Elefante Branco

1/30/2013 01:34:00 AM |

Coisas desse estilo que me deixam nervoso, pois todo dia passam nos cinemas filmes tão ruins e outros excelentes acabam passando só depois de meses da estréia, isso quando entram em cartaz. O exemplo mais claro está nos filmes argentinos que raramente tem me decepcionado e quase nunca chegam a entrar pelo interior afora. Graças ao Cinecult pudemos assistir ao excelente "Elefante Branco", onde novamente Ricardo Darín mostra porque está em quase todos os filmes de lá sejam dramáticos ou cômicos que ele detona, e não apenas pelas atuações, o longa possui um conteúdo vasto tratado de forma ao mesmo tempo que pesado é conduzido pelo diretor com o nível de firmeza que parece estar carregando de forma tão suave que as quase 2 horas passam voando.

A história nos mostram que o padre Julián e o padre Nicolás trabalham ajudando os menos favorecidos na favela de Villa Virgen, periferia de Buenos Aires. O local é um antro de violência e miséria. A polícia corrupta e os próprios sacerdotes da Igreja nada fazem para mudar essa realidade e os dois sacerdotes terão de por suas próprias vidas em risco para continuar do lado dos mais pobres.

O interessante da história que não pesquisei se possui um fundo mais real do que parece a ficção, quem souber se é 100% real coloque nos comentários depois, é que o longa capricha tanto no teor político quanto nas opiniões dos roteiristas quanto à todos os fatos que põe em cheque: religião, política, drogas e até mesmo no âmbito social. E isso embora tratado de forma bem forte, não deixa o filme pesado de se assistir, acaba passando suave, mas ficando na sua mente para pensar em tudo  que nos foi mostrado. E claro quem poderia dirigir um filme assim se não fosse Pablo Trapero que já havia posto toda suas manguinhas de fora em "Abutres" e aqui não deixou por menos, principalmente com um gasto de produção bem maior para trabalhar, colocando planos imensos bem montados com a cenografia perfeita para que os olhos brilhassem junto com o teor que quisesse dar para cada momento.

Falar das atuações num filme que tem Ricardo Darín é algo que não precisa dizer nada, o próprio nome já é um selo de qualidade de atuação, o qual ainda desejo ver ele num filme americano para poder torcer muito, claro que quase sem precisar, para que ele leve um Oscar ou qualquer grande prêmio do cinema, pois ele trata com minúcia seus personagens, cada um diferente do outro, que não se parece em nada com o anterior, aqui seu padre tem alma ao mesmo tempo que é político para fazer o que necessita sem se queimar, e fico apenas nisso para não contar nenhum spoiler, pois o que ocorre ao longo da história é muito bom. Jérémie Renier, é um ator que eu jurava já ter visto muito mais filmes dele, mas olhando sua ficha vi apenas mais 2, e posso considerar que aqui ele faz um papel como pouquíssimos atores fariam, tem uns momentos que poderiam ter sido feitos de outra forma, principalmente nas cenas mais fortes no quesito da ideologia, mas  no geral o que faz agrada bastante. Martina Gusman, já havia feito um ótimo papel no longa anterior de Trapero e aqui soube conduzir boas cenas que exigiu sua interpretação, porém assim como Jérémie tem alguns momentos que parece estar tão no automático que fica um pouco falso demais. Tirando alguns figurantes que olham muito para a câmera, no geral o elenco secundário agrada bastante.

No quesito visual, só ficava pensando "Meu Deus, que locação perfeita!", pois deve ter sido dificílimo trabalhar numa favela como a que se passa o longa, e ao mesmo estilo de "Cidade de Deus", tudo é feito com minúcias sem que fosse mostrado demais e também não pecasse por mostrar coisas de menos, empobrecendo o filme. A direção de arte teve todo esse trabalho e pode se considerar vitoriosa com o que entregou para o público. A fotografia trabalhou bem no geral, mas nas cenas de chuva, embora o correto seja sempre trabalhar no escuro, achei que faltou um pouco de iluminação, mas tirando isso os momentos tensos foram trabalhados divinamente enfocando sempre em sombras como deve ser feito.

A trilha sonora e os efeitos sonoros, em alguns momentos exageraram, principalmente na escolha musical de um rock pesado, que tem na letra tudo que necessita para o filme, mas ele assusta ao invés de ser incorporado pela trama, porém como disse por ter a letra 100% tematizada com o longa a escolha cai bem.

Enfim, um filmaço que foi o indicado argentino ao Oscar, uma pena não ter sido selecionado para estar entre os 5 finalistas, mas que vale muito a pena passar numa sessão que esteja rolando do Cinecult em sua cidade, ou assim que for possível locar para ver mais uma amostra de que o cinema argentino está anos-luz a frente do nosso brasileiro, principalmente no quesito de bons dramas. Encerro essa semana aqui, mas já recebi a programação da próxima e a partir de sexta teremos muitas atualizações por aqui pessoal com "Os Miseráveis", "O Lado Bom da Vida", "Caça aos Gângsteres", "Inatividade Paranormal" e "As Aventuras de Tadeo", então abraços e até sexta.


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O Resgate

1/27/2013 04:15:00 PM |

As pessoas reclamam que ultimamente só saem filmes sérios daqueles que você apenas fica pensando, mas quando sai um que somente o que temos é ação sem precisar pensar em nada, reclamam também, então vai entender!! O longa "O Resgate" é um desse estilo que com certeza repete milhares de clichés de filmes que já vimos, mas como uma diversão de fim de noite, principalmente se você não tem mais nada para assistir ou fazer, vale muito pela ação imposta do começo ao fim do filme, que com certeza passará milhares de vezes nas telas de nossa TV em breve.

A história nos mostra que Will Montgomery é um famoso bandido que acaba de sair da prisão depois de oito anos e está disposto a mudar de vida. Entretanto, é chantageado por Vincent, antigo parceiro seu, e obrigado a realizar um assalto para salvar a vida de sua filha Allison que está trancada em um táxi.

A sinopse mostra algo raso assim como o filme é, mas não deixa de ser algo bacana de conferir, pois o diretor Simon West faz com o longa o mesmo que fez em "Os Mercenários 2", coloca ação do início ao fim de modo que você não desligue em momento algum, tanto que assim como eu todos que estavam na sala do cinema numa sessão quase à meia-noite não vi ninguém dormir e todos saindo comentando bem do filme. O fato é que faltou um pouco de suspense na trama, além de tudo que vai acontecer ser premeditado por algum personagem falando a suspeita em alto e bom som para que ficássemos pronto para o que iria acontecer. Isso pode ser o fato de um roteiro fraco de David Guggenheim, que no seu anterior "Protegendo o Inimigo" conseguiu amarrar mais as pontas, mas a história em si por ser bastante conhecida por já ter milhões de filmes do gênero espalhados por aí que acho que acaba nos deixando mais aptos a ver o longa com outros olhos.

A atuação de Nicolas Cage, que é imensamente amado pelos brasileiros e lota até sessões à meia-noite, é um fato e que ele nunca vai acabar de pagar os seus impostos e pegar mil filmes por ano também é outro fato consumado, mas fato mesmo é que aqui ele está bem bacana nos momentos gerais do filme, fazendo drama quando precisa e ficando nervoso, claro que da sua forma que sempre vemos, mas considerando que já vimos uns 30 filmes seus pelo menos, posso dizer que está agradável fazendo mais do mesmo de sempre. Um ator que ficou interessante tanto pela maquiagem mas também pelo seu gestual é Josh Lucas, que a sua forma de agir após os 8 anos, é algo que se visse alguém dessa forma na rua com certeza sairia correndo, pois é de dar pesadelos. Sami Gayle poderia ter tomado mais umas 3 injeções para ficar adormecida atrás do táxi, pois sua inexpressividade aqui é algo forte demais para alguém que está sequestrada por um monstro. Malin Åkerman surge como uma atriz interessante que nos momentos que está enquadrada faz boas interpretações e mesmo tendo pouco texto mostra que não está no filme apenas para aparecer, pela quantidade de filme seu em produção no IMDB deverá ser em breve um rosto mais conhecido para nós. O restante dos personagens possuem poucas aparições, então não convém ficar falando muito deles.

A parte visual do longa é bem bacana, já que estão passando pelas comemorações de Carnaval em New Orleans, então temos desfiles de carros a todo momento, e por se passar boa parte da história em um táxi, temos perseguições pelas ruas quase sempre. Aí é que entra o grande mérito do filme, pois o diretor sabe como poucos fazer boas explosões e perseguições, algumas capotagens um pouco exageradas demais convenhamos, mas no geral tudo agrada. A fotografia não foi muito trabalhosa, mas tivemos algumas cenas onde a iluminação técnica não bate com o que aconteceria realmente, então os críticos mais chatos podem reclamar também disso, porém como disse é um filme que deve ser levado mais como diversão do que técnica então vamos esquecer disso.

A trilha sonora tentou seguir uma linha mantendo a mesma música desde a abertura até o final em todas as cenas, mudando um ou outro acorde, isso é bacana para marcar, mas em alguns momentos cansa ouvir a mesma coisa. O importante é que ela ajuda a segurar o ritmo, mas que preferiria ouvir outras canções durante o filme com certeza preferiria.

Enfim, como disse várias vezes, o longa se vale pela diversão que um longa de ação pode proporcionar e pelas perseguições em si, mas tirando isso é um roteiro bem fraco que não vai acrescentar em nada na nossa vida. Deverá ser daqueles que a Globo passará em mil horários em breve, então caso não queira ver no cinema é só esperar pra ver na TV. Bem é isso pessoal, semana quase acabada de filmes, faltando apenas um Cinecult no meio da semana, então abraços e até breve. Hoje a noite tem mais premiações do cinema na TV a noite, então não deixem de conferir o que achamos de cada filme no link: temumcoelhonocinema.blogspot.com.br/p/oscar.html


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O Mestre

1/26/2013 10:19:00 PM |

É interessante como alguns filmes podem nos trazer sentimentos esquisitos, de forma a sairmos da sessão pensando, será que gostei ou não do que vi? Com "O Mestre", fiquei exatamente com essa sensação, pois o filme tem boas atuações, uma história convincente, bons planos escolhidos pelo diretor, mas ao final saí meio confuso quanto a estar feliz com o que vi, e pelo que notei a face de todos na sala saíram iguais a minha, confusos e olha que a sala estava lotada.

O filme trata da fundação da Causa, uma organização religiosa criada por Lancaster Dodd nos anos 50, depois dos horrores da Segunda Guerra Mundial. Freddie Quell é um ex-alcoólatra, veterano da Marinha, que volta da guerra e regressa ao lar, aflito e inquieto quanto ao seu futuro. Ele se torna aprendiz de Lancaster Dodd, mas começa a questioná-lo quando o culto ganha proporções de fervor cego.

A história em si é algo bem interessante de se observar, pois essa mistura de hipnose com religião, a famosa cientologia é ainda algo intrigante que muitos acreditam. E a forma que o diretor nos apresenta o filme fica no ar sua opinião, sem deixar se é pró ou contra tudo que é feito, e isso é legal de ver, pois qualquer outro diretor senão Paul Thomas Anderson teria feito um filme exprimindo sua opinião de forma bem clara apoiando ou atacando. O ritmo escolhido para o longa também diríamos que foi na medida, nem muito rápido nem lento demais, e aliado aos planos que foram bem variados, a dinâmica proposta acaba se tornando satisfatória no geral.

As atuações estão dignas de serem indicadas à vários prêmios, bem como foram. Joaquin Phoenix está num personagem que diria que se o visse na rua falaria que era mais um bêbado jogado às traças, pois incorporou o papel e o que vemos é alguém bem ruim das pernas que voltou de uma guerra acabado e acaba caindo nas mãos(boas ou ruins, cabe aqui você espectador julgar) de um homem e sua "religião", muito bom o que faz em cena. Philip Seymour Hoffman faz algo que se você botar nesses programas de culto com certeza observará os olhos fervorosos que acabam te convencendo de tudo, mas de uma forma tão dócil que você acaba levando e agrada muito o que ele faz. Amy Adams é aquela crente fervorosa, mulher do pastor que com toda certeza você já viu por aí nas ruas tentando convencer você de seguir a religião dela, mas diferente das normais que conhecemos, aqui ela retrata uma pessoa muito introspectiva, sua atuação está tão forte quanto sua pessoa, muito bom de se ver. Rami Malek também tem seus bons momentos, mas tem algumas cenas suas que não me convenceram. Enfim, um filme onde todos os atores parece que você já viu na rua, e isso é bacana de se ver, pois nos aproxima deles.

Outro ponto muito bom do longa está na sua fotografia, que hoje compensará mais falar dela do que da direção de arte de época que diria que faltou um pouco para retratar os anos em que se passa o filme, tanto no quesito figurino quanto nas locações. Mas a fotografia soube compensar isso, pois tem amplos campos abertos de visão e soube trabalhar com a luz na medida certa para que esses mesmos cenários que não eram tão bons para constituir época ficassem inteligentes e agradáveis de se ver. O que Mihai Malaimare Jr. faz aqui com a direção de fotografia é o mesmo que o consagrou em Tetro, dando sensações e camadas para o longa.

A trilha sonora de Johnny Greenwood também é algo que vale a pena prestar atenção, pois soube marcar ritmo e agradar de uma forma gostosa de se ouvir, pontuando o filme nos momentos que foram precisos.

Enfim, é um longa bacana que poderia agradar mais, porém no geral o que o diretor nos traz faz valer bastante o ingresso mais como obra de arte do que como uma diversão para um momento de descontração no cinema. Recomendo ver com ressalvas pois não serão todos a saírem felizes com o que vão ver. Fico por aqui, mas daqui a pouco estou indo para mais uma sessão da madrugada, e amanhã colocarei a opinião do que verei aqui. Abraços e até breve pessoal.


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Lincoln

1/25/2013 11:03:00 PM |

O que dizer de um filme de quase 3 horas que não possui uma pausa sequer nos diálogos? Pode variar entre o excelente para aqueles que amam filmes lotados de história e diálogos num bom roteiro, como pode se tornar extremamente cansativo para aqueles que forem cansados para o cinema esperando ver o mega indicado pelo Oscar filme de Steven Spielberg. O fato é que "Lincoln" é um filme americano feito nos maiores moldes patrióticos para todos americanos aplaudirem de pé e só, pois para pessoas normais como fui numa sessão com poucas pessoas o que se via era a ânsia por acabar para poder ir embora visto que o desfecho da história parecia não sair de forma alguma. Mas o elenco de peso soube conduzir a história com toda a força possível para que tivéssemos ao menos algo pelo menos interessante para quem não conheça a história da abolição da escravatura americana contada de forma mais pessoal do que histórica mesmo.

O longa pode ser resumido como a cinebiografia do 16º presidente norte-americano que liderou o Norte dos Estados Unidos na vitória durante a Guerra Civil.  O longa enfatiza os tumultuados meses finais do presidente no cargo. Em um país dividido pela guerra e varrido por fortes ventos de mudança, Lincoln segue estratégia para encerrar a guerra, unir o país e abolir a escravatura. Com coragem moral e determinação férrea de vencer, suas escolhas nesse momento crítico mudarão o destino das gerações futuras.

A história em si, para quem gosta de política pode sair do cinema apaixonado pelas sessões na câmara dos deputados americanos, que pra mim é onde estão as cenas mais bacanas do longa, não desmerecendo as demais. Porém o problema é que como o filme é extremamente dialogado, embora tenhamos visuais de época muito bem encaixados e colocados na trama, não temos um alívio na tensão das palavras, não temos aquele tempo de refletir sobre algo que foi dito, sendo tudo jogado para nós, principalmente os não americanos que por sua vez não conhecem bem a história dos EUA que querem saber algo a mais sobre o que ocorria. Vemos deputados discutindo política com o presidente, que por sua vez tenta negociar votos, que vai para campo de guerra e ficamos sendo acelerados a todo momento sem parar para ver o que está acontecendo. Não digerimos o filme e sim somos digeridos pela quantidade de textos e personagens que nos são colocados a todo momento de modo que mesmo gostando de tudo que nos é apresentado, saímos do filme pensando se realmente gostamos ou se apenas suportamos tudo que Spielberg tentou nos mostrar. A forma que dirige o longa com planos bem montados e sempre trabalhando não necessariamente o plano e contra-plano tradicional é algo bacana de se observar e sua condução, principalmente junto com o trabalho perfeito da fotografia, ele consegue nos emocionar numa crescente que tem seu clímax na cena de votação. Mas o diretor que já teve ótimos momentos no cinema, aqui acredito que fez apenas um trabalho para enaltecer o que mais gostam de enaltecer em filmes americanos: o seu próprio ego.

O ponto forte do longa, além do roteiro claro, principalmente pela quantidade de diálogos inseridos, é a atuação que o elenco fantástico pode nos proporcionar. Daniel Day-Lewis com toda certeza leva seu 3° Oscar, pois você não vê o ator no longa, e sim o personagem em todos os momentos, esquecemos com 10 minutos de atuação qualquer outro personagem que o ator possa ter feito em sua carreira(mesmo fazendo pouquíssimos filmes), o que ele nos proporciona é uma introspecção na alma de Abraham Lincoln colocando uma entonação na voz e trejeitos na interpretação que mesmo nunca tendo visto uma imagem real de Lincoln em movimento, já que não tínhamos TV em  1865, podemos afirmar quase que com certeza que ele era dessa forma. Tommy Lee Jones está impressionante também, colocaria como sendo sua melhor atuação disparada, pois a forma que construiu seu personagem é algo de parar e falar "Nossa!". pois a cada momento ele vai num crescendo no longa que ao final estamos 100% torcendo para que faça tudo, e seu fechamento é de uma grandeza que se o filme não fosse focado em Lincoln e sim na abolição da escravatura, eu fecharia com sua cena e todos levantariam aplaudindo. Sally Field possui algumas cenas que mostra o motivo de ter sido indicada aos prêmios, mas seu papel não é algo que nos faça vibrar ou torcer por ela, acaba meio que sumindo da história tendo apenas 3 ou 4 cenas que apareça e nelas sim mostra a boa interpretação que é capaz de fazer. James Spader poderia ser considerado embora bem pequeno, o alívio cômico do filme, e faz bem feito nas cenas que está presente colocando uma interpretação carismática para seu papel, possui também algumas cenas que com certeza foram cortadas do longa e o que acabou ficando acaba parecendo jogado, mas no geral agrada bem. Joseph Gordon-Levitt não mostrou nada para o longa, tirando a cena que vê pedaços de corpos sendo jogados fora, é um personagem que diria inútil para a trama e poderia ter ficado apenas nas falas dos atores principais. Poderia passar horas falando de cada personagem aqui, mas como são muitos, visto que como disse a cada momento nos é colocado um novo político na trama, apenas digo que todos fizeram bem o dever de casa.

Outro ponto fundamental para que o longa fosse aclamado está na direção de arte, que faz um visual de época muito bem trabalhado tanto em locações e cenários quanto na parte de figurino e maquiagem. O que vemos em cena, claro que nos momentos que conseguimos dar uma escapada dos diálogos, são detalhes minuciosos que só têm a engrandecer a produção magnífica por trás do longa. E mesmo a quase todo momento sendo mostrado onde os personagens estão conseguimos engolir perfeitamente que ali é realmente aquilo que mostra, trazendo tudo para um âmbito bem visual característico dos filmes que Spielberg dirige ou produz. Como já enalteci antes, a direção de fotografia é sem dúvida um dos melhores pontos do longa, trabalhando com sombras a todo momento, conseguimos ver mais do que um personagem, mas sua alma e seus ideais transparecendo com uma energia e uma luz que domina o plano. A cena pós-votação que volta para onde Lincoln está é o show máximo que a fotografia poderia colocar tanto para enaltecer egos quanto para falar somos bons mesmo.

A trilha de John Williams está muito bem colocada, mas diferente do que costuma fazer nos filmes que trabalha junto com Spielberg, ela não é tão evidente, ficando mais de condução apenas e menos de emoção e ritmo para o filme, o que com certeza falta um pouco, pois quem for cansado ver o longa pode levar a coberta pro cinema que vai dormir com muita garantia.

Enfim, é um bom longa, que está sendo falado demais por ter toda a gama patriótica que contém por trás dele, aqueles que curtem uma boa dose de política e um roteiro completamente focado em diálogos com certeza irá sair do cinema muito feliz, mas quem não é adepto disso irá ou dormir ou sair do cinema reclamando de tudo. No geral gostei bastante do que vi, mas acabei um pouco cansado esperando que tivesse pelo menos, mais momentos de respiro e isso com certeza fará com que muitos não gostem. Quanto ao Oscar ainda não sei no que opinar senão Daniel Day-Lewis do resto acho muito pouco provável que leve outros prêmios. Fico por aqui hoje, mas ainda nesse final de semana, mais filmes estarão por aqui conferidos e comentados, então abraços e até breve pessoal.


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O Amante da Rainha

1/24/2013 12:50:00 AM |

É incrível como filmes de época e monarquia sempre possuem os mesmos moldes, diferenciando apenas em alguma coisa tão pequena que acaba quase não sendo relevante. No filme dinamarquês "O Amante da Rainha", temos os belos figurinos, as locações bem interessantes de sempre(apesar de se passar a maior parte em interiores), porém o grande diferencial aqui está no elenco que não desaponta em momento algum, fazendo com que tivéssemos um grande prazer ao acompanhar tudo que tentam fazer para mudar o país.

O longa nos mostra que a jovem rainha da Dinamarca, Carolina Matilde, casada com o rei insano Cristiano VII, apaixona-se secretamente pelo médico da realeza Struensee. Juntos, eles iniciam uma revolução capaz de transformar uma nação para sempre.

O bacana do roteiro está na mistura interessante que está envolvendo toda a Europa que é a implementação do Iluminismo, um período cheio de mudanças culturais que revolucionou tudo no velho continente. E esse mix envolvendo culturas, política e religião é bem casado para que a trama tivesse a densidade e não ficasse apenas no romance da rainha com seu amante, colocando até mesmo esse relacionamento na trama envolvendo tudo, o que deixou o filme com um roteiro muito bem bolado. O problema é que quem não for adepto de um filme envolvendo toda essa trama, com certeza irá cansar, pois o ritmo do longa não é dos mais agradáveis, fazendo com que seus 137 minutos pareçam ser muito mais. Mas tirando esse pequeno defeito, o diretor Nicolaj Arcel faz um drama bem pontuado onde soube administrar muito bem os atores que tinha em mãos para que fizessem seu melhor.

Já que comecei a falar sobre as atuações desse elenco, o que posso dizer é que foi um trabalho impecável, a começar por Alicia Vikander que está presente em dois filmes indicados ao Oscar nesse ano("O Amante da Rainha" e "Anna Karenina") consegue segurar as pontas dramáticas quando está envolvida de uma forma bem intrigante, dando as deixas necessárias para que os demais personagens que estejam ao seu redor amarrem o que falta ficando redondinho suas partes; no miolo do filme ela dá uma desaparecida, mas suas interpretações iniciais e nas cenas finais já fizeram por valer tudo que podia fazer. Mads Mikkelsen que é conhecido por muitos papéis em filmes americanos, faz aqui um papel intrigante e ao mesmo tempo de diálogos intensos que acabaram mostrando que realmente é perfeito para os papéis que vem tomando, algumas cenas que dialoga com a corte são de uma expressão ímpar de se ver. Mikkel Boe Følsgaard mostra em seu papel porque ganhou o Urso de Prata do Festival de Berlim, sua loucura é disparado um dos pontos mais agradáveis de se observar no longa, fazendo com que nossos olhos fiquem maravilhados com a atuação que proporciona. Os demais atores estão também interessantes, mas como aparecem sempre ligando os atores principais não convém gastar muito tempo falando deles.

O visual do filme poderia ser melhor, mas claro que se gastaria muito mais, se tivessem explorado mais exteriores da Dinamarca e outros países que o longa se passa do que ficar presos a estúdios ou locações internas, que não valorizaram tanto a construção de época que o filme merecia, porém nos cenários que temos em mãos foram bem colocados de forma a tentar engrandecer pelo menos um pouco. Destaque no quesito visual claro para os figurinos impecáveis que denotam a época que se passa o filme e claro para os cabelos/perucas de época, que até hoje não me conformo que existiu uma época que as pessoas faziam isso de usar essas perucas ridículas(fica aqui uma opinião pessoal, mas tudo bem). E também acho que deveriam ter colocado um pouco mais de maquiagem nas atrizes, pois naquela época as mulheres caprichavam no pó. Enfim, são detalhes técnicos que poderiam ter sido mais bem preocupados no quesito visual do longa. A fotografia está muito bem colocada, trabalhando jogos de sombras e misturando cores sempre puxando para o tom amarelado, e em alguns momentos jogando bem para a escuridão com nuances brancas vindas da janela, isso caprichou bastante dando o ar de época que a fotografia pede.

Concluindo, é um filme interessante que fez valer as indicações de filme estrangeiro nos diversos prêmios do cinema que temos, porém como os amigos dos Estúdios Kaiser de Cinema(onde foi exibido a avant-premiére do filme, já que estréia apenas dia 08/02 no Brasil mas nem deve vir para o interior), Marcos e André mesmo disseram, ficará apenas na indicação pois não deve ganhar os prêmios de forma alguma. Aonde estrear o longa, vale realmente a pena conferir, claro se você gosta do estilo, pois do contrário deverá achar bem cansativo. Bem é isso pessoal, fico por aqui encerrando a semana cinematográfica com mais um indicado ao Oscar conferido, mas já me preparando para os 2 que vem na próxima sexta. Abraços e até sexta pessoal.


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O Último Desafio

1/21/2013 11:04:00 PM |

Schwarzenegger estava nos devendo um bom filme faz tempo, e com "O Último Desafio" finalmente vemos o velho Arnold que conhecemos, aquele que não pensa duas vezes e sai atirando, que joga o carro em cima das pessoas, e que ao acabar as balas do revólver não quer nem saber e parte pra porrada na mão. Claro que fazendo tudo isso com muitas pitadas cômicas para divertir o espectador. Bem não preciso falar mais nada praticamente sobre o filme, com essas palavras já resumi rapidamente tudo do longa.

O filme nos mostra que o xerife Ray Owens é um homem que, após participar de uma operação policial extremamente mal sucedida, desiste de tudo e vai para a pequena cidade de Sommerton Junction combater o crime, praticamente inexistente naquela região. Porém, tudo muda quando um dos prisioneiros mais perigosos do FBI consegue fugir do confinamento e segue em direção à fronteira para se esquivar da jurisdição norte-americana. Mas, para escapar, o criminoso terá de passar por Sommerton Junction e pelo xerife Owens e sua equipe de policiais inexperientes.

O bacana do roteiro é que ele é bem livre para que não houvesse problemas de falhas, tendo todos os atores momentos que vemos até que não falam frases que provavelmente seriam escritas por um roteirista. Isso é bacana, principalmente em filmes do gênero ação para que numa cena de correria não precise estragar todo um take e refazer novamente. Coisa que o diretor Jee-woon Kim com certeza não quis refazer mesmo, com o tanto de trombadas e tiros que temos no longa. Outro ponto interessante da direção é que utilizou muitos movimentos de grua, dando suavidade nos movimentos mesmo quando é um carro passando em altíssima velocidade.

As atuações estão no geral muito bem encaixadas, a começar por Schwarzenegger que se fez parecer exatamente como víamos nos filmes de antigamente, sendo o ator que conhecíamos e não um clone ruim como vinha fazendo ultimamente, seu papel aqui é forte e direto ao ponto. Rodrigo Santoro mostra que tem potencial realmente e aqui em suas cenas faz uma boa participação no longa, mostrando que tem um bom domínio do inglês e põe a cara pra bater. Johnny Knoxville é o personagem divertido da trama, pode até ser meio exagerado em alguns momentos com suas baboseiras, mas no geral é bem bacana o que faz. Luis Guzmán também está bem divertido, e até alguns momentos meio exagerado na interpretação, mas no geral agrada. Jaimie Alexander fez algumas cenas de forma tão fraca que em alguns momentos até achei que ela tivesse evaporado do filme. Eduardo Noriega tem uma boa participação de cena, mas poderia interpretar mais utilizando as feições do rosto também. Forest Whitaker faz bem em cena, mas também é outro que desaparece rapidamente de quadro voltando só mais para o fim. Os demais atores apenas participam, nem atrapalhando nem ajudando muito para com o filme.

O visual preparado pela equipe de arte é algo que se deve reparar bem, pois consegue distinguir bem o que é uma cidadela perdida no meio dos EUA, ou melhor na beirada né, já que faz fronteira com o México pelos canyons. Temos tudo muito bem colocado para dar o ar de interior e esses pequenos detalhes que fazem a mínima diferença para o que estamos acostumados a ver, fora a cena final no milharal que ficou muito bacana de se ver destruir. A fotografia amarelada e em alguns momentos puxada para o verde ficou interessante, pois ela segura as diferenças que querem nos mostrar, e aliado aos planos altamente velozes ficaram legais de acompanhar.

Enfim, é um filme divertido e bem feito que agrada no geral e com certeza deve dominar as TVs daqui uns anos, passando em todos horários possíveis. Recomendo ver como diversão apenas, já que a história não passa nada demais, e claro também para ver a volta de Schwarzenegger à sua boa forma nas telinhas. É isso pessoal, fico por aqui nessa semana, só caso apareça algo diferente volto antes de sexta por aqui. Fico por aqui então mandando abraços e até mais pessoal. Ah... e atendendo a pedidos, não sei se muitos viram aqui do lado no blog coloquei um banner com todas as indicações do Oscar e seus respectivos links para os meus comentários no blog: http://temumcoelhonocinema.blogspot.com.br/p/oscar.html.


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Amor

1/20/2013 10:33:00 PM |

O que falar quando um filme é tocante porém cansa demais assistir? Essa pode ser a melhor definição de "Amor" que teve 5 indicações ao Oscar e mais vários prêmios ao redor do mundo todo. O filme não posso falar de forma alguma que é ruim, muito pelo contrário, é um filme extremamente tocante e triste, muito bem interpretado porém com um ritmo tão devagar, mas tão devagar que há certos momentos que pensamos que assim como ocorre com a personagem nos minutos iniciais do filme, o rolo parou. E essa falta de ritmo com certeza fará com que muitos que irão ver o longa no cinema saiam irritados com algo que era apenas para emocionar o público.

O filme nos mostra que Georges e Anne são professores de música erudita que já passaram dos 80 anos. A filha, que possui a mesma profissão, vive fora do país com o marido. Um dia, Anne é vítima de um acidente e o amor que une este casal é posto à prova.

A história em si é lindíssima de uma forma que o diretor e roteirista Michael Haneke soube conduzir com uma mão certeira principalmente no quesito de direção de atores, pois o que fez com os dois protagonistas é algo que com muita certeza foi árduo e difícil de se conduzir, mas o resultado final impressiona. Só acho que ele poderia ter opinado melhor na edição de forma a dar um ritmo mais consistente para o longa, ok que algumas cenas ficariam menos dramáticas, mas convenhamos que não tem nexo uma cena de Georges perseguindo um pombo com um paninho ter quase 5 minutos, sendo que já tivemos antes uma cena praticamente igual de duração menor. Se tivesse ajustado o ritmo com certeza teríamos ainda um longa com cerca de uns 95 minutos ao invés de longos 127, e que continuariam emocionando e tocando fundo na grande ferida nacional que é melhor que vocês vejam ao invés de eu soltar um spoiler aqui.

Os protagonistas do longa fizeram um trabalho tão perfeito que deu até vontade de pesquisar mais filmes deles e ver se sempre saíram dessa forma, pois é algo impressionante. Emmanuelle Riva, aos seus 85 anos de idade conseguiu ser indicada ao Oscar e a mais 9 prêmios, tendo já ganhado 3, por sua belíssima atuação, que emociona e traz todo o sentimento que só a idade que possui saberia fazer bem feito. Jean-Louis Trintignant faz tudo com tanto amor por sua esposa de uma forma que nem sei se existem mais homens no mundo que fariam isso ao final da vida por uma mulher, seus movimentos impressionaram durante todo o longa. Isabelle Huppert poderia ter se destacado um pouco mais nos momentos que está em cena, mas a emoção que termina o filme é clara e precisa. Os demais atores e atriz apenas fazem pontas, o que não justificaria ficar explicando cada um, apenas um destaque negativo para a cena com Dinara Drukarova que não sei se foi cortado alguma parte, mas ela sendo demitida ficou aberta demais e acabou toda cena sendo brigas jogadas ao vento.

O visual do longa que se passa praticamente todo dentro do apartamento do casal, está muito bem preenchido de forma a mostrar bem o que eles eram no passado e na cena que Anne está folheando o álbum de fotos fica tudo mais evidente. Não diria que foi perfeito a retratação, mas diria que está muito boa. A fotografia soube trabalhar bem mesmo nas cenas de completa escuridão não precisou de luzes para mostrar os sentimentos expressados pelos atores, e sempre que as luzes entravam em cena eram  muito bem encaixadas.

Enfim, é um filme bem bonito, mas que não agradará muito o público que for assistir pela falta de ritmo como disse. Tenho de dar parabéns mais uma vez à Imovision que mesmo sendo pequena não despreza nunca o interior, mandando sempre na data seus longas. Quanto as premiações só acho 100% justificável as de Emmanuelle, pois filme estrangeiro com toda certeza ainda ficaria com o desprezado "Intocáveis". Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas ainda falta pelo menos 1 filme para conferir essa semana, então abraços e até breve.


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João e Maria: Caçadores de Bruxas em 3D

1/20/2013 12:14:00 PM |

É engraçado como as coisas funcionam, você ir ver um filme com a certeza de que não vai gostar, a chance de sair muito feliz com o que viu acaba sendo alta. O longa "João e Maria: Caçadores de Bruxas", já assustou muito ao ver no trailer que o nome em inglês nada se parecia com João e Maria que no original se chamam Hansel e Gretel, então já se prepare para ouvir diversas vezes um nome sendo chamado e ler na legenda outro(os amantes da dublagem irão se manifestar falando que aí vale, polêmicas a vista), não que isso vá atrapalhar, apenas é estranho. O bacana do longa é que é ação do começo ao fim num ritmo frenético que faz com que seus 88 minutos sejam ainda menores. E novamente temos um 3D profissional que faz com que quem goste de coisas sendo arremessadas para fora da tela aliada à uma ótima profundidade fazendo o ingresso mais caro valer cada centavo pago a mais.

A história nos mostra que depois de pegarem um gostinho por sangue quando crianças, João  e Maria se tornaram vigilantes extremos, determinados a defender seu povo. Agora, sem que eles saibam, João e Maria passam a ser a caça e têm de enfrentar um mal muito maior do que as bruxas: seu passado.

O fato do filme ser bem curto tem seus prós e contras, o principal pró é que não temos tempo para enrolações, vamos atirando pra tudo quanto é lado e seja o que acontecer, porém temos o contra que quem quiser uma história mais elaborada vai sair do cinema decepcionado com o que vê e principalmente pelo fato de que descobrimos muito rapidamente toda a trama por trás de tudo, o que não é legal de se descobrir tão rápido, já que ficamos esperando por todo o resto sabendo tudo.  O diretor e roteirista Tommy Wirkola, embora desconhecido(pelo menos por mim) faz um bom trabalho com as câmeras 3D e abusa de planos que coloquem profundidade e dê para que tudo voe no espectador, e isso acaba tornando o longa prazeroso e divertido para um longa de ação.

As atuações estão razoáveis, não diria melhores, pois a equipe de figuração e alguns coadjuvantes conseguiram matar muitas cenas com diálogos jogados ou em alguns momentos até olharem diretamente para a câmera sem que fosse necessário naquele momento. Mas tirando esses contras, o elenco principal faz bonito principalmente por estarem sempre correndo a todo momento, e pelos planos estarem sempre colados com eles, acredito que usaram pouquíssimos dublês ou de forma a quase nem dar para reparar. Jeremy Renner está bem inteirado das ações e sempre procura estar em primeiro plano, claro que algumas cenas não necessitariam de tanta enfase para mostrar que possui diabetes(o que não é mencionado dessa forma mas dá a entender), mas no geral ficou bem bacana no personagem. Gemma Arterton não me faz lembrar muito de seus personagens anteriores, mas aqui faz bem, embora o problema do roteiro acabe mostrando rapidamente demais seus dilemas, tenta mostrar-se bastante para a câmera e faz bem, tendo até alguns diálogos condizentes e alguns bem bonitos de se ver(por exemplo dela com o troll). Os demais nem compensa falar muito, mas destacar algumas cenas boas de Famke Janssen, principalmente as sem maquiagem, pois quando vira bruxona feia sai debaixo que é só pancadaria, e Thomas Mann que vem crescendo em seus papéis, mas ainda tem muito chão para poder pegar um cargo de responsa.

O visual do longa está bem trabalhado, colocando uma floresta até que simples para correrem por dentro e saírem quebrando troncos nas perseguições, uma vila antiga bem trabalhada, mas que não é tão mostrada, poderiam ter valorizado mais cenas dentro dela, e algumas casas no meio da floresta que também não foram muito exploradas. A maquiagem das bruxas achei meio estranha e até um pouco fake, mas no geral está bacana. A fotografia soube trabalhar muito bem com as sombras e dando uma tonalidade meio puxada para o cinza amarelado em algumas cenas deixou o longa com um ar bem bacana. Os efeitos especiais estão bem exagerados, tanto que o que se escutava na sessão era o velho bordão do Mortal Kombat: "Fatality", que nem preciso falar mais nada para que entendam.

O 3D é um caso a parte, pois conseguiu fazer o que "Jogos Mortais: O Final" e os últimos "Premonição" não conseguiram, que é ter mortes e sangue voando para todo lado aliado a uma boa profundidade que se mantém no longa todo, isso é um bom mérito para o filme, que não vai decepcionar quem pagar o ingresso mais caro.

Enfim, é um longa bacana para se divertir sem esperar muita coisa, afinal é mais uma dessa moda de novas adaptações dos contos infantis colocando uma base de suspense com ação que já vimos não estar dando muito certo. No geral vai agradar os jovens que forem ao cinema ver coisas voando para todo lado e algumas mortes violentas, tirando esse público, não dou garantias de que gostem muito, pois o roteiro é bem fraco. Então é isso recomendo como diversão apenas para todos que curtam o estilo. Fico por aqui agora, mas hoje ainda tem mais um filme para conferir. Abraços e até breve.


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Sammy: A Grande Fuga em 3D

1/19/2013 05:58:00 PM |

Há praticamente 2 anos atrás(26/01/2011) assisti a primeira parte dessa aventura e até hoje considero como o melhor 3D que já assisti numa animação em minha vida. E assim que vi o trailer de que haveria uma continuação fiquei extremamente torcendo para que viesse logo. Pois bem hoje finalmente chegou o longa na data correta de estréia(milagrosamente, já que o primeiro atrasou meses para vir para o interior) e "Sammy: A Grande Aventura" continua com um maravilhosíssimo 3D que nenhuma empresa americana consegue fazer em animações, sim o filme é belga, porém com uma história bacana, mas infinitamente mais fraca que o original que era uma aventura deliciosa de curtir. Porém ainda vale o ingresso e principalmente encantará os pequeninos que ainda estiverem de férias correndo pela casa.

O filme nos mostra que Sammy e Ray, tartarugas marinhas e amigos, estão curtindo o coral, com muita água e areia, e ensinando os recém-chocados Ricky e Ella a nadar. De repente, um caçador aparece e os leva para ser parte de um espetacular show aquático em Dubai. O cavalo-marinho e rei do pedaço Don os recruta para seu projeto de fuga. Sammy e Ray começam a bolar o próprio plano para escapar com seus novos amigos, o peixe-bola Jimbo, a lagosta Lulu, do polvo meigo Annabel e uma família de pinguins, quando os pequenos Ricky e Ella chegam determinados a resgatá-los. Após uma série de aventuras e fugas frenéticas, eles vão para o sul para encontrar Shelly, o primeiro e único amor de Sammy.

A história em si é bem simples e praticamente tudo está colocado na sinopse, temos algumas críticas à maneira de vida do povo de Dubai, mas acaba nem sendo tanto o foco que é dado ao  longa que prefere ficar focado em como fugir do aquário gigante de forma a ajudar os demais a saírem também. O problema da história é que fica como se fosse um capítulo apenas diferente do seu anterior que era uma aventura completa, passando pelas fases das tartaruguinhas, e não apenas uma fuga "simples". A modelagem dos animais está melhor, tanto que logo nas primeiras cenas já podemos ver movimentos bem interessantes dos bichos com humanos e ao longo do filme vemos muitas cenas com interações bem bacanas dos animais com movimentos sutis e agradáveis.

Os personagens novos são carismáticos principalmente para a criançada que for assistir, pois sempre se metendo em confusões e fazendo caretas, vão divertir quem for ver, enquanto os personagens antigos Sammy e Ray estão mais para o desenvolvimento da história. Acredito que a dublagem está bem condizente com o que os personagens dizem, pois fazem bem características do que o andamento da história diz. O mais divertido para os adultos pode ser a dupla personalidade da lagosta Lulu, que acaba fazendo muitas palhaçadas e também o peixe bola Jimbo que com sua história de como "morreu", acaba dando bons textos para a trama.

O visual novamente é o forte da animação, e temos paisagens marinhas magníficas que foram colocadas no grande aquário de forma a ajudar a perspectiva e agradar a todos. A imersão do 3D nos faz parecer nadando junto com os personagens e a cada momento que vem para o primeiro plano da cena, parecem sair e vir nos tocar, o que é muito bacana de ver a criançada no cinema ao seu lado se assustando. E isso faz justificar pagar mais caro por um filme 3D.

A trilha usada novamente conta com algumas boas canções do longa anterior, principalmente a música tema, mas senti falta de mais canções, que foi algo que agradou bastante no primeiro, não que tenha faltado ritmo musical para o filme, mas faltou canções para divertir mais.

Enfim, é um filme bacana para crianças, esperava mais dele visto que o primeiro foi sensacional, vou preferir manter em minha mente a maravilha que foi o original, mas ainda acho que os americanos precisam aprender a fazer 3D com os belgas, pois os caras detonam. Fico por aqui, agora a tarde, mas a noite temos uma super pré-estréia de outro 3D, então veremos o que vai dar. Abraços e até breve pessoal.


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Django Livre

1/19/2013 01:45:00 AM |

Existem filmes que quando você sai da sala do cinema, está mais eufórico do que quando estava com vontade de assisti-lo. "Django Livre" pode ser mais um considerado desse estilo, pois a vontade que se tem, mesmo sabendo que não deve fazer, é de ao final da sessão levantar e aplaudir de pé a obra prima que Quentin Tarantino conseguiu nos mostrar. Posso falar que já vi muitos filmes, mas nenhum pode ser comparado ao que temos nessa obra completa de bom roteiro, maravilhosa direção e excelentes atuações que somado tudo temos um filme genial.

O longa nos mostra que Django é um escravo, comprado pelo caçador de recompensas alemão Dr. King Schultz para auxiliá-lo em uma missão. A dupla acaba fazendo amizade e, após resolver os problemas do caçador, parte em busca por Broomhilda, esposa de Django. Para isso, eles devem enfrentar o vilão Calvin Candie, proprietário da escrava.

Aqui diferentemente de seus últimos filmes, Tarantino opta por não fazer um longa dividido em capítulos, o que na minha concepção ficou bem mais interessante sem termos interrupções e com isso tivemos um ritmo mais cadenciado que faz toda a passagem desde Django sendo liberto até a busca por sua amada, e com isso envolvendo várias histórias no meio do caminho. O que é bacana que a história mesmo sendo bem longa(165 minutos), ela é contada de uma forma tão gostosa de se assistir que passa voando. Claro que por ser um filme de Tarantino não espere nem um pouco por economia em sangue, pois tudo é altamente explodido pelos tiros de forma que se alguém for meio fraco pode até passar mal. Os ângulos escolhidos para capturar as cenas são um show a parte, pois a cada momento a câmera está num lugar nos colocando como se estivéssemos junto dos protagonistas em cada cena. Maravilhosa a mão do diretor tanto para escrever a história quanto para escolher a melhor forma de filmar.

No quesito atuação, sempre tem algum personagem que você não vai gostar, isso ocorre em todos os filmes, mas aqui não tem como, pois todos sem falsa modéstia estão dignos de serem indicados à prêmios. Começando por Jamie Foxx que faz um bom protagonista, não diria que chamou a responsabilidade do longa pra si, mas as expressões que faz em muitos momentos mostram que não foi escolhido ao acaso, extraindo de seu personagem uma força visceral para tratar com ódio tudo que faz, e nas cenas que "humilha" os de sua cor é notável em seu olhar a dor interna. Christoph Waltz é o cara, podemos definir ele como o homem que caiu na mão de Tarantino leva todos os prêmios possíveis, e não é pra menos, seu personagem se coloca a frente de forma perfeita, cadenciando as cenas, dando interpretação e deixas para os demais personagens, volta e faz tudo com a interpretação máxima que alguém poderia dar, é literalmente perfeito em todas as cenas, fazendo com que piadas e momentos sérios sejam totalmente confundidos e linkados de forma adequada. Leonardo DiCaprio finalmente faz um papel que merecia ser seu embora seja novo demais para o personagem, assume uma outra faceta e decola dando carisma para um "vilão" que passamos a gostar ao invés de odiar, suas interpretações soam gostosas e bem divertidas em todos os momentos. A grande surpresa do longa fica com Samuel L. Jackson, que sempre atuou da mesma forma em seus 138 filmes anteriores, consegue vir com um personagem perfeito, com trejeitos dignos de ter sido indicado à prêmios, fazendo a cada momento que esteja presente em cena que queiramos que fique ali o restante do longa e se duvidar pediríamos para que aparecesse antes, pois é excelente o que faz. Dos demais personagens, todos estão muito bem encaixados e com diálogos concisos sempre deixando para que os protagonistas finalizem as pontas e agradem, o destaque feminino desses personagens embora não se expresse muito falando é Kerry Washington, mas quando mostra interpretação corporal, faz muito bem. Outro destaque entre os coadjuvantes está na pontinha que o próprio diretor faz para brincar e como disse para alguns amigos que foram junto na sessão eu colocaria a cena no final para acabar com ela(melhor não falar mais nada para não dar spoilers).

A arte do longa está impecável retratando os western spaghetti de forma brilhante porém com toques tarantinescos, dando aquele ar de loucura que só o diretor tem, mas em cenários grandiosos e bem colocados pela direção de arte. Como já disse temos sangue e vísceras para todo gosto, voando tudo a cada tiro dos revólveres, pode até parecer meio exagerado em algumas cenas, mas confesso que gostei bastante. A fotografia trabalhou com cores mixadas, puxando para o sépia em alguns momentos, afinal estamos falando de um longa do gênero western, mas sem exagerar, e sempre recaindo no vermelho devido claro à alta quantidade de sangue em cena. Sempre é visto as sombras bem trabalhadas e isso acho bom demais, pois recai a premissa de que algo vai acontecer sem precisar dizer.

A trilha sonora escolhida para o longa é outro festival de músicas perfeitas, daquela que com certeza você tem de ter em casa e aonde estiver, contando com trilhas de Ennio Morricone apenas para degustar, mas com muito mais canções cantadas que agradam na medida passando desde os tradicionais acordes westerns, passando por canções pop numa levada diferente e colocando até um hip hop com a batida western ao fundo, ficou muito bacana de ouvir e todas sem dúvida encaixaram perfeitamente no longa. Como disse vale muito escutar tanto na forma original para ver como foi bem encaixada na trama, quanto ouvir depois em casa.

Enfim, um filmaço com todas as honras possíveis, que deve ser visto e revisto muitas vezes no cinema e claro ter na prateleira para conferir mais quantas vezes quiser. Recomendo muito que se veja legendado, pois fizeram todas as legendas, aberturas e transições escritas da forma original que eram os western, e novamente nos impressiona com tudo escrito no nosso idioma usando as fontes inclusas nos originais todas desenhadas e trabalhadas. Bem é isso o que tinha para dizer sem lotar vocês de spoilers sobre o filme, pois a história para se contar contaria muita coisa importante, então recomendo que vejam e depois comentem aqui para discutirmos mais horas a fundo. E eis que sai o nosso primeiro 10 coelhos do ano, se bem que queria dar 11, mas não possuímos essa nota. Abraços pessoal, estamos apenas começando essa semana que promete ser bem recheada, e até bem breve.


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Game Change (Virada do Jogo) - telefilme

1/15/2013 10:29:00 PM |

Não tenho costume de falar sobre filmes vistos na TV, mas esse ano como assisti o Globo de Ouro inteiro e falaram tão bem de alguns, e aproveitando que estão passando na TV a cabo resolvi ver esses que foram feitos exclusivamente para a TV e por razões óbvias não passarão no cinema. Para iniciar os trabalhos assisti hoje "Game Change", ou "Virada do Jogo" como apareceu na legenda afinal ouvimos tanto falar no nome em inglês que nem era necessário traduzir na minha opinião. Sobre o filme é algo impressionante o que é feito nas eleições americanas, o povo participa com uma garra que nunca saberemos realmente como é isso. O que nos é transmitido, se foi real mesmo ficarei mais impressionado ainda, é que a escolhida para vice-presidente era uma pessoa completamente desligada do mundo político fora de seu estado e foi escolhida apenas para ser uma show-Woman para ganhar votos contra o show-Man Obama em 2008. E a forma que conduziram isso foi magnífico de forma a enaltecer a cada ato do longa.

O filme nos mostra que o foco está nos bastidores da eleição presidencial nos Estados Unidos em 2008, com especial atenção à escolha da então governadora do Alaska, Sarah Palin, como candidata à vice-presidência do candidato John McCain. Com base em entrevistas, inclusive com o assessor estratégico do partido republicano, Steve Schmidt, o filme revela o que de fato aconteceu naquela campanha que entrou para a história.

A abordagem do roteiro é bem política, mas com pontuações claras para fatos internos de bastidores de campanha, e isso faz com que o filme tenha um ritmo frenético que só vai aumentando a cada ato. Essa forma escolhida é muito interessante e me fez acreditar que foi isso que faltou no "Tudo Pelo Poder" de George Clooney, pois aqui temos pessoas incumbidas de uma campanha argumentativa e discernentes mesmo que colocando a Governadora Sarah Palin como uma anta que não sabe nada de política à frente de coisas como falcatruas que vimos no filme de Clooney. O diretor Jay Roach que sempre fez comédias acerta a mão aqui num drama e acredito que se tivesse feito a mesma coisa em "Os Candidatos" com certeza a comédia teria sido bem mais legal.

No quesito atuação já tivemos as respostas no domingo(13/01) com alguns prêmios do Globo de Ouro e daqui 2 semanas poderemos ver mais no SAG para esse elenco maravilhoso que destrói frente às câmeras. Julianne Moore está perfeita, fazendo uma Palin excêntrica e dinâmica, e nas cenas que necessita fechar a cara faz com uma robustez que é garantido que poucas atrizes fariam. Ed Harris está forte nos seus diálogos e mesmo não aparecendo muito, quando entra em cena detona. Woody Harrelson está muito bom, seu personagem é o foco em diversos momentos da trama e ele conduz com uma naturalidade e imposição ímpar de uma forma que dificilmente outro ator caberia, papel feito na medida para o ator. Sarah Paulson poderia ter feito mais, algumas cenas está perfeita, mas em outras parece estar com uma cara de choro que nenhum assessor faria. Os demais personagens apenas têm engates na trama, não importando tanto, mas também não atrapalham.

A direção de arte fez um trabalho de campo muito bom, e mesmo não tendo muita variedade de cenografia, sempre são ou entrevistas ou debates ou saídas de rua com o povo ou salas de reuniões,  mostrou cada cenário ou locação como se fosse visto em qualquer noticiário muito bem representado. A fotografia foi bem tradicional não tendo muito o que ser falado.

Enfim, valeu as 2 horas na frente da TV para acompanhar, hoje ainda passará outra sessão no HBO Signature então caso tenham o canal assistam, senão assim que for possível veja, pois vale muito a pena principalmente para vermos que nem sempre o candidato que mais tem carisma é o que vai saber administrar nosso país/estado/cidade. Fico por aqui hoje, mas amanhã verei outro telefilme e comentarei aqui. Abraços e até mais pessoal.


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Uma Família em Apuros

1/15/2013 12:30:00 AM |

É engraçado que filmes envolvendo família sempre tem boas lições de vida né. E quando vamos ao cinema ver um filme que temos a certeza de ser ruim, podemos nos surpreender e sair até que felizes. Isso ocorre com "Uma Família em Apuros", que traz umas lições interessantes sobre família e até as piadas ficaram interessantes, um pouco confusas, na versão dublada e única que veio pros cinemas, mas a sensação final que o longa nos rebate é de satisfação e não de pesadelo ao sair da sessão, e isso é bem bacana.

O filme nos mostra que quando Artie Decker e sua esposa Diane são deixados sozinhos para cuidar de seus netos, os antigos métodos de educação colidem com as técnicas modernas - sem punições e com total falta de diversão. Quando a família começa a ficar fora de controle, os avós passam a empregar algumas táticas inesperadas para conquistar os netos e ensiná-los a serem crianças.

A história do longa em si é bem simples, mas diverte e é interessante pois mostra algo que venho vendo muito por aí com alguns filhos de amigos, que não apanham nem podem ser contrariados, e isso é estranho, pois na minha época era não e se fizesse birra era castigo, e antes até palmadas. O diretor soube conduzir bem a história de forma que ficasse ao mesmo tempo um filme educativo, engraçado e até tendo um ritmo bacana, claro para um longa estilo Sessão da Tarde, e isso fez com que o público se visse nas telas e divertisse com o que ocorria mesmo sendo algumas coisas completamente absurdas.

Como vi dublado, por a distribuidora não colocar sessões legendadas estarei analisando mais os personagens, pois no quesito interpretação sem chance né, já que as vozes sempre são as mesmas e as entonações são nítidas de notar que é bem diferente no original. Claro que Billy Crystal já fez alguns filmes interessantes, mas aqui ele faz de uma forma que até hoje não tinha visto e na minha opinião ele se adequou de uma forma até melhor. Bette Midler acredito que algumas pessoas até devam ter uma vó malucona desse jeito, mas em alguns momentos não convenceu muito em seus trejeitos. Marisa Tomei faz uns trejeitos que sei lá, nenhuma mãe em sã condições faria as coisas que faz, mas ao final voltando a ser filha fez o que qualquer um faria de forma muito condizente. As crianças são todos ratos de filmes, então já sabem fazer muito bem em cena e detonam em quesito de aparecer bem para a câmera, só tenho medo que a cada filme Bailee Madison aparenta estar ficando cada vez mais metida, então a chance de se estragar num futuro bem próximo.

No quesito visual não temos tanta variedade, mas os lugares pelo menos caracterizam onde os personagens estão e ficaram no geral convincentes. Não sei se seria algo interessante o jogo de futebol de lata, mas ficou bonito, principalmente nas cenas com chuva. A fotografia é tradicional, porém nessa mesma cena da chuva ficou um ar interessante de se ver.

Com boas músicas, inclusive as dubladas, o longa mantém um ritmo interessante e me caiu o queixo ao ouvir a música do ganhador do American Idol 2012 no final do filme, impressionante como ela caiu bem e já botou o garoto Phillip Phillips para o mundo todo, muito boa escolha.

Enfim, é um filme tradicional de Sessão da Tarde, que é bacana para levar a garotada de férias para dar uma divertida, não garanto que gostem muito, mas vale a pena. Não é um filmaço, mas foi melhor do que esperava. Fico por aqui nessa semana cinematográfica esperando que sexta venha muitos para cá. Talvez amanhã coloque aqui minha opinião sobre o telefilme que levou tudo no Globo de Ouro ontem, quem sabe. Então abraços e até breve.


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Jack Reacher - O Último Tiro

1/12/2013 06:57:00 PM |

Alguns filmes de ação você vai para o cinema já esperando o que vai ver, e raramente se decepciona por isso. Em "Jack Reacher - O Último Tiro" temos toda a correria, tiros, aceleradas, vilões de fácil identificação e tudo mais que um clássico do estilo poderia ter. A história em si é normal, mas o final um pouquinho diferente do comum, nada que vá surpreender ninguém, é bacana de se ver e claro que Tom Cruise já está ficando velho e querendo dar uma de Schwarzenegger/Stalone ao invés de atirar e querer ir pra briga já está tornando cada vez mais piada em seus filmes.

O filme nos mostra que Jack Reacher é um militar veterano que tem suas férias interrompidas em Miami, quando vai ajudar a resolver um caso mal explicado em Indiana, onde um atirador abriu fogo contra cinco pessoas. Preso, o criminoso recusa-se a dar qualquer informação e apenas murmura a frase: "Traga Jack Reacher para mim".

A história do filme é interessante, mas após 15 minutos de filme você já vê que viu pelo menos uns 100 filmes iguais no Domingo Maior da Globo, sim aquela sessão de filmes na TV que todos xingam porque passa os filmes mais bacanas e você tem de trabalhar cedo na segunda-feira. E ser igual aos demais não diria que é demérito para o longa, pois estou comparando ele com bons filmes e tudo que ocorre é bem feito com vilões em um nível panaca de ser, sempre fazendo cagadas que tentam estragar a vida do mocinho, mas nunca dá certo, o mocinho sempre se dando bem em tudo e assim vai. Pelo menos os planos escolhidos pelo diretor foram bem interessantes, pois deu uma dinâmica intrigante e bem vista para que saíssemos felizes com o que vimos na tela.

A atuação de Cruise é padrão já faz bastante tempo, raramente ele nos apresenta algo de novo sem ser o correto e tradicional, mas dessa vez ele resolveu que com a arma mirada para o "vilão" não é uma forma legal de matar alguém então baixou o modo Schwarzenegger/Stalone joga a arma pro chão e vamos pra mão que é mais divertido, é algo improvável de rolar em qualquer realidade, mas não na ficção tem de fazer isso que é legal, ah para né, Rosamund Pike faz uma mocinha básica sem muita expressão e que poderia ser qualquer outra mulher, então não mostrou a que foi contratada para o longa, uma pena, pois poderia ter tido mais expressão e mostrar-se intrigante pelo menos, a cena que faz com seu pai é digna da famosa pergunta "Porquê raios esse diálogo foi colocado no filme?", pois a inexpressividade dos dois atores foi algo lastimável. Já que estamos falando do seu pai, Richard Jenkins(o novo Nicolas Cage aparecendo em 200 filmes por ano), mostra que também já entrou no automático fazendo caras e bocas inúteis para qualquer papel que seja colocado, aqui todas as cenas que aparece é como se tivesse um abajur na sala e as outras pessoas estivessem falando com o abajur. David Oyelowo até que faz um bom papel no início do longa mas depois apaga bonito e suas expressões finais são lastimáveis. Agora a salvação do filme Robert Duvall, seus momentos são hilários e de grande valia para que o filme não ficasse somente no monótono procura vilão e atira/soca vilão, seus trejeitos e bons diálogos caíram muito bem para a trama nas cenas que é usado.

No quesito visual temos bons elementos em cada cenário, mas não é nada que se fale que foi algo brilhante e que nos faça ficar vidrado na cenografia. As cenas de perseguição possuem uma fotografia bem interessante e ajudaram na dinâmica do longa, a foto nas cenas com chuva também agradaram bastante pela iluminação usada, mas nessa cena eu colocaria como um erro de continuísmo, pois minutos antes Cruise está atirando em alguns vilões sem chuva, logo em seguida está lutando na chuva e logo mais não temos mais chuva alguma.

Enfim, é uma sessão divertida de se assistir, caso você não tenha mais nenhum outro filme para ver  e gosta de filmes do estilo valerá o ingresso, caso contrário pode aguardar para ver num domingo a noite muito em breve. É isso pessoal, fico por aqui hoje, mas essa semana ainda temos mais um filme para conferir, então até mais e fiquem com meu abraço aguardando claro que comentem algo aqui para discutirmos.


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A Viagem

1/12/2013 01:25:00 AM |

Vou ser simplista ao falar de "A Viagem" como um grande filme artístico, embora com ares comerciais bem interessantes, que encanta com várias histórias bem interligadas e nos conecta com algo que poucos filmes puderam fazer. O único problema é que algumas histórias são cansativas e aliado à ser um longuíssima duração pode desanimar alguns espectadores que não compreendam toda a ligação dos personagens e principalmente por não ser um filme fácil de assistir desistir de conferir ou sair da sala.

O filme mostra como seis histórias em épocas diferentes, passado, presente e futuro, estão conectadas mostrando como um simples ato pode atravessar séculos e inspirar uma revolução.

A sinopse em si nem revela praticamente nada do filme e muitos que virem o trailer e forem rápidos de conclusões já vão afirmar ser um filme sobre reencarnação. E afirmo que o longa está muito além disso, pois coloca conclusões de ligações eternas não apenas em cima de algo religioso ou místico, fazendo com que pensemos nas nossas reações de forma para com um todo na conexão com o universo maior. O trio de diretores soube conduzir as histórias de forma que elas se falem bem tanto sozinhas quanto conectadas, e aliado à isso souberam montar o filme com um ritmo perfeitamente encaixado dando a sensação real de que cada uma depende da outra, e isso é lindo, pois a maioria dos filmes que tentaram fazer isso erraram justamente na montagem, descaracterizando história de filme, e o que vemos aqui é justamente o inverso, a história acaba sendo tão dinâmica que temos tudo que o cartaz nos diz "Tudo está conectado". Reitero mais uma vez que o longa possui uma dinâmica bem interessante, porém algumas histórias são mais lentas, por exemplo a originária da música que dá nome ao filme na versão original(Cloud Atlas) que poderia continuar sendo poética, embora polêmica, mas ter um ritmo mais cadenciado assim como as demais histórias, pois agradaria mais.

Falar das atuações primeiramente tem de dar os parabéns para a equipe de maquiagem, pois cada ator principal faz pelo menos 3 personagens diferentes e muitas vezes irreconhecíveis, tanto que ao final do filme somos convidados a não sair de nossas poltronas para ver que personagens cada ator interpreta, faça o que é pedido e se surpreenda ao ver quem é cada um. Vou ser genérico então ao falar de cada ator para não estragar as surpresas finais. Tom Hanks diria que fez uma das suas melhores atuações no cinema, em qualquer um dos seus 7 personagens, mas o principal Zachry principalmente nos momentos que conversa com o demônio é impressionante os diálogos e pensamentos fluindo na mesma velocidade das emoções, perfeito. Halle Berry está demais e mesmo assim ainda acredito que poderia dar mais em alguns dos seus 6 personagens, mas suas cenas como Luisa Rey impressionam bastante. Jim Broadbent é rico em atuações, e 4 dos seus 5 personagens são brilhantes de se ver, mas sem dúvida o músico Vyvyan é onde pode demonstrar mais emoção ou talvez nas cenas finais de Cavendish, dúvida cruel. Jim Sturgess é o típico ator que você não espera nada e te surpreende, todos os seus personagens são bem interessantes de se ver, mas o carinho demonstrado nas cenas futurísticas com Doona Bae são de emoção pura. Falando em Doona Bae, nunca tinha reparado tanto nessa atriz e o que ela faz como Sonmi-451 é de uma firmeza de expressão que espanta e seu outro personagem também possui uma cena bem forte. Bem Whishaw acredito que poderia ter sido mais expressivo nos seus personagens e mesmo no principal momento seu ainda foi inexpressivo demais. Hugo Weaving no quesito atuação seu melhor personagem dentre os 6 que faz não é o principal, portanto é melhor considerar que faltou um pouquinho para agradar mais. Hugh Grant também faz agradar nos seus 6 personagens, mas assim como Weaving sua melhor atuação está muito maquiada e irreconhecível então melhor deixar como surpresa, porém no geral agrada bem. Keith David é impressionante em 3 dos seus 4 personagens, não tem como não gostar dele, principalmente nas falas bem aborígenes não ditas corretamente. Enfim, acho que falei de todos os principais, poderia falar de cada personagem individualmente, mas estragaria tanto surpresas boas quanto ruins, então como não é meu objetivo aqui, acho que já está de bom tamanho o que falei. Quanto aos demais atores e personagens foram corretos dando ajuda em cada história de forma isolada sem atrapalhar nem ajudar muito.

No quesito artístico, o filme é impecável, pois retrata épocas diferentes, com cores diferentes de formas de atuações e visuais diferentes, porém de forma com que tudo se encaixe. Com toda certeza esse filme deu uma dor de cabeça imensa nos diretores de arte e fotografia, pois tudo precisava se ligar, e no fim o que vemos é um brilhantismo artístico que nos faz mergulhar visualmente com figurinos preciosos e que nos remetem certamente a cada época. Como disse no início do texto  acredito muito mais no filme como algo artístico e não comercial, por isso esse quesito é um dos principais do filme. E já que estamos falando de visual, já dei parabéns quando falei nas atuações e não esquecerei jamais as maquiagens feitas no longa, pois é inacreditável ao final ver que alguns personagens são alguns atores, em momento algum se desconfia se não ler em algum lugar antes, e como já recomendei diversas vezes, prefira ver sem saber nada.

Agora um dos pontos mais perfeitos do longa é certamente a trilha sonora deliciosa de se escutar. O Sexteto Cloud Atlas é algo que escutaria horas afinco sem parar nenhum momento e relaxaria maravilhosamente. Aliado à ela, souberam colocar outras boas trilhas para acompanhar cada história dando o ritmo necessário para cada momento, fazendo com que o filme de 174 minutos passasse de forma bem gostosa, claro que temos alguns momentos cansativos, mas no geral a velocidade agrada. É um típico CD de trilha que valerá a pena ser adquirido.

Enfim, é um filme muito interessante, confesso que não esperava nada dele na primeira vez que fiquei sabendo sobre ele, e a cada trailer ou coisa que lia minha expectativa foi aumentando até que hoje estava desesperado para ver. Poderia ser melhor, sim, sendo um pouco mais comercial dando velocidade para alguns momentos e até tesourando algumas cenas, mas esse nunca foi o intuito dos diretores quando escreveram o roteiro do filme. Vale muito a pena conferir o longa no cinema, visto que conhecendo as pessoas ao verem em casa com certeza acelerarão partes e perderão conexões necessárias do filme. E como já disse procure ver sem ler quem é cada personagem em textos espalhados pela internet, pois a surpresa final de não saber que é o mesmo ator de outro personagem é muito satisfatória. Bem é isso o que tinha para falar desse longa, ainda temos mais 2 longas para conferir nessa semana, então fico por aqui mandando abraços e até breve pessoal.


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A Vida de Outra Mulher

1/11/2013 01:07:00 AM |

Uma coisa que acho muito engraçado era o quanto eu era preconceituoso com filmes franceses, antigamente achava todos diferentes e chatos, hoje já me divirto e fico bem feliz com o que vejo. Em "A Vida de Outra Mulher", o que vemos na tela é uma comédia dramática muito bem bolada e com a atuação perfeita de Juliette Binoche, porém temos um enorme problema para a maioria dos espectadores: praticamente não temos nem início nem final para o filme, restando apenas o recheio do bolo, claro que um recheio delicioso, mas a grande impressão que quiseram deixar coisas demais em aberto e acabou faltando explicar coisas que seriam extremamente importantes.

O filme nos conta a história de Marie, uma mulher de 40 anos que acorda pensando ter 25. Esqueceu de 15 anos de sua vida e ainda vive uma história de amor que já terminou. Agora, ela tem uma segunda chance de reconquistar o amor de sua vida.

A história em si é muito bacana e gostosa, mas não sei se para a estréia como diretora e roteirista da atriz Sylvie Testud a opção de não querer mostrar como a protagonista perdeu a memória desses 15 anos acho que foi arriscado demais, pois ficou um vazio nesse quesito, tudo que ocorre com ela é cabível de quem tenha perdido a memória, porém o público quer saber como aconteceu aquilo. Vai que seja o alto nível de estresse devido a sua profissão, de ter feito um grande pronunciamento, que seja, mas ficou vago demais, e novamente ao final nos deixa aberto sem saber se deu tudo certo ou não. É inteligente terminar filmes dessa maneira, sim, mas deixar buracos no início e no final na minha pequena opinião é não saber o que quer da história, deixando um filme sem uma norma padrão que seja, pelo menos cabível para que qualquer pessoa assista e saia feliz da sala. Só o miolo que tivemos já foi excelente para agradar os corações mais apaixonados e deixar muitos suspirando, mas se tivéssemos qualquer uma das duas partes faltantes, ou o início ou o fim, não necessitando ter as duas obrigatoriamente, com toda certeza seria um filme magnífico digno de uma nota 10, mas a falta pecou muito.

A atuação de Juliette Binoche é algo impecável em qualquer filme que esteja, pode ser o pior lixo do planeta que ela consegue fazer os momentos que está enquadrada brilhar a tela com boa interpretação e chamar a responsabilidade para si, e aqui não é diferente, seu personagem tem carisma, tem dinâmica, tem tudo que precisa para agradar qualquer um. Mathieu Kassovitz faz um bom papel, principalmente no início que tem quase nenhuma fala, somente o olhar bastou para já ligarmos tudo o que é necessário e foi explicado sem precisar, porém a cada momento ele vai melhorando de uma forma sua atuação que só não é melhor devido à algumas cenas que ele está na livraria e as cenas soam vazias, mas tirando isso também perfeito. Ývi Dachary-Le Béon também tem poucas cenas, mas suas iniciais já valem por tudo, que maravilha a doçura que se dedica a protagonista, chega a emocionar realmente. Os demais personagens, poderiam ter dado links para as partes que faltaram, mas não, são mais vazios ainda e não incrementam nada para com a história.

O visual do longa estava estranhando um pouco, não que eu já tenha visitado a França, mas por ter visto tantos filmes estava achando meio falso alguns lugares, e ao subirem os créditos com tantas equipes de cidades diferentes vi que minha atenção ao país está valendo. Não que isso tenha atrapalhado o filme, que tem visuais lindíssimos e muito bem colocados, apenas achei estranho, tanto que a arte se preocupou em caracterizar tudo como sendo um local só, mas quem for mais atento vai pegar. A fotografia soube valorizar alguns ângulos de câmera para pegar a iluminação interessante de Paris, e isso fica agradável de ver e aliado à cores calmas certas deixou o longa bem docinho.

Enfim, é um filme muito bacana que poderia ser extremamente melhor. Claro isso é uma reclamação minha e pode ser que muitos vão amar não ter esses detalhes que falei, mas cada um é cada um. Com certeza vale a pena ser visto, mas como estreou em Agosto do ano passado no Brasil e só veio pro interior agora como Cinecult, então acredito que muitos verão em DVD logo nas locadoras, o que não deixa de ser uma boa opção. Fico por aqui, mas nessa sexta a noite já temos estréia por aqui, então abraços e até breve pessoal.


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Sete Psicopatas e Um Shih Tzu

1/05/2013 12:15:00 AM |

Já falei muitas vezes aqui e repetirei que assistir um filme sem expectativas é a melhor coisa que pode existir, pois a chance de sair muito feliz é alta. E não foi diferente com a comédia "Sete Psicopatas e um Shih Tzu", pois diferentemente de qualquer comédia ridícula que vem sendo lançada ultimamente que te força a rir, esta não faz isso em momento algum. Tem ótimas sacadas, algumas que nem poderei falar senão estragarei o melhor do filme, que fazem a história seguir de uma forma inteiramente solta sem sabermos exatamente o que pode ocorrer, visto que tudo é possível quando temos malucos tanto escrevendo a história quanto interpretando os personagens.

O filme nos mostra que Marty, um escritor pouco experiente, não encontra a inspiração para seu novo texto, chamado Sete Psicopatas. Seu amigo Billy é um ator desempregado e ladrão de cachorros, disposto a tudo para ajudar seu amigo. As ideias inusitadas de Billy colocam Marty na mira do gângster temperamental Charlie, que não pensaria duas vezes antes de matar qualquer pessoa que pusesse as mãos em seu cão.

O que é mais interessante no roteiro do longa é a forma que é conduzido, pois como os personagens principais, tirando o escritor, todos são psicopatas ou loucos no modo que a maioria enxergará, é que tudo pode acontecer, então a todo momento somos surpreendidos com algo que ou assustamos ou soltamos o bom conhecido PUTZ, que em alguns momentos até são um pouco forçados, mas diferentemente da maioria das comédias que colocam esses esforços para te fazer rir, aqui eles soam mais naturais que tudo e acabam fazendo rir ou não, vai depender do seu estado de espírito. Outro ponto bacana de se analisar é que o diretor mesmo colocando vários personagens clichés, em momento algum temos eles fazendo o básico do cliché e sim atuando livremente para dar criação à cada ponto do longa.

No quesito atuação é notório o elenco completo que colocaram no longa e como disse acima, pelos atores estarem bem soltos e ser um filme lotado de diálogos, temos cenas brilhantes de textos que acabam virando diálogos e diálogos que acabam virando parte do filme. Ok, muitos não entenderão nada do que acabei de escrever, então assistam que com certeza entenderão. Colin Farrell já fez muitos personagens bacanas no cinema, mas aqui seu lado interpretativo é mais demonstrado, pois ele passa por diversos momentos que fazem variar todos os gêneros possíveis da atuação desde o momento hilário até o mais dramático ao ser surpreendido com alguém sendo executado à sua frente, e o ator soube dosar todas as expressões de acordo com cada momento. Sam Rockwell faz um personagem como nunca fez em suas demais atuações, é alguém que beira a loucura a tal ponto que ficamos esperando ele fazer uma coisa cética até o fim do longa e não conseguimos ver, é perfeito nesse quesito tanto que ao final torcemos para que aconteça o que acontece, somente por nos conectarmos ao seu personagem. Christopher Walken faz um personagem tão enigmático que quando descobrimos seu algo a mais ficamos perplexos e suas ações são muito bem interessantes de uma forma ao mesmo tempo intrigantes e divertidas. Woody Harrelson faz um personagem que embora apareça muito no longa achei que poderia ter sido mais explorado e principalmente explicado à que tipo de máfia está ligado, mas tirando isso faz bons trejeitos nas cenas cômicas e convence nas cenas de execução, e por estar bem livre como quis o diretor, todo o movimento que faz na cena do hospital é perfeitamente lindo de ser visto. Poderia falar mais de cada personagem, mas o texto ficaria imenso, então para resumir os demais personagens se encaixam muito bem na história e todos tem seus momentos bem contados, claro tirando as mulheres que são meros aparecimentos sem falas, mas isso é explicado em um determinado momento do filme, e dentre todos os demais personagens vale a pena destacar como coadjuvante o personagem de Tom Waits que usando o péssimo trocadilho com seu nome "wait"(espere) um pouquinho após o filme acabar.

A direção de arte não diria que foi perfeita, mas soube criar clima e localização na maioria das cenas apenas com os objetos de cena. Poderia ser mais enfática principalmente na questão dos personagens da máfia que ficaram abertos demais e alguns cenários que foram exagerados demais no conteúdo, por exemplo na festa que não serviu para nada, poderia ter sido economizado. Mas tirando isso, o longa soube trabalhar bem com muitas cores, principalmente o sangue claro, já que estamos falando de um filme teoricamente bem violento. E a direção de fotografia soube trabalhar muito bem com os cenários e movimentos de câmera para esmiuçar cada ato do filme como se fosse único de cada parte, dando a ação e cor necessária para sentir a psicopatia de cada integrante.

O ritmo ditado pela trilha sonora só decaiu um pouco ficando alguns momentos que parecem estar acelerados pela música que está tocando porém todos estão agindo lentamente e assim acabaram estranhos. Mas isso não atrapalhou o andar frenético que as cenas pediam na maior parte do longa, fazendo com que ele passasse bem rapidamente sem cansar o espectador.

Enfim, o ano começa com uma comédia muito bem planejada e engajada, do melhor estilo, pelo menos na minha opinião que já disse milhares de vezes que não gosto de comédias forçadas, então o modo inteligente de fazer rir desse agradou em cheio no meu gosto. Porém se você precisa de todo apelo que um "De Pernas Pro Ar" ou "Até Que A Sorte Nos Separe" faz para que você ria, fuja desse longa, pois a chance de sair da sala do cinema sem entender nada nem rir em uma só sequência é altíssimo. Mas como sei que meus leitores curtem boas comédias inteligentes, recomendo com certeza para todos e depois contem o que acharam aqui embaixo. Fico por aqui nessa semana praticamente só com esse filme, ainda tenho um cinecult para ver na terça, então abraços e até lá.


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