente da outra que assisti "Aída", essa acaba sendo um pouco monótona demais e não possui uma história de tanto impacto como a anterior.

Assim como fiz na ópera anterior irei colocar a sinopse completa já que muitos não assistiram e nem assistirão, pois ficou sem exibir essa ópera por 25 anos e vai lá se saber quando irão novamente:
1° Ato: Itália, Século XIII. Ostasio interrompe a família Polentani que está planejando induzir astuciosamente sua irmã Francesca a se casar com o cruel e desfigurado Giovanni Malatesta, conhecido como Gianciotto. Francesca que nunca viu o futuro marido, foi levada a acreditar que se casará com Paolo, o belo irmão de Gianciotto. Os criados entram apressadamente para informar-lhe que o noivo chegou. Eles afirmam que ele é o mais belo cavaleiro do mundo. É Paolo, que veio no lugar do seu irmão. Francesca lhe oferece uma rosa e, sem dizer qualquer palavra, ambos se apaixonam profundamente.
2° Ato: Agora, Francesca está vivendo em Rimini, como esposa de Gianciotto. Durante um ataque ao palácio de Malatesta por uma família rival, ela encontra Paolo e o repreende pela fraude. Ele implora por perdão e pergunta como ela gostaria que o matassem. Francesca reza pela proteção de Deus. Aparentemente, uma flecha parece atingir a cabeça de Paolo e ele cai. Quando Francesca corre até ele, ele lhe diz que não está ferido e é o seu amor por ela que o está matando. Gianciotto chega e se surpreende ao encontrar a sua esposa entre os homens no combate.
3° Ato: Francesca lê a história de Guinevere e Lancelote para as suas acompanhantes. Ela as dispensa quando a sua criada Smaragdi traz a notícia de que Paolo, que havia deixado Rimini para se sesquecer de Francesca, retornou. Ele entra e Francesca lhe implora para deixá-la em paz, mas ele declara o seu amor. Eles continuam a ler o conto sobre Guinevere e Lancelote e finalmente se beijam.
4° Ato - 1ª Parte: Malatestino, irmão mais novo de Gianciotto e Paolo, que está desesperadamente apaixonado por Francesca, defende as suas pretensões, chegando até a se oferecer para envenenar Gianciotto, mas ela rejeita e conta ao marido sobre o comportamento de Malatestino Quando Gianciotto confronta o irmão, Malatestino revela ter visto Paolo entrando à noite nos aposentos de Francesca. Gianciotto exige prova da infidelidade de sua esposa e os dois irmãos concordam em surpreender os amantes naquela mesma noite.
4°Ato - 2ª Parte: Francesca tem pesadelos e é confortada pelas suas acompanhantes. Paolo chega e ambos renovam as suas declarações de amor. Quando a voz de Gianciotto é ouvida do lado de fora, Paolo tenta escapar através de um alçapão, mas é capturado pelo irmão, que adentra o quarto à força. Gianciotto está prestes a apunhalar Paolo quando Francesca se interpõe aos dois e é morta. Em seguida, Gianciotto apunhala Paolo e os amantes morrem abraçados.

Como disse a história é razoavelmente simples e não temos praticamente nenhum momento de choque e espetáculo que emocione ou dê alguma nuance maravilhada, o que é uma pena se comparada com os gigantescos cenários que fazem parte dessa trama. Como disse da outra vez, para quem é amante das artes e gosta de ver como é feito um filme ou uma peça, esses espetáculos são muito bem recomendados, pois trazem a oportunidade de nos intervalos ver a montagem completa do cenário, e é altamente impressionante.

Enfim, valeu a pena conferir para saber que nem toda ópera será tão magistral como foi "Aída", mas mesmo assim recomendo que vejam as demais, para acabar essa temporada do Metropolitan ainda tem dia 16 de Abril "Giulio Cesare" e em Outubro já começa a temporada 2013/14. Fico por aqui hoje, mas amanhã tem mais filmes por aqui. Abraços e até amanhã pessoal.


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Hitchcock

3/16/2013 02:01:00 AM |

Fazer cinebiografia de qualquer pessoa já é um peso enorme para qualquer diretor, daí a fazer a de um mito que foi "Hitchcock" com toda certeza haveria ataques da crítica por todos os lados e nem sempre agradaria a todos. O que convém observar nesse filme é todo o terror psicológico que o diretor impunha à seus atores e principalmente às atrizes, e aqui ficou extremamente bem retratado isso. O longa no geral possui problemas seríssimos quanto à maquiagem, quanto à apresentação de personagens e quanto ao ritmo, mas tirando esses dois pontos, quem for fã da obra do grande mestre do terror se sentirá bem próximo do que foi esse homem ao fazer o clássico "Psicose" e quem não for da área saberá um pouco como é o processo louco por trás de grandes filmes.

A história da cinebiografia nos mostra os bastidores de "Psicose", de Alfred Hitchcock e o relacionamento entre o diretor e sua esposa Alma Reville durantes as filmagens em 1959. Das dificuldades financeiras para realizar o filme às lutas do diretor com as edições de Hollywood, "Hitchcock" retrata o desejo do diretor de provar para seus críticos, sua mulher e para si mesmo de que ele ainda tinha um limite. E podia atingi-lo.

O retrato em si do personagem muitos que trabalharam com ele disseram que foi bem mostrado, o que não posso afirmar já que nasci depois dele ter morrido e tirando que assisti todos os seus filmes nunca me aprofundei em sua história para saber essas "fofocas" do meio. O que o diretor Sacha Gervasi na minha opinião pecou bastante foi querer fazer introdução e fechamento no estilo Woody Allen de ser e ele não chega nem perto dos pés de Woody, com isso acabou, embora dentro do contexto do que se propunha, fazendo de Hopkins um boneco articulado estranho e irreconhecível, claro que tirando a cena dentro do cinema que parece um maestro e o clássico deferimento das facadas, que na minha opinião são as duas melhores cenas do longa incluindo entre junto delas o momento da escolha da trilha.

As atuações no geral, tirando essa estranheza com o personagem principal, estão bem interessantes de se ver. Anthony Hopkins conhecido por sempre estar bem à frente dos personagens que faz, aqui acaba ficando meio duro demais, parecendo ser como disse acima um bonecão gordo e com uma maquiagem péssima, porém quanto aos trejeitos que colocou no personagem ficou bem bacana e acredito que característico pois em momento algum falaríamos de ser uma atuação de Hopkins e sim um personagem ali. Helen Mirren é outra que está irreconhecível, porém não negativamente, faz uma atuação perfeita e acaba dando muita gana para o personagem principal, o que é extremamente bacana, tanto que conseguiu algumas indicações em premiações não vencendo nenhuma, mas mostrou a que veio. Scarlett Johansson está muito bem colocada e teve alguns momentos que quase pensei realmente que Janet Leight ainda estivesse interpretando rejuvenescida, pois ficou muito parecida. Jessica Biel ficou um pouco apagada demais, mas seu momento de punhalada final no diretor mostrou que ainda sabe dar uma boa interpretação para um personagem. Danny Huston fez um personagem um pouco forçado, que mais parecia ator de novela das 8 do que presente num longa com renome. Os demais atores estão todos bem feitos, mas como acabam não entrando diretamente na trama principal vou preferir não ficar falando sobre cada um, destes apenas um destaque leve para Toni Collette que está completamente diferente de tudo que já fez.

O visual está muito bem encaixado com o que a trama quis passar, só que se olharmos fotografias da época, nós veremos algumas divergências principalmente nos estúdios da Paramount que ficaram mais próximos do que são hoje do que como eram antigamente. Não digo que isso vá atrapalhar quem for ver o filme, mas quem conhece um pouco da área talvez fique chateado. Tirando esse detalhe temos muitos elementos presentes nas gravações antigas que estão perfeitos, a cena do projetor com o carro é de quem ama cinema se emocionar. A fotografia está boa, mas escolheria um filtro de cor mais velho para o longa, pois ele se passa nos anos 60, dando uma envelhecida fica mais intrigante de assistir, acabou que ficou claro demais parecendo algo que está acontecendo nos dias de hoje se não fossem os carros antigos andando pela tela em alguns momentos. Agora ainda falando no quesito visual, estou a me perguntar constantemente como o filme foi indicado a melhor cabelo e maquiagem, pois está muito ruim praticamente tudo, claro que reconhecemos os personagens das fotos, mas é notavelmente estranho você olhar e não se incomodar com o que vê, não parece algo real as caras dos personagens, principalmente o protagonista.

Enfim, é válido assistir principalmente para ver a loucura que é por trás de um set de filmagem, ver que geralmente o diretor surta entrando no meio do filme e tudo mais. No geral me diverti bastante e gostei do que vi, porém Hitchcock merecia uma homenagem mais bem feita por toda sua carreira sem ganhar um Oscar. Recomendo ele com essas ressalvas apenas de não ligar tanto para a maquiagem estranha. Fico por aqui nessa noite, mas ainda teremos muitos filmes por aqui nos próximos dias, aguardem, e quem quiser hoje às 13:00hs no UCI de várias cidades terá uma bela Ópera Francesca da Rimini a qual irei conferir pois aparentemente parece perfeita. Abraços e até breve pessoal.


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Indomável Sonhadora

3/15/2013 09:08:00 PM |


Como pode existir filmes tão tocantes e ao mesmo tempo possuírem imagens tão fortes? Em "Indomável Sonhadora" algumas imagens chegam a ser nojentas de criar até certo asco em alguns momentos, mas a forma de condução tanto da história quanto da protagonista Quvenzhané Wallis nos comovem de um jeito que supera qualquer imagem tremida que foi passada durante toda a exibição, e olha que não foram poucas, que a única coisa que acabamos lastimando é de a distribuidora ter demorado tanto para exibir esse filme pelo interior.

A história nos mostra que Hushpuppy é uma menina de seis anos que vive com seu pai Wink às margens de um rio, em uma comunidade pobre. Um dia, ele descobre que está muito doente e decide que não quer ajuda médica. Wink passa a ensinar à menina a sobreviver quando ele não estiver mais presente.

O mais interessante que o diretor soube transmitir da história é a forma tão pobre que vivem os protagonistas, pois em momento algum conseguimos ver os personagens da história como pessoas que querem sair da pobreza, eles mantêm sua felicidade nas coisas pobres que gostam para sobreviver e essa carga dramática presente na vida deles é onde ele consegue mostrar o sentimento que o pai quer deixar para a filha, que ela mantenha suas origens de forma a sobreviver e vencer naquele mundo onde vivem sem precisar da ajuda de ninguém. Não creio que as tremidas de câmera tenha função dramática, e elas até chegam a incomodar em determinadas partes do longa, mas como disse o sentimento demonstrado através das lentes acabam sendo tão forte que muitos que não repararem na técnica acabarão nem notando esse detalhe. Outro ponto que vale salientar e incrementarei no próximo parágrafo está na direção de atores que Benh Zeitlin consegue fazer em seu primeiro longa com todos os protagonistas desconhecidos, e claro isso lhe rendeu a indicação como melhor diretor ao Oscar e ajudou o roteiro à também ser indicado.

No quesito atuação poderia perder horas detalhando cada personagem de tão perfeitos que são, mas vou me conter nos dois principais Hushpuppy e Wink. Quvenzhané Wallis é a típica garota que não conseguimos tirar os olhos dela enquanto está presente em cena, seu carisma, seu sentimento, até mesmo sua textura real foi transmitida pelas câmeras de uma forma que todos já estamos esperando seu próximo trabalho, pois nunca nesses meus muitos anos assistindo filmes, vi alguma interpretação infantil e talvez até mesmo de adultos da maneira que essa garota atuou nesse longa, perfeito seria uma palavra muito pequena para o que ela faz e novamente volto a fazer coro para que Hollywood ouça todos os críticos e coloque melhor atuação infantil como prêmio da academia. Dwight Henry também comove por ao mesmo tempo que é estúpido com a garotinha, conseguimos ver em seus olhos o sentimento de que tudo que faz é para que ela aprenda o que ele deseja, esse momento é altamente transmitido na sua cena final onde você se arrepia com todo o quadro, além claro de muitos outros que mostra um domínio de tela impressionante.

O trabalho feito pela direção de arte é tão impressionante, que ainda irei pesquisar se realmente existe essa comunidade pobre chamada Banheira no filme, pois são detalhes tão perfeitos presentes que os olhos ficam se movendo à todo momento para cada canto da tela para ver algo novo que ainda não foi mostrado. Claro que temos alguns elementos bem nojentos que até atrapalham às vezes, mas como disse isso pode ser relevado. A fotografia foi bem trabalhada e temos imagens escuras que são altamente realçadas de forma a brilharem nos pontos que o diretor quis chamar atenção, a única reclamação está na quantidade de cenas feitas com câmeras na mão que acabam exageradamente tremendo demais a imagem.

A trilha sonora também está bem colocada tanto para dar ritmo ao filme, o que nem é tão necessário pois possui apenas 93 minutos, mas ela funciona mais para dar sentimento do que tudo. Além claro dos ruídos que foram colocados, dando toda a dor e movimento para o não presencial que é bem trabalhado no geral, exageraram apenas um pouco na quantidade de batimentos de coração, mas tinha de ter algo para que reclamássemos.

Enfim, um excelente filme que recomendo com toda certeza para que todos assistam sem falta seja no cinema ou quando sair em DVD, afinal a distribuidora Imagem Filmes não acreditou no longa e como ele não venceu nenhuma categoria no Oscar acabou vindo para cá somente agora, então imagino até lugares mais para o interior. Fico por aqui agora, mas daqui a pouco tem mais por aqui, nessa semana que teremos praticamente todos os atrasados do Oscar. Abraços e até mais tarde pessoal.

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Amor é Tudo Que Você Precisa

3/13/2013 12:29:00 AM |

Sabe quando você está cozinhando e alguma coisa parece estar faltando sal, daí você vai colocar um pouco e salga demais e logo em seguida tenta lavar ou colocar água para tirar o sal? Como fica a comida? Estranha não é! O que temos no longa "Amor é Tudo Que Você Precisa" basicamente é essa mistura toda, onde você vai indo para um caminho quando tudo parece que está ficando chato demais, acontece algo totalmente imprevisível, em seguida esse imprevisível evapora e voltamos ao mais normal possível que você tinha a certeza de ocorrer logo nas primeiras cenas e assim temos um fechamento tradicional e insosso para um filme que propôs uma tonelada de possíveis finais diferentes. Posso ter deixado você confuso com tudo isso, mas antes confuso que ir assistir sem saber e reclamar o filme todo como algumas pessoas na sala onde estava fizeram.

A história nos mostra que duas famílias muito diferentes encontram-se em uma casa de campo na Itália para festejar um grande casamento, planejado nos mínimos detalhes. Mas nada ocorre como esperado... De um lado Patrick, o noivo, filho do inglês Phillip, empresário bem-sucedido, sempre envolvido em trabalho, ficou viúvo há alguns anos e não consegue se aproximar do próprio filho. Do outro lado a sonhadora Astrid, a noiva, jovem sonhadora em busca de um amor, vive o conto de fadas de um casamento, sempre apoiada por sua mãe Ida, uma cabeleireira charmosa e falante que recentemente ganhou uma batalha contra o câncer de mama. Os destinos de Ida e Phillip estão prestes a se entrelaçar, quando eles embarcam para a Itália para assistir ao casamento de seus filhos.

A sinopse por si poderia até omitir alguns fatos, mas como 99% das pessoas sabem o que vão ver numa comédia romântica, que de comédia não tem praticamente nada já vamos deixar bem avisado, então vamos deixar assim mesmo. Quando Susanne Bier fez o ótimo "Em um Mundo Melhor" e praticamente fez conhecermos realmente seu nome, pelo menos pra mim, esperava muito mais de uma comédia romântica assinada por ela. Tudo bem que a parte dramática do sentimento de conquista por vencer um câncer é legal, as alternativas possíveis de quebra do comodismo implementadas também são bacanas, mas ficar indo e vindo do tradicional para o diferente e terminar de forma mais comum possível foi jogar um balde de água fria nos espectadores que já estavam cansados com a primeira parte inteira e que se tivessem saído antes do ponto de virada achariam que não perderam nada, e aqueles que saíram somente no final também chegam a essa mesma conclusão de que não perderam nada. Podemos falar que o problema está no roteiro, não acredito, está mais com cara do peso da mão, mas como Susanne também assina parte da história então!

Das atuações, o que mais convém falar é da garra de Trine Dyrholm que ao que tudo indica raspou seu cabelo para fazer as cenas, não posso afirmar isso, mas seus gestuais mostram realmente a garra que os vitoriosos sentem ao vencer um câncer e ao mesmo tempo o medo do retorno, porém nos momentos que ela tenta forçar algum romance ou algo cômico soa estranho não parecendo ter vontade de fazer aquilo. Pierce Brosnan, muitos vão me criticar, mas pensei que tivesse morrido, pois desde Novembro/2011 não via nada dele nem ouvia falar nada, então! Mas sua atuação aqui embora sempre galanteadora, é apenas correta sem muitas expressões que falássemos ser sua volta triunfal para o cinema como galã, porém no geral agrada. Agora o casal jovem principal Sebastian Jessen e Molly Blixt Egelind, vou preferir apenas falar que foram ruins no geral,  pois se falar muito deles, estrago a única surpresa do filme. Dos coadjuvantes praticamente quem salva um pouquinho a pátria é Kim Bodnia que tem uns momentos bem cafajestes que qualquer mulher na sala você escuta reclamar, e isso é sempre bom de ver um ator que conquista o povo negativamente, poderia terminar mais vilão, mas sua penúltima cena é de ficar com uma enorme interrogação na cabeça, o porquê da diretora, sendo mulher, colocar aquilo no filme.

O visual da Itália agrada bastante, mas só por que arrumaram uma locação bacana não significa que a cada 10 minutos do longa é necessário ficar mostrando o mesmo plano com atores diferentes nos cantos enquadrando a mansão não é verdade? Esse recurso na segunda vez já está cansativo, então apenas imagine o que falei na quarta vez que apareceu! O que aparenta na questão visual é que arrumaram pouquíssimos recursos para fazer o longa e tudo é minimizado em mostrar na tela para tentar não deixar ele tão pobre, e isso incomoda demais mesmo quem não for da área, pois tudo é mostrado diversas vezes para enfatizar algo, esse recurso funciona quando um objeto vai fazer a diferença em cena, mas nessa caso não funcionou em momento algum, principalmente a cada três planos a protagonista falar que vai comprar toalhas de mesa, ou então buscar as toalhas de mesa, ou então cadê as toalhas de mesa, "Meu Deus!!! Pra que as toalhas de mesa vão servir no filme!!!!". A fotografia abusou do clareamento do rolo, deixando as imagens foscas, e isso pelo menos na minha opinião não serviu para nada e até estraga as paisagens bonitas que são mostradas para dar mais tempo e deixar o longa com 116 minutos, sendo que com uns 90 ou até menos a história seria bem contada.

Enfim, é um daqueles filmes que saímos do cinema nos perguntando o porquê daquilo, claro como disse se tivesse nos surpreendido e finalizado seria algo chocante e marcante para seu currículo, mas como vimos algo tradicional ao final, não vale a pena gastar nem os ingressos promocionais que foram adquiridos nas últimas semanas. Fico por aqui nessa semana cinematográfica, esperando a sexta que virão vários atrasados que concorreram ao Oscar para podermos finalmente dar nossa opinião. Abraços e até sexta pessoal.


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A Parte dos Anjos

3/11/2013 12:42:00 AM |

Sabe aquele filme que o trailer não te compra? Esse filme pode ser muito melhor do que você espera e agradar de uma forma impressionante. Comecei o texto de "A Parte dos Anjos" falando isso, pois lembro como se fosse hoje quando vi o trailer há uns dois meses mais ou menos numa sala, e o senhor do meu lado falou: "nossa que filme estranho e ruim". Fiquei com essa frase dele na cabeça, pois também não tinha achado que fosse ser um bom filme e depois imaginava que nem estrearia aqui pelo interior. Pois bem, o pessoal ponta-firme da Imovision não esquece jamais daqui e mandou o longa aqui na data de estreia nacional, o que já conta muitos pontos, e pasmem, ele é anos-luz melhor que seu trailer, colocando uma mistura de comédia com crítica social muito bem encorpada de forma que os atores, em sua maioria novatos na telona, fizessem excelentes papéis e nos divertissem numa ótima sessão.

A história nos mostra que Robbie é um rapaz do subúrbio de Glasgow, perseguido pelo seu passado de delinquência, que está prestes a se tornar pai. Após escapar da prisão em um julgamento, é forçado a prestar serviços comunitários, quando conhece outros jovens problemáticos e Henry, que se torna seu mentor e o inicia na arte do uísque. Ao descobrir um talento real como degustador, Robbie bola um plano com seus amigos que pode render a eles um novo começo.

O mais interessante da história está na condução que o diretor soube usar para que embora seu filme tivesse toda a crítica social que quer mostrar de pessoas que saem da prisão e não conseguem emprego, do tratamento que policiais dão a eles e por aí vai, ele conseguiu colocar a comédia num nível superior da trama, fazendo com que ríssemos de situações bem divertidas que ocorrem com os protagonistas. E claro, esse modo de fazer o filme rendeu ao diretor Ken Loach o prêmio do Júri de Cannes em 2012, pois com certeza se ele optasse por qualquer uma das duas vertentes, fosse apelar mais para a carga dramática ou exagerar na comédia, o longa se tornaria chato de assistir e geraria muito mais críticas negativas do que favoráveis. Não digo que é perfeito, pois o excesso de palavrões e algumas cenas um pouco nojentas poderá constranger algumas pessoas, principalmente mulheres que geralmente não gostam desse estilo, mas tirando isso é excelente tanto no texto quanto na interpretação/direção.

Os atores inicialmente vão parecer que não possuem química alguma e aparentemente podemos até achar que não vão a lugar algum, mas com o decorrer da história acabam se tornando bem agradáveis de acompanhar e até começamos a torcer para que tudo de certo pra eles, além de que por serem bem mais presentes em filmes britânicos, a maioria deles nem conhecemos por aqui. Paul Brannigan tem toda a cara de meliante juvenil daqueles que você vê na rua sempre e isso o leva ao maior parecer que o ator pode conseguir, só que seus atos de nervoso não convencem muito não, fico preferindo seu lado emburrado. John Henshaw possui todo o carisma possível que seu personagem pede, e faz dele a ligação social que o protagonista necessita para alcançar voos, acredito que por ser um dos atores mais experientes que a trama teve, passou muito para os novatos. Gary Maitland consegue fazer tantas trapalhadas e falar tantos absurdos que numa comparação fácil colocaria ele como o Burro do Shrek, mas assim como o personagem animado, acabamos nos divertindo bastante com ele, e fica tudo bem. Siobhan Reilly acaba sumindo um pouco e seu personagem poderia ter sido talvez um pouco mais empregado, mas os momentos em cena mostra uma boa interpretação e mostra que domina os diálogos também. O mais conhecido de todos Roger Allam aparece em três cenas e pode ser considerado até como uma participação especial, mas marca forte nas cenas que aparece com o protagonista de forma que suas poucas palavras enquadrem bem nos atos do personagem principal.

O visual acaba se tornando mais interessante quando entra no mundo das destilarias, pois mostra a fundo como é a produção da tão famosa bebida de formaturas, casamentos e afins por aqui, que vemos um mundo a parte das pessoas que degustam essa bebida chamada Whisky e quando os personagens passam a fazer parte desse mundo o visual do longa fica bem bacana e divertido. O figurino também comumente usual de kilts acaba ficando divertido e chama a atenção em algumas cenas. A fotografia soube aproveitar dos visuais da natureza e principalmente muito da luz natural, o que enriqueceu bem o filme e agrada visualmente.

A trilha sonora é bem usada tanto para dar ritmo quanto para divertir em muitas cenas. E a escolha de "I'm Gonna Be (500 Miles)" ficou perfeita, principalmente por tudo que diz na letra que é realmente o que o protagonista busca, como a sonoridade que a música proporciona.

Enfim, gostei muito do que vi e mais uma vez agradeço ao pessoal da Imovision por nunca se esquecerem do pessoal do interior, continuem mandando sempre esse estilo de filme que é alternativo, mas que consegue levar um bom público cativo para ver, felizmente tinha um bom volume na sala que assisti. E recomendo demais que todos vejam esse longa que levou 4 prêmios de suas 7 nomeações em diversos festivais, pois vale muito a pena o ingresso investido. Fico por aqui hoje, mas ainda teremos mais nessa semana, então abraços e até breve pessoal.


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Oz: Mágico e Poderoso

3/09/2013 01:49:00 AM |

Hoje optei por no topo o pôster grande do filme, visto que ele possui um detalhamento visual incrível, para aqueles que quiserem podem aumentar que verão a quantidade de detalhes, e por qual motivo faria isso senão o principal do longa "Oz: Mágico e Poderoso" ser algo de um apreço de cores, cenografia, elementos cênicos que se desenvolvem de uma forma tão bela na ótima história de prequel para o também fabuloso longa de 1939, o qual deva ser feito um remake muito em breve pelo que já andam falando da continuação desse que estreou hoje. Alguns vão dizer que estou exagerando, mas pelo pouco que vi posso considerá-lo como um dos melhores 3D que já assisti no cinema, dando sensações e arremessando de tudo para os olhos do espectador numa história que com vários planos ocultos por trás do que se observa diretamente na tela, maravilha e nos deixa completamente agradados.

A história do filme nos apresenta as origens do personagem de L. Frank Baum, o Mágico de Oz. Quando Oscar Diggs, um inexpressivo mágico de circo de ética duvidosa é afastado da poeirenta Kansas e acaba na vibrante Terra de Oz, ele acha que tirou a sorte grande, até encontrar três feiticeiras, Theodora, Evanora e Glinda, que não estão convencidas de que ele é o grande mágico que todos estão esperando. Relutantemente envolvido nos problemas épicos que a Terra de Oz e seus habitantes enfrentam, Oscar precisa descobrir quem é bom e quem é mau antes que seja tarde demais. Lançando mão de suas artes mágicas por meio da ilusão, ingenuidade e até de um pouco de magia, Oscar transforma-se não apenas no grande e poderoso Mágico de Oz, mas também em um homem melhor.

Muitos irão falar que não viram o de 39, então primeiramente vejam o quanto antes, pois é um excelente filme que inclusive foi indicado ao Oscar na época como melhor filme e ganhou Trilha Sonora e Canção Original. Mas não se preocupe de ver antes de ir assistir esse novo nos cinemas, pois não é obrigatório, apenas vai ser bacana, pois as referências que vão deixar em aberto já possuem uma boa ligação com o antigo. O que o diretor Sam Raimi aprontou aqui é algo que alguns críticos irão bater muito em cima de falar que ficou vazio, cheio de exageros visuais e que esqueceu de por história para ser considerado filme, e como de praxe, vou contra todos eles, pois a ideia que está contido nessa história é bem bacana e podemos considerar até bem cheia de elementos expressivos para dar rumo ao que acontece depois, além claro de visões bem interessantes por trás de cada personagem mesmo que pequeno que o longa nos apresenta de forma mágica e sensitiva. Claro que conhecemos já o diretor e tudo que para os outros seria apenas um pontinho ele abre quase uma cratera e essa grandiosidade fez com que os produtores que já tinham acertado a mão, pelo menos no quesito visual de "Alice no País das Maravilhas" e "Branca de Neve e o Caçador", novamente emplaca algo de um deslumbre exemplar.

Quanto dos atores vou me conter aos protagonistas, pois o foco deve ser realmente mais neles já que os coadjuvantes acabam sendo muitos e servem mais como elo visual do que parte da história em si mesmo. Quem diria que James Franco poderia ser tão canastrão e ainda assim agradar o público? Suas proezas desde o primeiro plano nos divertem de uma forma inexplicável, pois qualquer se fosse num jornal da TV que aparecesse tudo que andou fazendo ou até mesmo alguém que conhecêssemos, iriamos falar mal e reclamar por demais, e no longa isso tudo funciona e bem principalmente para as cenas finais que ficaram perfeitas; mais um ótimo trabalho para o currículo do ator com certeza. As cenas iniciais de Mila Kunis pareciam mostrar que a atriz teria algo mais forte para mostrar além de sua beleza, porém isso acaba não acontecendo e sem dar spoilers, a sua segunda parte nem parece ser a boa atriz que conhecemos por ditar fortes textos eloquentes e mostra que muitas vezes menos é mais, pois está se entupindo de papéis e cada dia está piorando. Rachel Weisz podemos dizer que é o personagem com mais força nos diálogos, e prova saber administrar mais seus pontos fortes de maneira que chame a responsabilidade para si em muitas cenas. Michelle Williams está tão diferente dos seus últimos papéis que confesso ter pensado ser outra atriz no papel de Glinda, não digo que está ruim, muito pelo contrário seus trejeitos e seu dinamismo com a quantidade de cenários e personagens irreais, mostra que sabe muito bem lidar com fantasia, mas de forma alguma lembra qualquer um dos seus três últimos filmes que vimos e isso é excelente pois mostra uma boa versatilidade para a atriz. Zach Braff deve ter tido bastante trabalho para fazer a captura de movimento do personagem Finley pois os trejeitos de expressão que temos no macaquinho são primorosos e nos cativa facilmente.

Como já disse o ponto alto do filme está no quesito visual, e embora 99,9% seja digital, o que deve ter sido dificílimo para os atores trabalhar com tudo no conhecido fundo verde, é de fazer qualquer pessoa que já trabalhou com arte babar na sala de cinema, tudo é grandioso, brilha, tem muitas cores e o melhor com a tecnologia 3D tem uma profundidade de campo impressionante tanto para fundo de tela, quanto para frente de tela, fazendo com que muitos elementos saiam da tela para o campo visual quase tátil do espectador, que pula da cadeira muitas vezes até assustando o vizinho de poltrona ao lado. Diria mais, quem não for assistir o longa em 3D irá perder e muito no resultado final, pois é um elemento bem chave para a trama inclusive agradando nos momentos iniciais em preto e branco e tela reduzida onde fica até mais evidente os efeitos saindo do quadro. Também no quesito efeitos, não achei muito bacana os raios soltados pelas bruxas, ficando meio artificial demais, mas não tenho em mente algo que pudesse ser melhor. Aliado à ótima direção de arte, claro está a fotografia primorosa que soube mesmo ficando muito no digital aliar as cores dos filtros de forma a atenuar bem a mistura entre digital e personagens reais, e claro o ótimo trabalho em P/B, realmente um trabalho conjunto perfeito. Outro ponto que também já ia esquecendo é falar das texturas, principalmente da bonequinha de porcelana, que impressiona tanto no quesito sonoro quanto na perspectiva do material.

A trilha sonora está bem encaixada e até dita um ritmo no contexto geral, mas acho que ficou faltando um pouco mais de nuances para não ficar repetindo a mesma música constantemente. Além, claro de que pagaram milhões para Mariah Carey gravar uma canção para o filme que entra somente bem no final dos créditos com quase mais ninguém na sala para ouvir, pois o longa não contém nenhuma cena além dos créditos.

Enfim, o longa me agradou bem mais do que imaginava e recomendo com muita certeza para todos que pedirem minha opinião. Já irei ficar aguardando o próximo para poder quem sabe ouvir uma nova versão de "Over The Rainbow" e claro atualizar o longa com os efeitos visuais atuais. Como disse vá ver em 3D mesmo que seja mais caro e dê preferência para salas com tecnologias XD, Macro XE, Imax, 4K, que vislumbram maior quantidade de luz, pois as cores do filme merecem ser vistas no melhor possível. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas essa semana ainda temos mais alguns posts por aqui, então abraços e até breve.


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Colegas

3/05/2013 10:54:00 PM |

Quando vamos analisar o filme "Colegas" podemos seguir duas vertentes, a de superação para os atores portadores de Down e o diretor por conseguir fazer algo completo com eles, ou podemos atacar ferozmente a quantidade de erros que o longa possui. E dificilmente veremos pela internet toda uma crítica só que não tenha ficado muito mais tendenciosa para a primeira vertente, assim como todos os prêmios que o longa vem ganhando em festivais. Não digo que o filme seja ruim, de forma alguma, possui um tema bacana que não víamos há bastante tempo que são os "road movies", têm elementos de arte bem concisos, e principalmente possui atores completamente diferenciados que mesmo com todas as suas limitações fazem uma ótima interpretação sob as mãos de um ótimo diretor. Porém não podemos ficar de olhos fechados para os erros, muitos até infantis para um cinema brasileiro que vem crescendo e começa a ser visto com olhos cada vez mais críticos tanto pela sua população quanto pelo exterior.

O filme aborda de forma inocente e poética coisas simples da vida, sob o ponto de vista de três jovens com síndrome de Down - Stalone, Aninha e Márcio -, colegas que se comunicam basicamente por meio de frases célebres do cinema, resultado dos anos em que trabalharam na videoteca do Instituto Madre Tereza, local onde viviam. Um dia, inspirados pelo filme "Thelma & Louise", resolvem fugir no velho carro do jardineiro Arlindo em busca de seus sonhos: Stalone quer ver o mar, Márcio quer voar e Aninha busca um marido pra se casar. Nesta viagem, enquanto experimentam o sabor da liberdade, envolvem-se em inúmeras confusões e aventuras como se a vida não passasse de uma eterna brincadeira.

A história em si pode ser vista de uma forma bem bonita, pois assim como dita em uma passagem "Aninha não gostava de ver nenhum animal preso, já que sabia bem o que era isso" e com essa frase narrada, o longa já se explica completamente por todos os anseios dos protagonistas em buscarem suas fantasias como ditas na sinopse. O maior problema do filme, na minha opinião, é que ao final vemos que o personagem de Lima Duarte está contando a história dos protagonistas para outras crianças, mas o exagero de narrações (acredito que seja pela dificuldade de compreender muitas vezes o que os protagonistas dizem) cansa e muito, é quase como se todos que fossem ao cinema tivessem que ver a versão com audiodescrição que foi passada em alguns cinemas, o que não é o caso de onde assisti. Além disso, todos os coadjuvantes para fazerem algo péssimo precisariam melhorar muito. Agora você deve estar falando, nossa o Coelho odiou tudo no filme, com certeza não é bem assim, por os protagonistas terem vivido boa parte trabalhando na videoteca do Instituto em praticamente 99% de suas cenas fazem referência à algum filme e as homenagens são uma melhor que a outra, sempre muito bem característica e que qualquer amante do cinema pega no ar facilmente. Nesse quesito o diretor e roteirista Marcelo Galvão soube acertar completamente a mão. Outro ponto que o diretor acerta está na forma de trabalhar com os protagonistas, que embora ele afirme em todos os programas de TV que apareceu: que foi bem tranquilo trabalhar com eles, quem tem algum parente ou conhecido que possui Down sabe muito bem que não é assim fácil entrar no ritmo deles principalmente num longa de quase duas horas editado.

O trio de protagonistas é muito dinâmico, e em vários momentos Ariel Goldenberg, Rita Pokk e Breno Viola, aparentam ser bem mais normais que muitos que conhecemos por aí, e o mais interessante é que a forma que destoam de todos os coadjuvantes faz parecer que o diretor quis colocar como "os diferentes" realmente todos os demais. Dos três, embora não seja o líder do grupo com certeza o destaque fica para Breno Viola, que tem um gás como poucos já vistos pelo cinema e quem sabe pode ainda dar muito trabalho pelas telas do cinema. Dos péssimos coadjuvantes, vou preferir atacar os conhecidos Leonardo Miggiorin e Lima Duarte; Miggiorin pra beirar o ridículo precisa melhorar anos luz, nem que o mundo acabasse duas vezes teríamos um policial, investigador ou qualquer coisa que parecesse com ele, ficando na cara de que foi um ator que jogaram na história apenas por se oferecer (pelo menos espero); enquanto Lima faz seu tradicional personagem caipira que já vimos umas mil vezes e ele nem mais se preocupa em tentar não fazer um estereótipo. Do restante me contento de falar que procurem olhar apenas pros protagonistas para não ficarem tão irritados com o que verão na tela.

O visual do longa mostrou porque foi merecido o prêmio de direção de arte no Festival de Gramado, pois a cenografia por onde os protagonistas percorrem é perfeita e muito bem encaixada na história, nos agraciando a cada segundo do filme, claro os que não contém coadjuvantes incrustados atrapalhando, com maravilhas visuais tanto do Sul do Brasil quanto da Argentina por onde a produção passou gastando seus milhões do orçamento.

A trilha sonora também está muito bem encaixada com a trama, visto que as músicas de Raul Seixas sempre trazem boas mensagens que o diretor soube utilizar para ilustrar cada passagem que entra a música. Só poderia ter ficado melhor se ela tivesse sido usada mais vezes como artifício visual e não muitas vezes como trilha somente.

Enfim, diria que o filme é bacana apenas, bem produzido e ousado pela atitude de usar como protagonistas os portadores de Down, mas somente isso, o longa tirando um começo altamente emotivo acaba ficando apenas na diversão e acaba apagado devido à tantos erros com coadjuvantes e fechamentos de tela em fade out a todo momento, que é outro ponto que cansa bastante. Claro que todos que possuírem algum parente, amigo, conhecido com a doença irá se comover com o trabalho dos protagonistas, mas dizer que é o filme brasileiro do ano está muito longe disso. E também mesmo que não feita de forma intencional, a campanha #VemSeanPenn acabou gerando mais marketing gratuito para o filme do que o próprio diretor esperava. Bem é isso, fico por aqui hoje e também na semana, já que não vieram somente essas estreias para o interior. Abraços e até sexta pessoal.


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Dezesseis Luas

3/03/2013 11:11:00 PM |

Alguns filmes conseguem se encaixar num gênero que poderíamos classificar até como fora dos padrões comuns do cinema, pois já estão virando um nicho de mercado que é o de literatura adolescente. Com o sucesso que a saga "Crepúsculo" fez nos cinemas, com o final da saga somente nesse ano teremos o lançamento de quatro filmes baseados em livros que conquistaram a juventude mundial. Para iniciar o ano temos "Dezesseis Luas" que poderíamos até assistir com um pé atrás principalmente pelo péssimo pôster e cartazes que escolheram para ilustrar o filme, mas no geral até agrada um pouco, principalmente os espectadores que não conhecerem nada da história assim como eu, pois pelo que andei ouvindo os fãs do livro estão bem bravos com o que viram nas telas do cinema.

A história nos mostra que Ethan Wate é um estudante do colegial que mora em Gatlin, um pequeno vilarejo na Carolina do Sul. Ele vive isolado dos outros jovens em uma sociedade intolerante, perturbado pelos sonhos com uma garota misteriosa. Um dia, uma nova adolescente chega ao local: Lena Duchannes, que também tem problemas de adaptação. Logo, os habitantes de Gatlin descobrem que ela possui poderes sobrenaturais. Ethan e Lena se apaixonam e agora devem lutar contra uma maldição se quiserem ficar juntos.

A história em si diria que é bem fraca e simples, pois segue a mesma linhagem de todos os filmes românticos fantasiosos que já vimos no cinema, o que vale a pena prestar atenção é apenas na condução que o diretor e roteirista Richard LaGravenese("P.S. Eu Te Amo") soube fazer para retratar tudo do livro para as telas sem que ficasse artificial demais, e tirando alguns efeitos especiais toscos (principalmente os raios), o longa consegue convencer bem tanto a forma de romance no famoso estilo Romeu e Julieta de ser como a fantasia que há por trás da história. E como disse na frase que coloquei no Twitter, até estava me convencendo de ter um final 100% diferenciado, mas não teve jeito de me enganar e terminou diríamos 99% comum.

Assim como tem sido feito em todos os filmes desse gênero, os atores são praticamente desconhecidos das telonas e até se saem diríamos, corretos. Alden Ehrenreich tem bons momentos e até mostra certa lida com as câmeras, mas existem algumas cenas que parece estar tão perdido no quadro que ficamos nos perguntando será que ele sabe o que está fazendo ali, suas falas também não são as melhores, mas vindo de um livro então não podemos falar muito né. Alice Englert também parece um pouco deslocada, mas deve melhorar bem se a saga continuar com os outros livros, pois deve ter mais tempo para poder assimilar melhor o personagem e claro quem tiver lido o livro deve poder falar, mas acho que agora já saberá que rumos tomar diferente da adolescente bobinha e perdida que até faz bem aqui. Viola Davis aparenta ter um personagem bem chave para a trama toda, mas no corte final que foi colocado nos cinemas ficou faltando um pouco mais para nos convencer disso, sua atuação sempre é ótima, mas como sempre aparece e desaparece aqui tão rapidamente ficamos meio soltos do que realmente ela poderia ter feito para engrandecer o filme. Jeremy Irons está muito bem no seu papel e mesmo aparecendo pouco faz com que os principais até se apaguem um pouco quando está em quadro, não posso falar muito sobre seu personagem sem dar spoilers, mas no geral agradou bem. Emma Thompson faz muito bem seus dois papéis no filme de forma que fica até um pouco difícil dizer quando temos um personagem e quando temos outro sem ser pela entonação na fala (não quero nem pensar como ficou o filme dublado!!!). Emmy Rossum até tenta aparecer com seu personagem, mas é mais no visual provocante que vai agradar os homens que forem assistir ao filme, do que qualquer palavra que venha a falar durante a exibição.

A direção de arte que assinou as duas partes do filme "Amanhecer" volta para fazer uma cidadezinha do sul padrão, mas as florestas tão conhecidas do público teen que conferiu a saga. Não sei se isso foi proposital, mas acabou ficando bem semelhante em quase tudo. Achei bacana a proposta da casa assombrada por fora, mas mega high-tech clean por dentro, só não entendi o porquê, mas achei bonito. A fotografia no geral está bem bacana, afinal está presente um grande mestre das sombras Philippe Rousselot que raramente erra, e seu jogo de luzes consegue maquiar bem alguns falsetes que existem pelo filme conter muitos efeitos especiais. Já que comecei a falar dos efeitos, vamos lá, no quesito maquiagem temos um grande acerto, pois os personagens ficaram bem interessantes e os efeitos digitais usados para esse quesito caíram bem, porém contrataram com certeza a pessoa errada para fazer raios e efeitos de choque, pois ficaram extremamente artificiais causando até certo constrangimento de ver algumas cenas, mas tirando esse estilo de efeito os demais estão condizentes.

Acredito que a trilha sonora pecou um pouco, pois ela nem dita o ritmo para o longa nem faz o principal num romance que é emocionar. Poderiam ter caprichado um pouco mais nesse quesito que com certeza teríamos um atrativo mais forte para a trama.

Enfim, é um filme padrão do gênero, que se seguir a linhagem deve ter muitas continuações afinal a série é composta de 4 livros, então se tivermos bilheteria aguardem os próximos anos que virão para suprir os fãs, que pelo que li estão um pouco bravos com a adaptação, mas que livro não teve reclamações de suas adaptações não é? Não posso dizer que me apaixonei pelo filme, mas também não achei péssimo como imaginei que seria. Aqueles que gostarem de um romance fantasioso no cinema até sairão contentes com o que verão, claro que bravos com alguns efeitos, mas no geral felizes. Fico por aqui hoje, mas essa semana ainda temos apenas mais um filme que veio para o interior, então até breve pessoal.


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