Retrospectiva 2013

12/31/2013 03:12:00 PM |

Olá amigos do Coelho!!

Como tradição nesses 3 anos que passamos juntos, no último dia do ano é dia de falar o que teve de bom e ruim nos cinemas do interior e alguns números interessantes, afinal sou um aficcionado por números também.

Alguns falam que o número 13 não é algo que dê sorte, outros já apostam sempre nesse número. Mas para os cinemas do interior, os números foram bem positivos e trouxeram um ano bem favorável de muitas estreias e bons filmes que vieram para cá. Claro que também tivemos alguns lixos que só serviram para aprendermos como não fazer nosso próximo filme para que saia melhor.

Vamos aos números primeiro, depois faço os agradecimentos que preciso fazer também, afinal se esse ano não tivesse o apoio de alguns amigos, teria sido bem complicado para cumprir com a missão que coloquei de estar vendo tudo que aparecer pelo interior, então vamos lá!

Em 2013 esse Coelho que vos digita, pulou 228 vezes no cinema, e deu notas que em média resultaram na nota 7.38, ou seja, podemos dizer que foi um ano de filmes que foram aprovados no geral.

Eleger o melhor do ano é algo muito vasto, afinal dei nota máxima para 16 dos 228 filmes, aprovando todos eles e sem desmerecer um ou outro desses, vou colocar aqui alguns que se destacaram por algo:
- "Gravidade" no quesito filme espacial completamente diferenciado do que vimos;
- "Django Livre" mostrando que Tarantino consegue fazer western com toda sua violência clássica;
- "Flores Raras" como o melhor do cinema nacional, mesmo que não falado em português;
- "La Jaula de Oro" foi o filme diferenciado dos demais não americanos e sobressaiu bem;
- "O Capital" colocou filmes envolvendo finanças novamente como algo impressionante;
- "Meu Malvado Favorito 2" mostrou que sequências de animações podem ser melhores que original;
- "Capitão Phillips" afligiu esse Coelho no seu máximo e mostrou que Tom Hanks ainda é o cara;
- "Cirque du Soleil - Outros Mundos" colocou a magia do circo em 3D para quem nunca foi em um circo real;
- e "Truque de Mestre" usou da magia ilusionista para impressionar num filme dinâmico e que fez muita gente já ficar esperando pela continuação que prometeram.

E porque não falar também das decepções, afinal alguns filmes prometeram tanto por chamar atenção da crítica especializada, mas ao aparecer por aqui só serviram para rir, porque chorar num dava, e além deles também tiveram aqueles que ficamos pensando porque alguém fez isso:
- "Cães Errantes" ainda estou parado olhando aquele plano de mais de 10 minutos e rindo;
- "Todo Mundo em Pânico 5", cinco vezes pior do que qualquer lixo que surge por aí;
- "Para Maiores", e suas escatologias jogadas na tela à toa;
- "Centro Histórico", uma aula de história ruim de uma cidade que não importa para o mundo;
- brasileiros então surgiram a rodo de filmes ruins: "Giovanni Improta", "Bonitinha, mas Ordinária", "Vendo ou Alugo";
- e o que fez todo mundo gastar mais para ver uma porcaria em 3D: "Se Puder... Dirija!"

Como já me perguntaram isso uma vez qual seria o cinema que recomendaria na cidade, fiquei devendo isso até esse ano, principalmente para avaliar tudo muito bem e pesar prós e contras, e até setembro era sem dúvida a rede UCI que não cometia praticamente erro algum, mas com a chegada do Cinépolis Iguatemi com todo seu conforto e tecnologia, além de não ficar em um shopping abarrotado de pessoas, passou a ser minha escolha número um para indicar para qualquer pessoa que me pergunte.

Agora é rezar e torcer novamente para que as distribuidoras melhorem a cada ano, já que agora tudo é digital, então mais fácil de enviar para o interior, e que no ano de 2014 os cinemas exibidores não fiquem com medo de salas vazias e mandem tudo para cá e que assim seja bem melhor a quantidade de filmes, proporcionando quem sabe que esse Coelho maluco chegue num ano com 300 filmes vistos, o que seria um sonho... rss

Como disse no começo, tenho de agradecer a diversos amigos e sites que apoiaram muito para que atingisse essa meta, e enumerar pessoas seria algo chato com todos, afinal muitos seguem regras, então prefiro agradecer o pessoal da Rádio Difusora por me chamar para todas as pré-estreias divertidíssimas, aos amigos que conquistei em todos os cinemas de Ribeirão, sejam eles da bilheteria que sempre me atenderam bem e ficam perguntando dicas dos filmes, mas claro principalmente aos gerentes que me aturaram reclamando de filme passando errado, de problemas com projeção ou som, ou até mesmo pedindo cortesias para desonerar tanto o custo que é ver tudo nos cinemas, afinal para um amante da sétima arte o correto é ver tudo onde foi previsto passar. Espero que possa sempre ajudar a todos no que precisarem, então contem com o Coelho.

Bem é isso pessoal, não falei muito dessa vez, afinal falei demais durante o ano. Irei me comprometer a mais um ano comentar tudo que estrear, então até breve com muitos filmes por aqui. Desejo pra todos um ótimo início de ano, e que todos tenham muitas sessões bacanas nos cinemas.
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Até Que A Sorte Nos Separe 2

12/30/2013 01:25:00 AM |

Sempre que olho continuações de comédias brasileiras fico me perguntando: "O que o dinheiro de uma boa bilheteria não faz com os filmes?". E essa pergunta deveria ser respondida pelos bons filmes que sempre fazem algo pensando apenas em fazer um filme, e não em lucrar, pegando dinheiro do governo e simplesmente entregando nada. Pois bem, desabafo feito, vamos falar desse que não é o caso de pensar em fazer um filme jogado apenas com o dinheiro do governo, pois "Até Que A Sorte Nos Separe 2", até usou um pouco de incentivos fiscais, mas com a bilheteria mais gorda que Leandro Hassum do primeiro filme, sobrou muito para que os produtores fizessem algo de uma qualidade técnica bem mais interessante e claro não precisaram fazer as tosquices que fizeram em outro grande filme nacional dirigido pelo mesmo diretor, que se passou nos EUA e não viajaram pra lá usando apenas o chroma-key mal feito, podendo aqui levar toda a equipe para passar uns dias em Vegas e desfrutar de ótimos cenários para que a produção ficasse condizente ao menos, já que o roteiro engraçado ainda ficaram devendo pro terceiro filme que deve vir em breve, deixando apenas os erros de filmagem nos créditos muito divertidos.

O filme nos mostra que três anos depois, Tino e Jane estão mais uma vez em dificuldades financeiras. O saldo bancário do casal é salvo graças ao inesperado falecimento de tio Olavinho, que deixou uma herança de R$ 100 milhões a ser dividida igualmente entre Jane e sua mãe, Estela. Como o último desejo do tio foi que suas cinzas sejam jogadas no Grand Canyon, Tino aproveita para levar a esposa e dois de seus filhos para conhecer Las Vegas. Entretanto, ele se empolga com a jogatina de um cassino e perde todo o dinheiro ganho por Jane na mesa de pôquer. Para piorar a situação, ainda fica devendo US$ 10 milhões a um capanga da máfia mexicana, que deseja receber o dinheiro a todo custo.

O diretor aproveitou de um roteiro mais bem montado para o carisma de Hassum e colocou a incumbência de fazer graça novamente nas mãos dele, porém com dinheiro em mãos tudo fica mais fácil, e o gordinho mais boa pinta da TV pode desfrutar de piadas mais fáceis do que nunca para utilizar em Vegas, e com isso o primeiro longa que foi lastimável tecnicamente e ruim de piadas, agora ficou apenas cômico divertindo com algumas bobagens, mas empregando muita técnica. Ainda tenho pra mim que Roberto Santucci sabe fazer bons filmes, afinal "Odeio o Dia dos Namorados" foi excelente, mas ainda com os quatro filmes feitos apenas para ganhar dinheiro "De Pernas Pro Ar" e "Até Que A Sorte Nos Separe", ele ficou fadado aos protagonistas divertirem com seus carismas cômicos e esqueceu de pegar o roteiro e transformar numa grande comédia. O público em geral vai rir, com certeza, das piadas prontas, mas fica faltando a comédia como deve ser propriamente dita, para que todos rolem de rir na sessão, não apenas deem sorrisos. O trabalho do diretor aqui pelo menos foi visto no quesito de bons planos, outros atores condizendo mais com a trama, mas utilizando do próprio nome do protagonista, faltou tino cômico.

O filme teve uma baixa estranha que tentaram amenizar, de Danielle Winits não voltar para a continuação, e poderiam ter feito qualquer outra coisa para explicar a saída dela, menos o que fizeram realmente que ficou péssimo, afinal Camila Morgado, mesmo sendo excelente atriz, não tem carisma cômico e muito menos é de longe semelhante para assumir Danielle pós cirurgias plásticas. Camila entra bem para o time do filme, mas é uma excelente atriz para dramas, aqui fazendo comédia ficou parecendo que não sabia o que fazer, e não nos proporciona nenhum momento de riso, o que é uma pena. Leandro Hassum é um dos nossos comediantes mais carismáticos do cinema nacional, mas querer que faça dois papéis já está querendo virar o Eddie Murphy, e isso ele está muito longe de ser, poderiam ter deixado ele um pouco mais preso aos momentos divertidos, dando mais piadas e gags cômicas, ao invés de tentar criar uma aventura ao estilo de seu programa dominical. Kiko Mascarenhas é um dos pontos fortes da trama, que conseguiu adequar o tom de voz para que ficasse bem encaixado na comédia mesmo sendo o ponto sério da trama, com relação aos investimentos. Charles Paraventi consegue fazer um mafioso interessante e por pouco quase nos faz crer que realmente é um mexicano, ou seja, mostrou que sabe atuar bem. Anderson Silva começa a seguir os passos de seu mestre Steven Seagal ao fazer uma participação em várias cenas do filme, afinal depois do que aconteceu ontem, o cinema deve ser sua parada definitiva, e não desaponta não nas cenas que faz. A participação de Jerry Lewis ficou mais do que bem homenageada, colocando um dos mestres do humor para mostrar que num filme cômico é preciso por lendas também. Arlete Salles tenta agradar e se incorporasse um pouco mais o personagem acredito que conseguiria chegar no auge de sua Copélia. Dos demais cada um tentou como pode agradar frente às câmeras, mas não conseguiram chamar tanta atenção.

Como falei tecnicamente o filme está bem interessante, pois contou com uma produção bem rica, e sendo assim, as locações escolhidas ficaram de muito luxo, cheio de elementos visuais bacanas para chamar atenção e sempre com planos bem abertos para dar o ar de grandeza dos locais, porém como já diria meus antigos professores, um filme com boa produção não basta para agradar ao público mais exigente, e hoje o que vi foi uma prova nata disso. A fotografia também ficou bem condizente, utilizando sempre contras bem encaixados para não existirem sombras, mesmo nas cenas que tiveram um pouco de chroma-key, e com isso poucas cenas usaram de iluminação natural dando um ar um pouco recluso para o filme.

Enfim, a continuação ficou melhor que o primeiro, irá dar uma excelente bilheteria, afinal o público brasileiro adora comédias jogadas ao estilo desse, mas ainda está longe de ser considerado um filme de comédia da melhor estirpe, ficando somente com as poucas risadas que deixei mais nos erros pós-créditos que no filme em si que sorri com algumas cenas. Não recomendo ele, mas sei que muitos gostam do estilo que o Hassum faz, então se você é desses, pode ir que sairá feliz com o que verá. Encerro meu ano de 2013 nos cinemas com esse filme, mas não pense que vou ficar sem publicar claro a minha retrospectiva, então me despeço dos meus amigos leitores no dia 31 falando o que achei melhor no ano e alguns números que gosto tanto, então abraços e até lá pessoal.


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Confissões de Adolescente

12/29/2013 08:22:00 PM |

De 1994 a 1996 a TV Cultura exibia o programa que mais deu audiência para a Emissora desde quando foi fundada, ele se chamava "Confissões de Adolescente" e mostrava vários problemas pelos quais os jovens da época tinham de passar no período mais confuso de suas vidas. Pois bem, a protagonista da época Maria Mariana escreveu um livro, onde contou em resumo boa parte das coisas que ocorreram nos 40 episódios que foram ao ar, e como tudo que foi sucesso no mundo, atualmente acaba sendo requentado e jogado nas telonas porquê não colocar ele também numa versão de 2 horas? Sendo assim, quem assistiu na época verá quase uma versão acelerada de todos os episódios na tela com um ar mais moderno, afinal os adolescentes de 2013 não são os mesmos de 1994, e embora o mundo tenha mudado tanto, tudo que ocorria naquela época ainda faz muitos adolescentes tremerem na base.

O filme nos mostra que Paulo está passando por dificuldades financeiras para sustentar as quatro filhas, Tina, Bianca, Alice e Karina, depois que anunciaram um novo aumento no aluguel. Quando ele avisa que eles precisam se mudar do apartamento onde vivem, na Barra da Tijuca (Zona Oeste do Rio), elas se comprometem em ajudar de alguma forma, começando a cortar despesas bobas e ajudando nas tarefas domésticas. Mas enquanto precisam lidar com essa novidade, o quarteto tem ainda outras experiências típicas, relacionadas a idade de cada uma delas. Tina vem penando para conseguir um primeiro trabalho, ao mesmo tempo que vem se desentendendo com o namorado riquinho. Bianca, por outro lado, esconde uma relação misteriosa, diferente de sua irmã Alice, ainda virgem, e as voltas com a famigerada primeira vez. Correndo por fora, Karina é a mais nerd da turma e anda atraindo as atenções de um dos colegas da escola, mas eles ainda não sabem bem ao certo como lidar com isso. Apesar dos conflitos, a união entre elas permanece e as experiências, tudo indica, irão contribuir ainda mais para manter a família unida.

Já tivemos nos anos anteriores, alguns outros filmes brasileiros que tentaram mostrar tudo isso que vimos no seriado, mas não tiveram tanto sucesso, afinal falar com os jovens é algo muito difícil pois cada um vê seus problemas de forma diferente e acabam sendo incompreendidos, e sempre que algum diretor tenta a sorte em se aventurar nesse mundo próprio deles, nem sempre poderá se dar tão bem como os diretores dos 40 episódios deram na época. Pois bem, um dos principais diretores na época foi Daniel Filho e não poderia ser outro que pegaria o livro de Maria Mariana e adaptaria para as telonas junto de Cris D'amato, e aqui conseguiu fazer um resumo bem encaixado de todos os problemas que os adolescentes passam, ou a maioria deles, num filme interessante onde os jovens podem se conectar bem com a versão atual por colocar um aparato tecnológico que hoje faz mais parte da nossa vida chamado Facebook e assim junto com outros detalhes do cotidiano mixar de forma criativa tudo num único filme. Outro ponto que devemos observar é que os diretores souberam trabalhar bem com toda a garotada que faz parte do elenco, e olha que não foram poucos, e com a liberdade que foi dada na maior parte do tempo, os jovens se saíram bem frente as câmeras, não ficando forçados como costuma acontecer com a maioria de jovens iniciantes no cinema.

Falar de todos os jovens daria um texto gigante demais, e sairia um pouco repetitivo demais, afinal a maioria aqui sabe como são adolescentes atualmente e o que todos fazem na telona é exatamente como enxergamos eles fazendo tudo, então vou destacar alguns que se sobressaíram. Sophia Abraão já havia interpretado a versão teatral do seriado, então seu papel aqui foi moleza para a atriz, é uma pena que como já não é mais tão adolescente, seu personagem não tenha tanto foco, pois gostaria de ver mais ela, que saiu muito bem frente às câmeras nos momentos precisos que teve de atuar. Isabella Camero trabalhou tão bem seu personagem que a grande revelação final é tão fácil de ser dita que a garota parece até dominar da arte que lhe foi proposta, e conseguiu fazer com que um paradigma fosse quebrado ao não demonstrar a forma que muitos julgam esse estilo, com isso a jovem merece atenção daqui pra frente para ver o que pode fazer mais. Malu Rodrigues tentou não fazer o tradicional das jovens que passam por esse problema, que é o mais comum e já foi visto em todas as novelas possíveis da Globo, mas é difícil fazer diferente algo tão batido, e a jovem apenas fez o que todas fariam, pelo menos sem decepcionar na tela. Clara Tiezzi faz a mais jovem, porém com maior timing frente às câmeras das 4 garotas e soube trabalhar bem com a modernidade, mostrando que as jovens hoje podem trabalhar tão rapidamente com a tecnologia que sabem passar isso pra frente de forma fácil, basta testar perguntando pra qualquer criança como fazer algo tecnológico que é moleza. Os garotos que participaram todos são meros coadjuvantes e alguns tentam sair melhor fazendo o tradicional, valendo destacar algumas cenas de Hugo Bonemer, Lucca Diniz e João Fernandes, sendo que este último vai ser lembrado pela sua versão mirim de Crepúsculo. Cássio Gabus Mendes tentou fazer homenagem à Luis Gustavo com uma interpretação exatamente copiada sem tirar detalhe algum, e isso não sei se é bom para um ator, mas conseguiu fazer pelo menos o que queria. Vale destacar também as pequenas pontas das protagonistas originais da série de TV: Maria Mariana bem rapidamente na entrevista de emprego, Débora Secco como a tradicional mãe solteira que faz o filho passar vergonha, Danielle Valente como outra mãe menos presente, e Georgiana Góes fazendo uma professora apenas, mas todas não poderiam ficar de fora de algo que as lançaram no mercado televisivo com o sucesso que fizeram.

O visual da trama lembra bem a série que não acaba nunca na TV Globo chamada "Malhação", pois convivendo entre a escola e a casa das protagonistas, o longa sobrevive nesse meio, dando uma ou outra passada por boates e festas, onde tudo se desenrola com a cenografia mais tradicional carioca impossível, não dando motivo algum para que a equipe de arte tivesse momentos criativos. Não falo isso como algo ruim, mas para quem já está cansado do tradicional que a novelinha adolescente já bateu na tecla insistidamente poderiam ter sido mais originais. A fotografia utilizou de muitos planos com iluminação natural para que o longa tivesse uma vida mais dinâmica e com isso algumas cenas ficaram mais novelescas do que deveria, então não podemos dizer como ponto positivo algum nos quesitos técnicos do filme.

A trilha sonora do filme também manteve canções da época do seriado junto com alguns funks mais modernos e batidas de DJs que estão na moda para contemporizar o filme e dar dinâmica para ele, mas não chega a ser nem metade das boas músicas que foram introduzidas na época.

Enfim, não é um excelente filme, mas vale principalmente como uma grande compilação de um seriado inteiro que bons diretores conseguiram transformar em filme. Possui uma série de bobeiras no meio, afinal adolescentes costumam fazer bobeiras, então quem já assistiu uma "Malhação" alguma vez e não gostou, certamente irá ficar meio bravo com o longa, mas quem relevar isso e assistir com a boa lembrança que tinha do seriado, talvez saia feliz da sessão com o que verá. Recomendo ele com esses detalhes que disse apenas e claro para jovens tentarem assimilar os problemas que podem ocorrer durante atos sem pensar. O longa estreia no próximo dia 10 de janeiro, mas ainda durante o próximo final de semana teremos mais algumas sessões de pré-estreia dele para quem quiser conferir. Fico por aqui agora, mas ainda hoje irei conferir meu último filme desse ano para deixar postado aqui a opinião dele antes de colocar no ar a retrospectiva completa de 2013, então abraços e até mais tarde pessoal.


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Frozen - Uma Aventura Congelante em 3D

12/28/2013 11:52:00 PM |

Fazia um bom tempo que vinha reclamando que os filmes da Disney não tinham mais a mesma magia de antigamente, pois hoje já pelo curtinha introdutório do filme "Frozen - Uma Aventura Congelante", já mostraram utilizando o próprio Mickey e sua turma da forma mais antiga possível, em preto e branco, misturando o colorido e a tecnologia 3D para mostrar que estão se modernizando. Só pelo curtinha o filme já havia me cativado e mostrado que sim, eu tinha entrado em um novo filme da Disney. Então começa a tocar a música tema, e mais uma vez hesitei pensando será que voltaram pras origens? Pois bem, logo em seguida sou surpreendido pelas jovens protagonistas cantando ao invés de apenas falar, pronto o Coelho já entrou no clima e curtiu até mais do que poderia a nova animação deste estúdio que tanto me emocionou na minha infância e agora parece querer trabalhar novamente com a forma de encanto envolvendo magia, príncipes e princesas, músicas e roteiros para alegrar não somente as crianças, mas todos que forem ver. E com essa receita em mãos, "Frozen" acredito que será um sucesso tanto para as crianças quanto para aqueles que ainda possuem uma criança interior e gostam de uma boa animação.

O filme nos mostra que após um incidente na infância, Anna foi afastada da irmã mais velha, Elsa. Órfãs e isoladas dentro do imenso castelo da família, elas se reencontram na coroação de Elsa, mas um desentendimento faz a jovem rainha perder o controle, provocando o congelamento de todo o reino. Elsa decide então se isolar e Anna se aventura pelas montanhas de gelo tentando encontrar a irmã e acabar com o frio.

Confesso que quando vi a sinopse e o primeiro trailer da animação, fiquei com os pés atrás por parecer uma cópia da animação russa "O Reino Gelado", mas ambos apenas usaram de base o conto "The Snow Queen" de Hans Christian Andersen, e cada um segue uma forma diferente de contar a história, e se o irmão russo teve um bom roteiro, mas pecou na técnica, nesse aqui usaram de tudo de melhor que o estúdio sabe fazer bem e juntou dois diretores e roteiristas de grandes filmes da casa para fazer algo mágico como antigamente mas abusando de tudo de novo que podem utilizar. Por Chris Buck ter dirigido já o belo "Tarzan" em 99, era de se esperar muito dele aqui, e junto com a roteirista fantástica do "Detona Ralph" Jennifer Lee, eles conseguiram trilhar um filme com toda pompa de virar um clássico Disney. Porém temos um pequeno problema, analisando do estilo Coelho de ver animações, o longa prendeu bem mais a atenção dos adultos do que as crianças, que algumas ficaram correndo, outras conversando e com isso não posso dizer que vai ser uma paixonite principalmente para os garotos.

Os personagens foram bem escolhidos e divertem na medida sem precisar forçar a barra e contam bem suas histórias. As duas irmãs cantam bem sua história de forma a lembrar um musical da Broadway facilmente, o que deve acontecer bem em breve, e mesmo tendo personalidades bem diferentes conseguem ser carismáticas na mesma medida, e Elsa consegue fazer seu momento mais impactante lindo, criando algo de uma beleza com o gelo que assim como o grandão Kristoff disse é de chorar de tão bonito. Falando no grandão, fazia tempo que não víamos uma conexão tão bacana de humano e animal como ele tem com sua rena Sven que junto do boneco de neve Olaf são os responsáveis pelos momentos cômicos da trama e acabam sendo bem fofos. Os trolls são bacanas e bem interessantes, e poderiam ter sido mais utilizados para a trama, pois trabalhariam uma vertente diferente e mística. Os personagens secundários do reino são bem simples e não se conectam tanto à trama, destacando apenas o príncipe que passa a ter um rumo um pouco diferenciado mais pro final, mas que no início participa bem das cantorias. A dublagem ficou bem colocada, dando característica clara dos personagens em suas vozes, afinal foram poucos atores e não dubladores que emprestaram suas vozes aos bonecos.

Eu sou suspeito de falar sobre o visual da trama, afinal adoro a fotografia que a neve possibilita aos filmes, então a cor branca predominante aqui sobressai com sombreados em prata e cristais azulados que dão uma simbologia impressionante para a trama, colocando os castelos, as florestas e tudo que acaba inserido congelado com um brilho impressionante. E para contrastar o lado quente da história os trolls são bem puxados para o cinza pedra e junto com suas gramíneas acabam dando um lado mais animado e divertido mesmo sendo cinza. E dessa forma cada momento do filme acaba tendo um ou mais elementos que são chaves e trabalham da cor inversa ao local que está ocorrendo o ato, para que contrastando seja bem notável no filme. Quanto do 3D, temos muitas cenas com profundidade, e a questão neve passando por todos os lados ficou interessante, mas não é nenhum daqueles filmes que exijam ver usando a tecnologia.

Das canções todas estão num ritmo bem cadenciado e gostoso de ouvir, representando bem o momento e o que acontece em cena, claro que muitos irão criticar dizendo que estão vendo ópera e tudo mais, porém a magia da Disney sempre foi essa de as canções coincidirem bem com os filmes de forma a passar o momento sem precisar ficar apenas falando as coisas. E nesse quesito a equipe de dublagem trabalhou bem para que as canções dubladas ficassem agradáveis por igual sem forçar traduções forçadas.

Enfim, gostei muito do que vi e recomendo para todos que aguardavam um filme da Disney como era nas antigas, como "Rei Leão", "A Bela e a Fera", "Pequena Sereia", entre outros e quem sabe dando resultado o estúdio veja que deve continuar com essa linha para que tenham mais sucesso nos cinemas. O longa só estreia na próxima sexta, mas teremos sessões de pré-estreia diariamente, então quem gosta de uma boa animação já pode conferir e levar a criançada pra ter desculpa de que não foi sozinho ver um desenho. Com certeza as garotas irão gostar mais que os meninos, mas nem por isso é um longa voltado só para elas, e com isso os jovens podem ver tranquilamente sem perder sua masculinidade. Fico por aqui hoje, mas amanhã estou de volta com mais filmes que estão passando por aqui, então abraços e até breve pessoal.


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Álbum de Família

12/28/2013 12:16:00 PM |

Se você gosta de um filme bem dialogado e curte ver aquelas brigas de família onde um vai alfinetando o outro, até o barraco ficar completo, "Álbum de Família" é o seu filme sem nem pensar. Junte a isso um elenco estelar onde nenhum consegue fazer menos do que uma chance para ser indicado a qualquer prêmio. Eu no lugar da equipe para escolher quem colocar como indicado pra cada prêmio surtaria fácil, mas Meryl Streep e Julia Roberts são hors-concours e com 10 minutos de filme Meryl já levantou seu homenzinho dourado e disse sai da frente que já limpei a estante pra caber mais um, e ainda teríamos mais 109 minutos para que ela humilhasse todas as demais concorrentes. Tudo bem que posso estar exagerando um pouquinho, mas assim como tivemos em 2010, "O Discurso do Rei", com um filme inteiramente dialogado que desbancou grandes nomes do ano, se os concorrentes não fizerem o dever de casa direitinho para ganharem votos, esse é o filme que pode comer bem pelas beiradas, mesmo sendo bem cansativo no início.

O filme nos mostra que Barbara, Ivy e Karen são três irmãs que são obrigadas a voltar para casa e cuidar da mãe viciada em medicamentos e com câncer, após o desaparecimento do pai delas. O encontro provoca diversos conflitos e mostra que nenhum segredo estará protegido. Enquanto tenta lidar com a mãe, Barbara ainda terá que conviver com os problemas pessoais, com difíceis relações com o ex-marido e com a filha adolescente.

A sinopse dessa vez faz uso exatamente do seu significado e resume o filme exatamente como ele é sem tirar nenhuma vírgula, claro que não coloca em pauta todo o ótimo trabalho do elenco, mas o diretor soube trabalhar exatamente como funciona a peça de Tracy Letts que deu origem ao roteiro, também assinado por ele, e que ganhou dois dos maiores prêmios do teatro mundial, deixando nas mãos ou melhor, na oratória de ótimos atores para que desenvolvessem tudo que sabem melhor fazer, ficando fácil apenas orquestrar a posição de câmera e o melhor ângulo para que o circo pegasse fogo de maneira clara e visível para todos. Como sempre temos várias pessoas em cena, o diretor vem com seu segundo longa com a maioria dos planos bem abertos para que o desenrolar seja visto frente a face de todos em cena e não apenas dentre os envolvidos, e assim com certeza sem um elenco bem treinado o filme passaria de poucas horas de gravação para meses, pois o erro fica muito fácil de ocorrer. Mas como o orçamento foi de apenas US$ 25 milhões, acredito que com todo esse elenco foi bem rápido de fazer o filme. Um único porém que faria pessoalmente seria terminar na cena da Meryl sem precisar mostra a cena seguinte com Julia, o que felizmente não acaba com o clímax construído dando apenas uma nova percepção para tudo que está ocorrendo em sua vida.

Já que só falo do elenco, vamos ao parágrafo deles, pois o filme não existiria sem a metade dos que estão aqui. Meryl Streep já ganhou 3 Oscar com mérito pelo que faz, a atriz adentra seus personagens e só sai deles sendo arremessada abaixo, ou melhor nem assim, pois o que faz aqui até vai pro chão numa briga com sua filha e não perde o papel de jeito maneira, e além disso sua equipe própria de maquiagem sempre arrasa, suas cenas (#momentospoiler sem a peruca) é de uma impressão espetacular do quão boa a atriz consegue ficar diferente visualmente de cada filme que faz, mas sem perder sua maior qualidade que é a atuação de primeira linha. Julia Roberts deve correr por fora como melhor coadjuvante, já que encarna com cerne um papel que encaixa bem e mostra sua idade "real", utilizando também de feitos com a maquiagem aliado aos seus ótimos diálogos, seus dois momentos de estouro são geniais. Sam Shepard faz uma boa introdução para o filme e agrada nos seus poucos momentos, mas não teve tanta repercussão. Julianne Nicholson é uma atriz que não conhecia muito, pois é mais vista em séries e aqui faz seu papel com coerência, tendo uma grande surpresa para seu personagem em duas grandes viradas que faz no seu próprio roteiro, ou seja, trabalhou bastante para mudar duas vezes de expressão, e fez isso muito bem. Juliette Lewis não mostrou muito sua atuação característica e faz apenas um papel mediano no meio das grandes atuações, e ainda assim consegue ter uma cena sua para ser lembrada, então pelo menos valeu o cachê. Ewan McGregor também trabalhou bem em suas cenas, fazendo tudo para que seus momentos fossem lembrados, e suas três discussões são feitas em nível perfeito para o ator mostrar a que foi chamado. Chris Cooper é um mestre de diálogos pontuados e aqui recita eles com um charme, e mesmo no seu momento de estouro ainda consegue manter a classe, perfeito. Margo Martindale faz aquela tia que todos temos, com seus segredos e do mesmo gênio forte que a matriarca da família consegue pontuar suas cenas de forma a bater forte sem deixar marcas. Benedict Cumberbatch faz um pequeno papel e também tem seu momento para marcar quadro, conseguindo chamar pelo lado fofo de sua canção e seus momentos que "dialoga" com sua mãe. Abigail Breslin já fez aula com Nicolas Cage e começa a aparecer por aqui toda semana com um filme novo, e faz o típico papel de adolescente só tendo seu grande momento mesmo sendo piada na mesa e na sua cena final com Dermot Mulroney. E já que falei de todos presentes na casa, porque não fechar com a cena de Misty Upham que mesmo falando praticamente nada consegue comover e dar sentido à várias cenas.

Por ser 100% pautado na peça, o longa fica praticamente inteiro dentro da casa, afinal assim economizaram com locações e também com detalhamento de cenários, já que bastou fazer uma casa tradicional do Oklahoma e com isso caracterizar todos os personagens com figurinos tradicionais e assim encaixou perfeitamente a trama com tudo que teria de dizer, sem gastar mais dinheiro do que foi pegar as grandes estrelas, e pra quem acha que isso deixou o longa pobre vai acabar vendo que muito pelo contrário, pois cada elemento, por mínimo que seja, acaba tendo uma grande participação para que o filme diga o que necessita nas cenas em que aparece o elemento marcante. A fotografia trabalhou com tons mais escuros e puxados para o marrom, já que estamos num clima fúnebre e numa cidade muito quente e seca, então caiu bem a tonalidade escolhida para que os planos se encaixassem bem.

A trilha sonora escolhida ficou muito bem pautada por Gustavo Santaolalla ao escolher canções de Adam Taylor e Kings of Leon, dando um ritmo estranho que poderia até ser mais dinâmico para que o início e o miolo andassem um pouco mais rápido, mas como o filme é dialogal extremo, elas entram apenas de segundo plano para dar cadência e não velocidade para a trama.

Enfim, é um filme bem interessante, que não vai ter meio termo nas opiniões, ou a pessoa adora filmes de diálogos e vai gostar muito do que verá, ou a pessoa prefere filmes com mais ação e se entediará ao extremo mesmo tendo excelentes atuações. Esse é o maior problema do filme, não ser feito para todos gostarem, e assim sendo ele chama a atenção das premiações que adoram o diferenciado. Eu particularmente adorei, principalmente estou na torcida para Meryl levar seu 4° Oscar, o que acho dificílimo por questões políticas, mas recomendo com certeza colocando apenas a ressalva do ritmo que é um pouco lento. Fico por aqui hoje, mas essa semana ainda está recheada de pré-estreias e mais uma estreia para conferir, então abraços e até mais tarde pessoal.

 
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Minhocas

12/27/2013 01:44:00 AM |

Nosso amado país anda aumentando os horizontes do cinema, saindo somente dos gêneros novelescos de comédia e investindo pesado em outros estilos que podem nem sempre agradar a todos, mas como já diria alguns, quem não arriscar não vai saber se vai acertar. Com isso, os diretores de "Minhocas" quiseram ir para um outro rumo ao fazer uma animação inteira em stop-motion, onde o uso da técnica ficou perfeita com tudo que foi mostrado, mas esqueceram de um pequeno detalhe: roteirizar o filme para a família e não apenas para as crianças, que é o que dita moda ultimamente, pois nenhuma criança vai ao cinema sozinha, então a linguagem acabou ficando exageradamente infantil de forma que os pais ou quem não foi ao cinema com nenhuma criança se sentiu vendo um programa do Disney Channel alongado. Não digo isso por mal, mas se explorassem uma vertente para vários públicos o longa divertiria e ainda ensinaria a garotada com todos os ditados antigos que colocaram nele.

O filme nos apresenta Júnior, uma jovem minhoca que não consegue fazer amigos, já que todos os que conhece o consideram mimado pela mãe. Disposto a provar o contrário, ele desafia um dos que o provoca para um desafio envolvendo um arriscado salto sobre um penhasco. Entretanto, antes mesmo da disputa começar, Júnior e Nico são levados para a superfície por uma escavadeira. Longe de casa e em um ambiente hostil, eles acabam encontrando o vilão Big Wig, um tatu bola que deseja transformar as minhocas em escravos.

A história em si, mesmo sendo infantilizada, é bem desenvolvida e utilizando de cantigas antigas, diálogos bem encaixados e personagens carismáticos, consegue ensinar de forma consciente um pouco sobre ecologia, amizade e sonhos para a garotada, mas como disse peca em focar somente nas crianças, deixando os pais um pouco desorientados na sala, e precisando trabalhar apenas em alguns termos que os menores não conhecem e perguntam o que é pro pai, pois do resto eles dão risada, torcem, vibram e tudo mais, como deve ser, ou seja, está completamente determinado o público alvo do filme e nada mais. A modelagem foi bem encaixada caracterizando cada personagem da melhor maneira, dando uma tridimensionalidade interessante mesmo não sendo um filme computadorizado, e nesse quesito acertaram a mão em escolher a O2 para finalizar o filme que já havia sido bem trabalhado na gravação, para dar cores e tons mais neutros que mostram um nível a mais para a trama.

Os personagens são interessantes, possuem um certo carisma bacana, mas ficou faltando um pouquinho de swing para eles, nem parece um filme feito no Brasil, não digo que queria ver eles sambando nem nada, mas alguns trejeitos estão tão duros que nem parecem querer agradar. Mas tirando esse pequeno detalhe, o protagonista tem seus momentos heroicos fofos, a mocinha quase chamou mais atenção, mas fez momento me salve, o ajudante teve seus momentos de papagaio de pirata, o vilão se mostrou cruel suficiente para odiarmos ele, mas também teve seus alívios cômicos, ou seja tudo tradicional demais. As dublagens com piadas coerentes, o nobre Anderson Silva tentando sair dos ringues foi falho não tendo tanta efetividade e por aí vai. Nada que chame muito nossa atenção, mas com uma modelagem muito bem feita, isso não podemos negar de forma alguma, o longa demonstra saber técnica ao menos.

Agora um ponto bem interessante ficou por conta do visual do longa que está caprichadíssimo em detalhes, ressaltando cada ponto de medo para uma minhoca, ou para grandes aventuras. Tudo foi minuciosamente colocado para ressaltar como se deve fazer num filme em stop-motion. Além disso, a profundidade que conseguiram alcançar sem usar nenhuma tecnologia 3D ficou bem colocada, que aliada a fotografia mais escura que escolheram deu um charme meio noir para a trama.

A trilha sonora poderia ter sido um pouco mais caprichada, mas não ficou ruim de todo não, adequando bem ao público escolhido, algumas crianças estavam até dançando ao final da sessão, mas poderiam ter trabalhado um pouco mais que o longa ficaria mais divertido e bem colocado no mundo cinematográfico das animações.

Enfim, como primeira experiência no mundo stop-motion o Brasil começa bem, mas ainda longe dos grandes nomes, talvez mais alguns filmes e chegaremos num patamar interessante. Como disse, focaram em crianças abaixo dos 10 anos, e se seu filho for maior que isso talvez fale que você está infantilizando ele. Demorei um pouco para encerrar a semana devido os feriados, mas conseguimos ver tudo que veio pra cá, e hoje a noite já iniciamos com as estreias e pré-estreias dessa semana, então abraços e até breve pessoal.


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Ender's Game: O Jogo do Exterminador

12/24/2013 09:10:00 AM |

Se você está procurando mais um site que vai falar mal à beça de "Ender's Game: O Jogo do Exterminador", pode dar meia volta que não será aqui que verá isso, pois o Coelho do contra volta a atacar, ou melhor, ainda estou indignado com a quantidade de críticas negativas que vi de um filme sensacional que mistura tudo de bom que já vimos em filmes de guerras espaciais, com os de treinamento de exército e videogame juntos numa única trama porém ao invés de adultos temos adolescentes com sentimentos a flor da pele. Ou seja, algo jovial que transmite sensações que podem mudar a qualquer momento numa trama cheia de grandes atuações, principalmente dos jovens que não titubearam frente ao elenco estelar mais velho.

O filme nos mostra que em um futuro próximo, extraterrestres hostis atacaram a Terra. Com muita dificuldade, o combate foi vencido, graças ao heroísmo do comandante Mazer Rackham. Desde então, o respeitado coronel Graff e as forças militares terrestres treinam as crianças mais talentosas do planeta desde pequenas, no intuito de prepará-las para um próximo ataque. Ender Wiggin, um garoto tímido e brilhante, é selecionado para fazer parte da elite. Na Escola da Guerra, ele aprende rapidamente a controlar as técnicas de combate, por causa de seu formidável senso de estratégia. Com isso, logo se torna a principal esperança das forças militares para encerrar de uma vez por todas com a ameaça alienígena.

Não li muitas críticas, afinal gosto de escrever antes de ler o que falaram, mas pela pincelada que dei, o motivo de meus amigos críticos estarem com tanta raiva do filme é a mesma que ocorrem com alguns fãs de livros que ficam magoados com a falta de um ou outro elemento presente no livro, e como esse aqui é baseado num grande sucesso dos anos 80, todos ficaram sentindo falta de algo e por isso reclama. Então lá vai o Coelho novamente falar: "Pessoal, filme é filme, livro é livro, analisem apenas a obra cinematográfica e se divirtam!". E com isso, o que o diretor Gavin Hood fez ao adaptar o livro roteirizando e dirigindo foi algo que quem não tiver lido o livro verá um filme cheio de ações, com uma narrativa bacana e que vai valer o ingresso dispendido, sem precisar ficar pensando em o que é cada elemento, ou se isso ou aquilo irá fazer falta, pois o filme vive bem sozinho, entretendo e criando um futuro bem interessante para pensarmos nas guerras que ocorreram e que virão a ocorrer, se existe ética por trás disso ou não. Todas essas questões nos são jogadas frente à um filme com jovens que se quer imaginam o quão forte poderia se tornar suas atuações com relação às discussões que levantam. E sem pestanejar em momento algum, os garotos são muito bem dirigidos para trabalharem com os grandes nomes de igual para igual.

Já que insisto em dizer que é um filme de atuação vale ressaltar a maturidade atingida por Asa Butterfield de maneira a dizer fácil que esse garoto muito brevemente terá grandes indicações à prêmios, seus sentimentos estão no ponto mais alto que um ator pode deixar, ficando perfeito para o personagem e para o filme, demonstrando carisma e ao mesmo tempo a imposição necessária para que se consagre. Harrison Ford estava devendo um filme que mostrasse o quão bom é, e veio com toda garra possível para fazer um coronel de sangue frio e que convence qualquer um a seguir suas determinações, seu personagem é marcante e mostra o cerne de uma boa interpretação. Hailee Stanfield cresceu muito fisicamente e mudou um pouco seu jeito de atuar que adoramos tanto em "Bravura Indômita", mas como aqui sua participação no filme é forte, mas não suficiente para marcar tanto não prejudicou tanto, poderia tem alçado um voo maior se tivesse chamado um pouco de responsabilidade para seu personagem, mas aí precisaríamos de um filme maior. Ben Kingsley explica suas tatuagens faciais de forma muito agradável e também faz um personagem marcante principalmente nos diálogos que faz com o protagonista, mas poderia ter uma participação maior para dar um elo mais forte. Viola Davis faz um papel tão diferente do que os que costumamos vê-la fazendo que chega a soar estranho inicialmente, mas com sua sabedoria e carisma únicos nos acolhe de forma a passarmos a adorar ela, e torcer para que ajude mais o protagonista, é uma pena que no ato final nem faça mais parte, mas agradou bem nos seus momentos. A ligação tão forte familiar que Abigail Breslin tenta passar é tão doce que impressiona e comove, não daria um prêmio para ela, mas soube transmitir a mensagem facilmente que os reclamões de plantão só não entenderão se não tiverem irmãs. Ver Nonso Anozie fazer um papel forte novamente é demais, seu general truculento de início e dedicado mais para o final é de uma beleza ímpar de ver e admirar, trazendo o ator para novamente um grande personagem. Poderia ficar falando de cada um, pois todos possuem seus bons momentos, mas vou preferir apenas dizer que todos os jovens garotos detonam na medida certa em seus momentos junto do protagonista, alguns mais carrancudos como Moises Arias faz com que saibamos seu fim facilmente, outros como Suraj Partha e Aramis Knight já acabamos torcendo para que se deem bem sempre.

O visual criado para a escola de treinamento é de uma percepção muito bela de ver, de forma que até poderia ser em 3D para dar uma profundidade maior, mas talvez a tecnologia atrapalhasse um pouco, mas que ficaria mais bonito com certeza ficaria. Tudo ficou futurista na medida, encaixando de forma tão bela para a trama que a guerra nem parece virtual, mas sim 100% real pelos elementos, e isso mostra o futuro de nossas tecnologias, onde o videogame pode chegar e nos transportar. O longa é cheio de elementos cênicos importantes para a trama que se desenha facilmente em nossa imaginação e agrada com primor. A fotografia trabalhou com cores chaves para cada cena, destacando uma ou outra do cenário para que o foco caísse exatamente onde deveria estarmos olhando e filmes que acertam nesse detalhe agradam muito. Os efeitos especiais estão de uma qualidade impecável, o que fez o longa acabar ficando caro demais, e infelizmente o retorno não está vindo para que quem sabe criassem mais algo nesse paralelo, pois tudo que criaram encaixou muito bem para ser visto mais vezes com tecnologia de ponta sem errar a mão.

A trilha sonora de Steve Jablonsky, que se consagrou principalmente com todos os "Transformers", é impecável dando um ritmo bem cadenciado para cada ato, transformando o filme em algo maior do que poderia ser e isso fica interessantíssimo de acompanhar, entrando nas profundezas do espaço tão facilmente quanto atravessar uma sala apenas. E aliado à isso, fizeram uma mixagem de som com os efeitos que cada ruído faz parte da trama da mesma forma que um elemento visual, ficando perfeito de ver e ouvir com detalhes.

 Enfim, particularmente adorei o filme e torço que mundialmente ele se recupere do fiasco que foi as bilheterias americanas, pois ele merece ser visto por muito mais pessoas, agradando tanto pelo conteúdo que passa quanto pela diversão sem precedentes que traz, lembrando até mesmo os grandes clássicos espaciais que muitos idolatram e se olharmos a fundo são apenas histórias que divertem sem um conteúdo de ética em guerras que esse aqui pode passar. Portanto, quem já leu o livro, apenas curta o filme esquecendo o que leram para se divertir sem ficar pensando no que faltou, e quem não leu vá ver um bom filme que está sendo proporcionado, pois a história é bacana e muito bem atuada. É isso pessoal, o Coelho novamente vai contra os tradicionais críticos nacionais, e recomenda essa obra com certeza para todos que gostam de um bom filme de ficção científica misturada com guerra. Fico por aqui hoje desejando um ótimo Natal para todos que me acompanham, e logo depois do feriado volto com a última estreia dessa semana no interior. Abraços e até breve.


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A Vida Secreta de Walter Mitty

12/22/2013 09:39:00 PM |

Confesso que assim como a maioria das pessoas achei o trailer de "A Vida Secreta de Walter Mitty" uma imensa viagem em todos os sentidos, mas hoje após conferir o longa toda essa viagem acaba tendo um sentido tão interessante dando vários sentidos aos nossos sonhos, colocando uma lição de moral inteligente e que agrada na medida certa de humor e aventura. Não é daqueles que você saia fazendo um alvoroço de ter visto o melhor filme da sua vida, mas é algo bem bacana de acompanhar toda a trajetória aventuresca do protagonista e sua mente. O longa possui um ritmo misto que varia de momentos dinâmicos com algumas pegadas um pouco paradas, mas no geral agrada bastante.

O filme nos mostra que Walter Mitty é o responsável pelo departamento de arquivo e revelação de fotografias da tradicional revista Life. Ele é um homem tímido, levando uma vida simples, perdido em seus sonhos. Ao receber um pacote com negativos do importante fotógrafo Sean O'Connell, ele percebe que está faltando uma foto. O problema é que trata-se justamente da foto escolhida para ser a capa da última edição da revista. É quando, Walter, com o apoio de Cheryl é obrigado a embarcar em uma verdadeira aventura.

Um fator interessante de ver até mais do que a protagonização de Stiller é a forma de direção que ele escolheu, pois transformou um longa que poderia ser até mais mágico dependendo da mão que caísse em um filme consistente, mantendo toda a ideologia viajada, mas sem ser algo irreal de acreditar, e com isso a história passa a ter vida e o senso de heroísmo que o protagonista nos faz sonhar acordados junto com ele imaginando da mesma forma como fazer suas peripécias. Outro detalhe importante é ver como aconteceu tudo, pois pelo trailer e até mesmo pela forma rápida que acontece a dinâmica da saída de viagem interna para uma viagem real, fica parecendo que é mais um sonho alongado do protagonista, e esse momento mágico da aventura real que ele faz ficou muito bem encaixado para a trama, agradando com toda certeza pelos feitos. Uma opinião apenas que acho que melhoraria esse pequeno problema, é o de diferenciar os momentos de sonho com o de vida real, mas acho que não iria fechar direito com a ideia que queriam de passar a mistura. Stiller também soube trabalhar bem com a adaptação de um conto que virou livro nos anos 40 e modernizar ele a ponto de a trama estar completamente condizente com a realidade atual, ainda não conferi o longa de 1947, "O Homem de 8 Vidas", que utiliza do mesmo texto, mas espero ver em breve pra poder comparar a direção atual com o que foi feito para comparar com essa versão emotiva que Steve Conrad conseguiu passar para seu texto, onde chegamos a remeter a outros filmes onde histórias fantasiosas são contadas por algum personagem.

No quesito atuação Ben Stiller encontrou um estilo de seguir com seu humor sem ser piegas com suas besteiras e também aprofundar em dramas consistentes, e com isso nem parece com os absurdos que já vimos anteriormente interpretados por ele, ou seja, conseguiu agradar tanto dirigindo quanto atuando. Kristen Wiig até possui bons momentos interpretativos, mas ficou mais endeusada pelo protagonista do que como uma coadjuvante bem encaixada na trama. Adam Scott faz um personagem que todos temos a mesma vontade de socar do protagonista, afinal esses funcionários de transição de empresas geralmente são detestáveis. Sean Penn faz mais um personagem com poucas palavras, mas que imprime exatamente o que quer passar com seu diálogo marcante e conciso. O longa conta com vários personagens interessantes, mas que se valem pelo momento do que ocorre, então não caberia ficar falando muito sobre cada um e sim pelo todo que representam para ajudar o protagonista a atingir seu objetivo, dentre todos vale destacar positivamente Ólafur Darri Ólafsson pelos momentos divertidos junto do helicóptero e no bar, e Shirley Maclaine pelos momentos sutis que faz dela uma mãe perfeita para o protagonista.

Um filme que fala sobre negativos, viagens não poderia nem de longe passar sem ter imagens e locações maravilhosas, e nesse quesito o longa não decepciona de forma alguma, colocando o protagonista em cenários maravilhosos cheio de significados e paisagens belas. Além das locações, cada momento possui seu elemento marcante que serve para dar algum sentido pra tudo, e ao final do filme ligar todos os pontinhos acaba sendo mais uma diversão. A fotografia utilizou muito da iluminação natural, por ter na maioria cenas abertas e com isso temos um clima bem agradável nas cenas.com a dimensão dos planos.

A trilha sonora escolhida para o filme é outro ponto bem marcante, onde grandes canções acabaram auxiliando no ritmo e na composição dos momentos da trama, adequando à cada momento algo interessante de se ver e ficar feliz com o que está vendo.

Enfim, é um filme que vai muito além do que é passado no trailer e recomendo ele principalmente por causa disso, que é mostrar que sonhos são bons, mas vivenciá-los é melhor ainda. O final me fez sair da sessão muito bem emotivo, mas para muitos não terá o mesmo significado. Quem não estiver no seu momento mais aberto para viajar por lugares diferentes e sair de sua comodidade, talvez não goste muito do que verá, mas quem embarcar junto com o protagonista com certeza sairá da sala do cinema bem feliz com o que viu. Fico por aqui hoje, mas nessa semana ainda temos mais três estreias para conferir e mesmo com o feriado no meio do caminho e toda correria que envolve nele tentarei estar postando sobre todos. Então abraços e até breve pessoal.


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Questão de Tempo

12/17/2013 07:24:00 PM |

2013 já está quase acabando, mas ainda existia tempo para o filme fofo do ano aparecer, e na próxima sexta(20/12) estreia "Questão de Tempo" que embora seja bem gostoso de assistir pela proposta que faz, se o espectador piscar é capaz de se perder na alta quantidade de viagens no tempo que o protagonista faz. Não que isso seja um problema, afinal tudo é bem dinâmico e interessante de ver na tela, pois o romance emplacado possui uma química agradável e os atores se empenharam bem em desenvolver seus papéis para que o filme tivesse ritmo e não ficasse sério demais, mesmo com as várias possibilidades de a trama dar uma angustiada nos corações mais aflitos. E assim com todas essas idas e vindas, o filme dá uma vertente interessante para um romance que mesmo sendo fofo não acaba sendo tão bobinho como a maioria dos que aparecem nos cinemas.

O longa nos mostra que ao completar 21 anos, Tim é surpreendido com a notícia dada por seu pai de que pertence a uma linhagem de viajantes no tempo. Ou seja, todos os homens da família conseguem viajar para o passado, bastando apenas ir para um local escuro e pensar na época e no local para onde deseja ir. Cético a princípio, Tim logo se empolga com o dom ao ver que seu pai não está mentindo. Sua primeira decisão é usar esta capacidade para conseguir uma namorada, mas logo ele percebe que viajar no tempo e alterar o que já aconteceu pode provocar consequências inesperadas.

O roteiro ao mesmo tempo que aparenta ser bem simples pelo trailer, e que muitos irão assimilar com os filmes "Efeito Borboleta" e "Te Amarei Para Sempre", só usa da mesma ideologia para mudar as datas, pois ao contrário das formas pesadas dos outros dois conhecidos filmes, esse usa mais a ideia romântica da coisa para que o protagonista consiga utilizar do seu dom para se dar bem. O diretor Richard Curtis soube trabalhar muito bem o seu roteiro com a química do casal e fazer com que o longa fosse divertido na medida, sem ser exageradamente engraçado para forçar o riso, e também segura bem a onda pra não ficar tão adocicado, trabalhando no mais agradável possível dentro das opções da comédia romântica dramática. Os planos foram feitos quase todos não tão abertos, afinal refazer a mesma cena várias vezes mudando apenas algum detalhe com planos grandiosos, era certeza de ter erros, e em alguns momentos o deslize é quase próximo de acontecer, o que felizmente não ocorre, deixando o longa mesmo que um pouco confuso em alguns momentos, pelo menos sem furos de roteiro, nem de montagem.

Nunca havia parado para reparar firmemente na interpretação de Domhnall Gleeson, tirando algumas cenas do "Anna Karenina", mas aqui seu sotaque britânico aliado a sua interpretação perfeita para o personagem caiu de forma mais encaixada possível, transformando o ator em alguém que ficamos imaginando existir, que se transforma de um grande perdedor para o rei das mulheres com seu poder de mudança do que pode dar errado, e ele faz isso tão bem que são poucos atores que poderíamos colocar no seu lugar que sairiam tão bem. Rachel McAdams adora homens que viajam no tempo, afinal já é seu segundo homem com o dom, e a jovem, que nem é tão jovem mas a maquiagem aqui deixou quase uma mocinha, faz seu papel bem centrado, com doçura suficiente para agradar a todos, poderia ter sido mais enfática em alguns poucos momentos, mas o personagem pedia uma jovem mais dúbia. Bill Nighy não demonstra ser nem um pingo importante no trailer, mas o show que dá frente às câmeras durante todo o filme, joga seu personagem a um nível impressionante que o ator dominou com uma mão nas costas, fazendo ótimos diálogos com o protagonista, dando um charme britânico maravilhoso para o filme. Lindsay Duncan tem bons momentos na trama, mas confesso que em alguns que necessitaria estar mais triste, estava com um ar tão feliz que até parece ter errado na interpretação, mas no geral agrada bem. Os demais todos possuem bons momentos, e péssimos também, mas as cenas mais divertidas com certeza são as que envolvem Richard Cordery que vale destacar por suas insanidades.

O visual de Londres e do pequeno canto onde vive a família é de uma singeleza ímpar e encaixou exatamente com a proposta do filme, dando ares agradáveis pra trama e conseguindo conectar todos os elementos visuais sem atrapalhar o estilo. O filme não possui tantos objetos que façam a trama ser incrementada por isso, dando preferências em trabalhar mais com o roteiro e com as interpretações do que com cenografia. E mesmo assim, o longa também agrada com esses poucos elementos. O figurino e maquiagem poderiam ter trabalhado mais com as idades das pessoas, já que o ator fica mais velho com os 3 filhos, mas sua aparência continua a mesma dos seus 21 anos, só mudando na cena final, então esse é um pequeno detalhe a se pesar. Quanto da fotografia, por ter trabalhado com planos mais fechados um pouco, a iluminação acaba sendo pouco valorizada, tirando a genial cena do encontro às escuras, onde somente temos vozes e alguns minúsculos pontos de luz.

A trilha sonora agrada bem tanto nos momentos orquestrados apenas quanto nos momentos onde entra canções, algumas compostas especialmente para o filme e isso é algo que vale frisar, pois a canção tema que toca em uma parte até que grande é bem gostosa e se encaixa perfeitamente na trama.

Enfim, é um filme gostoso de assistir que vale bem a pena para casais e pessoas que gostem de romances bem docinhos e fofos, se não fizer seu estilo fuja, pois a chance de odiar é grande, mas quem fizer esse estilo é certeza de sair cheio de alegrias com o que verá na tela. Fico por aqui nessa semana de poucas estreias pelo interior, mas estaremos de volta na sexta com muitos filmes por aqui, então abraços e até lá pessoal.


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O Hobbit - A Desolação de Smaug em HFR 3D

12/14/2013 04:18:00 PM |

Ano passado quando falaram tanto sobre o lançamento do tal HFR nos cinemas não tive a oportunidade de ir para alguma sala conferir qual era a da tecnologia, então fiquei apenas achando que seria algo a mais para remover dinheiro dos nossos bolsos, porém esse ano com a digitalização da maioria das salas, felizmente tive a chance de assistir uma tela gigante com a tecnologia HFR 3D no Cinépolis Iguatemi daqui de Ribeirão Preto, e posso dizer que agora sim enxerguei tudo que o diretor Peter Jackson quis passar com a ideia de filmar todas as 3 partes (exageradas! 2 estaria mais do que bom) do livro "O Hobbit" utilizando essa tecnologia. Somos transportados para uma realidade muito perfeita de cores vivas e movimentos que torna o cinema quase uma parte do espetáculo, sendo uma revolução assistir ao que nos é mostrado. Confesso que saí com um pouco de dor de cabeça da quantidade de movimentos rápidos, que acabamos acostumando no decorrer do filme, mas irei rever na mesma sala para poder testar um pouco mais, já que por enquanto deve demorar para aparecer mais filmes que utilize, e aguardar mais 1 ano para ver novamente não será tão legal. Quanto da segunda parte de um todo que consiste o filme "A Desolação de Smaug", irei falar mais nas próximas linhas, mas pra quem leu o livro com certeza irá ficar feliz, dessa vez finalmente li um livro primeiro que o filme, já que foi colocado praticamente tudo no longa e também irá ficar desapontado com algumas coisas já que acrescentaram muita coisa que não necessitaria ser colocada apenas para que tivessem 3 filmes.

A segunda parte da trilogia nos mostra que após iniciar sua jornada ao lado de um grupo de anões e de Gandalf, Bilbo Bolseiro segue em direção à Montanha Solitária, onde deverá ajudar seus companheiros de missão a retomar a Pedra de Arken, que fará com que Thorin obtenha o respeito de todos os anões e o apoio na luta para retomar seu reino. O problema é que o artefato está perdida em meio a um tesouro protegido pelo temido dragão dragão Smaug. Ao mesmo tempo, Gandalf investiga uma nova força sombria que surge na Terra Média.

Que o diretor Peter Jackson já tem a Terra Média como sua morada, ninguém mais duvida, pois a forma que ele nos retrata tão bem em seus filmes com detalhes mínimos chega a passar até mais do que poderíamos esperar de uma obra ficcional. E agora que pude conferir com os 48fps ficou mais ressaltado ainda com a quantidade de cores e a profundidade obtida, onde conseguimos notar tudo que foi criado para mostrar esse mundo mágico onde vivem hobbits, anões, elfos, orcs e tudo mais que nos foi mostrado na trilogia "O Senhor dos Anéis" e agora na trilogia "O Hobbit" pelo diretor. Claro que para transformar um livro de pouco mais de 200 páginas em 3 filmes foram necessários juntar pedaços de outras obras do escritor, e até criações da própria mente do diretor, já que como disse deve ter morado na Terra Média um período antes de criar tudo, e com isso alguns fatores que poderiam passar despercebidos acabaram tendo um destaque até que grande demais, o exemplo mais forte é a colocação de Légolas na maior parte do filme já que o ator Orlando Bloom custou a bagatela de US$ 3 milhões ao estúdio, sendo que seu personagem nem existe no livro e aqui até arqui-inimigo arrumou. Porém tirando essas recriações feitas, o longa é bem condizente em juntar a parte inicial na qual foi nos apresentado os personagens principais da saga e o que queriam no ano passado e deixa preparado para a batalha épica que ocorrerá no último filme no ano que vem, dando todos os motivos, deixando claro o que aconteceu e preparando apenas para dar o último ponto na colcha de retalhos que nos será apresentada ao totalizar os 6 filmes e que com certeza irei querer ter em minha coleção. A direção foi sábia em trabalhar os planos de forma mais aberta possível para dar magnitude aos cenários e aos personagens extras que adentram a trama, como aranhas gigantes, wards ou lobos gigantes, e claro sempre mostrar toda a trupe de anões reunida.

Falar de um elenco onde a maioria dos atores se torna irreconhecível com suas maquiagens, roupas e afins, é dificílimo, pois o que conseguimos avaliar é apenas a entonação dos diálogos e muito pouco da expressão que fazem, mas o que fazem os protagonistas aqui é de um gestual tão impactante que cada um tem sua personalidade, seus atos e isso implícita o resultado final de cada um. Ian McKellen não mostra apenas um Gandalf acabado com tudo que faz, mas reflete facilmente todos os problemas de saúde que passou durante as gravações do filme para seu personagem, dando embora que de forma triste, por ver um ator tão bom doente, uma característica extremamente interessante de ser vista num personagem. Martin Freeman é daqueles atores que muitos não apostariam as fichas como um protagonista envolvente de 3 longas, e vem fazendo seu papel de forma tão gostosa que praticamente todos já adoram seu Bilbo e a interpretação que traz com ele, suas cenas frente à Smaug é um deleite de ótimos diálogos. Richard Armitage com seu semblante sempre bravo transformou seu Thorin em algo ímpar de ver e mesmo que aqui acabe tendo importância mesmo suas últimas cenas, conseguiu manter num bom contexto o que já havia feito de grandioso no primeiro filme. Aidan Turner que era apenas mais um anão no meio da trupe, passou a ter uma importância enorme ao se envolver com a elfa Tauriel, e esse clima ficou bem interessante para a montagem e para o que acabou rolando no decorrer da trama criada para eles. Assim sendo Evangeline Lilly também passa a ter uma participação importante para a trama e mesmo que não existindo no livro seu personagem passou a fazer parte de forma a condizer com tudo que foi criado, e a atriz se sai bem tanto com seu semblante mais calmo seja lutando bravamente com seu arco e espada. A polêmica entrada de Orlando Bloom foi compensada com uma atuação participativa, embora até dando ênfase demais no seu personagem, e com o HFR pareceu que é quase um coelho de tão saltitante que ficou. Mikael Persbrandt faz um Beorn melhor do que imaginava visualmente, só é uma pena que é apenas uma participação bem mais rápida do que no livro, pois talvez conseguiria dar um charme a mais no momento de meio do filme Luke Evans faz bem seu Bard, e consegue dar charme para os momentos da cidade dos homens, claro que sua participação será bem maior no próximo filme, mas já conseguiu mostrar um pouco do que veio com bons momentos nos diálogos que faz frente ao Mestre da cidade. Agora o destaque desse longa sem dúvida alguma assim como foi Andy Serkis no primeiro que agora está de diretor de segunda unidade, é o empréstimo da voz de Benedict Cumberbatch para o dragão Smaug, que nos diálogos junto aos pequeninos ficou de um deslumbre imenso, transformando suas cenas no ápice do filme e já preparando para vir com tudo no próximo filme. Vale destacar também algumas boas falas de Ken Stott ao se referenciar mais amigável com o pequeno Hobbit. Ah, e claro que vale destacar a mera aparição do próprio diretor Peter Jackson comendo cenoura no início do filme.

A Terra Média foi construída de uma forma tão grandiosa que a equipe de arte merece ganhar todos os prêmios novamente pelo que fez, são detalhes mínimos que fazem toda a diferença numa produção, destacando claro as cenas da floresta das aranhas gigantes que arrepia, e logo em seguida das corredeiras, que pra quem não leu a reportagem que fizeram onde mostrou que o perfeccionista diretor demorou mais de 10 horas para uma cena que qualquer outro diretor faria numa tomada só para não maltratar tanto os atores, acabou ficando perfeita e dando uma noção melhor ainda para a aventura ficar como naqueles simuladores 3D, onde o espectador participa andando junto dos barris. Nas cenas na montanha vale destacar a quantidade de moedas que devem ter sido usadas como elemento cênico, pois ficou de um realismo muito bacana de ver na tela, e tendo uma abertura de câmera monstruosa, o cenário ficou muito maior do que qualquer pessoa pudesse imaginar como sendo o reino dos anões. A fotografia misturou tantas cores para retratar cada lugar onde o filme se passa que é quase uma aula de como fazer uma fotografia perfeita, variando desde o cinza quase preto e branco das cenas de Gandalf, passando pelo multicolorido da cena das borboletas na floresta, colocando muito marrom nas cenas élficas e na cidade dos homens, e predominando o preto, dourado e laranja ocre nas cenas na montanha, dando realmente um show em tudo. A tecnologia 3D empregada junto do HFR de 48fps transformou tudo isso em algo que revoluciona o cinema de tal forma que com muita certeza quando nasceu o cinema alguém lá nunca imaginaria que chegaria a esse ponto, tudo sendo transformado de forma tão real e de cores tão vivas que praticamente assistimos da nossa janela do quarto tudo o que está acontecendo no filme, sendo lindo demais ver tudo aquilo, mesmo que para isso nos dê um pouco de dor de cabeça com a força impactada em nossa vista.

Howard Shore segue emocionando o público com suas composições, dando ritmo para o filme e fazendo tudo mais que for possível para que a trama fique redondinha e caracterizada da melhor forma musical orquestrada que exista, mesmo nos momentos de maior silêncio das grandiosas falas, ou cenas de correria, é possível ouvir alguma canção ao fundo para transmitir sensações mil nos espectadores, e com isso novamente faz suas as canções que iremos lembrar da Terra Média para sempre.

Enfim, é um filme muito bacana que fugiu um pouco do livro, e até estou me sentindo um pouco como os chatos que costumam alfinetar outros filmes baseados em livros, mas no geral e claro colocando o HFR como quase uma obrigatoriedade para ser assistido, o longa tomo novos rumos e como disse nos deixa preparados para o gran finale em 2014, que infelizmente será dolorido aguardar tanto tempo, já que filmado já está. Recomendo com certeza o filme, afinal sou um grande fã do estilo criado e incito a todos à pelo menos experimentarem ver com a tecnologia máxima que o diretor escolheu filmar. Não posso dizer que é um longa perfeito, afinal ele só será validado se juntarmos as 3 partes, mas no contexto que foi empregado agradou e bastante. Fico por aqui hoje, aguardando mais um ano para que fechemos a saga com chave de ouro, nessa semana temos apenas uma única estreia pelo interior, então irei rever o filme durante a semana para ver mais detalhes, mas pelo menos amanhã tenho uma pré-estreia para conferir. Então abraços e até amanhã pessoal.


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Linha de Frente

12/08/2013 09:59:00 PM |

O estilo policial é um dos gêneros que menos aparecem filmes lançados por ano, e isso se deve principalmente por todas as histórias se parecerem muito umas com as outras. Pois bem, pensando nisso o grande Stallone usou de um livro de Chuck Logan para se basear e escrever o roteiro de "Linha de Frente", que contém todos os clichés possíveis do estilo, mas ainda assim Jason Statham consegue manter sua linha de pancadaria bem orquestrada e interessante de ver, que consegue segurar a trama mesmo deixando claro tudo que vai acontecer desde o primeiro ato.

O filme nos mostra que Phil Broker é um ex-agente do Departamento de Combate a Narcóticos, nos Estados Unidos. Após trabalhar infiltrado e ajudar a prender a gangue de motoqueiros liderada por Danny T, Broker agora quer levar uma vida pacata ao lado de sua filha Maddy na cidade natal de sua esposa, que faleceu há cerca de um ano. Entretanto, um problema na escola faz com que ele bata de frente com Cassie, uma viciada que pede ao irmão, Gator, que dê um jeito nele. Gator é um pequeno produtor de droga que almeja ampliar sua distribuição e, após descobrir a verdade sobre o passado de Broker, decide entregar sua localização a Danny T, que anseia por vingança.

Pronto, com essa sinopse oficial quem não quiser ir assistir ao filme já sabe tudo e pode entrar apenas na cena final para ver a pancadaria comer solta e o desfecho premeditado da história. Brincadeiras à parte, todo filme do gênero policial, tirando os de suspense, já possuem uma linha que só de olhar a primeira cena e o primeiro conflito, já é possível montar toda a rede completa e chegar às conclusões do que irá ocorrer, ainda mais um texto escrito por Stallone que já bateu a cabeça diversas vezes e não podemos esperar sair muita coisa dali, então espere ver diálogos sendo repetidos sem a mínima necessidade, cenas previsíveis de acontecer e claro, pancadaria ao invés de tiros, porque se podemos socar uma pessoa pra que atirar não é mesmo? A direção de Gary Fleder, que está bem mais acostumado com séries do que com cinema, é dinâmica e cheia de boas sacadas, mas não tem muito o que fugir para criar algo consistente no estilo, então apenas faz a boa linha e deixa esquematizado para caso algum produtor maluco queira, fazer uma continuação.

A atuação de Statham é tão bem casada que nem parece que envelheceu, mostrando que ainda tem bastante fôlego para filmes de ação, aliado a isso, soube utilizar do fraco roteiro para nos poucos momentos que necessita dialogar com alguém usar de seus trejeitos ríspidos, mostrando que se mexer com sua família vai descer a mão. James Franco faz bem mocinhos, mas a vilania está no seu sangue, o ator é muito bom para papéis que exigem uma atuação mais forte, e aqui suas cenas finais são de ver e rever diversas vezes, de forma que cada vez torcemos para que apanhe mais. Izabela Vidovik trabalhou muito bem no início quando precisou se defender, e nos momentos seguintes sabendo usar o diálogo em seu prol, mas nas cenas finais sua gritaria não deram convencimento do que estava ocorrendo com ela, poderia ser algo mais aflitivo. Winona Ryder já teve seus grandes momentos em Hollywood e agora anda fazendo muito mais caras e bocas do que atuando em si, e mesmo aqui que o roteiro era algo bem fácil de fazer, faz umas caras apavoradas que em momento algum condizem com seu personagem. Dos demais quase ninguém vale a pena destacar, mas mesmo que com poucos minutos em tela, Marcus Hester faz alguns trejeitos tão interessantes que se fosse o vilão do filme mereceria aparecer em dobro.

O visual da cidade pequena e todos falando sobre feudos a cada nova cena, nos deixa quase sitiados na cidade, imaginando o fim do fim do mundo, mas conseguiram dar um visual bem bacaninha para esse fim de mundo, bastou colocar que a cidade e a casa principal não ficassem juntas, ou seja, precisa passar por um lindo vale tudo, pois a casa não tem tantos elementos para serem explorados e a cidade também é bem simples, então as locações não ajudaram a retratar o feudo que envolve na mente das pessoas, mas tudo acaba ficando bem interessante de ver visualmente nas cenas mais dinâmicas, pois utilizaram elementos cênicos para explodir tudo, colocaram armas interessantes e com isso embora não tenha nada que chamem muito a atenção, acabamos assimilando a cidade como algo bem longe de chegar e que todos ali são caipiras modernos. A fotografia foi privilegiada com a situação por usarem muitos planos abertos e com isso valorizaram algumas cenas mais que outras, utilizando de cores escuras para não revelar muita coisa, porém na cena mais cheia de efeitos visuais, a qual todos já ficam esperando desde quando é montada, a cena optou por algo mais fechado e com isso nem deu tanto o realismo que poderia ter.

Enfim, é um longa bacana de assistir, mas já vá sabendo que verá o padrão de filmes do gênero, portanto não espere nada muito além que aí a certeza de gostar dele é maior do que a decepção de esperar algo novo e não ver. Vale pelas boas brigas que o protagonista se mete e na forma de atuar que mostra que ainda veremos muitos filmes de pancadaria com ele, mas não é nenhuma obra prima que vamos sair divulgando e chamando todos para ver. Recomendo apenas para quem goste muito do estilo e não esteja esperando nada novo. Fico por aqui nessa semana, já que as estreias no interior acabaram, e volto na sexta com um dos filmes mais esperados do ano e que deve dominar as salas e ser a única estreia também, então teremos duas semanas bem tranquilas por aqui. Então abraços e até sexta pessoal.


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Carrie: A Estranha

12/08/2013 12:36:00 PM |

Sempre me perguntam: Coelho, você também é contra as refilmagens? Respondo de bate pronto que não, pelo seguinte motivo, não sou fã de rever filmes, mesmo que sejam clássicos ou que eu tenha me apaixonado por ele, nem mesmo na TV, então se posso ver um clássico moldado com uma nova roupagem mais moderna e atualizada, mesmo que não saia tão perfeito como foi o original, então por que não deixar que refilmem tudo? E já que está tão na moda falar de bullying nas escolas, novelas, e tudo mais, porque não refazer uma versão moderna de "Carrie: A Estranha", com uma das maiores estrelas mirins que temos no cinema. Portanto, vou tentar abster de falar sobre o passado e analisar o que de bom ficou nesse filme que infelizmente não foi tão bem lá fora, mas que é um terror muito bacana cheio de cenas fortes e marcantes, onde a interpretação de Cloë chega a níveis impressionantes de expressão.

O filme retrata um grande desastre ocorrido na cidade americana de Chamberlain, Maine, destruída pela jovem Carietta White. Nos anos anteriores à tragédia, a adolescente foi oprimida pela sua mãe, Margaret, uma fanática religiosa. Além dos maus tratos em casa, Carrie também sofria com o abuso dos colegas de escola, que nunca compreenderam sua aparência, nem seu comportamento. Um dia, quando a jovem menstrua pela primeira, ela se desespera e acredita estar morrendo, por nunca ter conversado sobre o tema em casa. Mais uma vez, ela é ridicularizada pelas garotas do colégio. Aos poucos, ela descobre que possui estranhos poderes telecinéticos, que se manifestam durante sua festa de formatura, quando os jovens mais populares da escola humilham Carrie diante de todos.

O mais interessante da história é ver que ela foi escrita por Stephen King em 1974 e conseguiu ser adaptada de tal forma que parece ter sido feita exatamente para os tempos modernos, onde o fanatismo religioso e o bullying escolar anda destruindo famílias em um nível altíssimo. E utilizando o mesmo roteirista da versão original, Lawrence D. Cohen, juntamente com um novato em longas, Roberto Aguirre-Sacasa, ambox conseguiram tirar uma essência do livro do grande mestre do terror que dificilmente algum longa novo conseguiria ficar tão bem pautado. E com essa história pesada em mãos, a diretora Kimberly Peirce soube utilizar muito bem do grande orçamento que lhe deram para colocar efeitos como nunca o diretor do original sonhou, dando um realismo nas mortes que o diretor da série "Premonição" com certeza ficou com muita inveja. Não posso dizer que a mão da diretora seja das melhores para as cenas mais dramáticas, pois poderia ter dado mais ênfase, já que tinha nas mãos uma das melhores atrizes da atualidade, mas na hora do vamos ver realmente, onde o terror predomina ela soube fazer algo bem carnicento sem dó nem piedade, contrariando exatamente o que muitos achavam que seria diferente, já que seus longas anteriores eram carregados de dramaticidade. No geral, o mix roteiro bem pautado e atual com uma direção pesada no quesito terror, o resultado é bem satisfatório, muitos irão falar que fugiu da versão original, mas já disse e reforço, que devemos considerar como um novo filme e que esse sim adentrou bem nas possibilidades propostas.

Já disse isso em todos os filmes que assisti de Cloë Grace Moretz que os produtores, diretores e afins precisam trabalhar bem essa garota para não deixar estragar seu talento como aconteceu com tantas outras jovens atrizes que ao chegarem na idade adulta se perderam e não conseguem fazer mais um filme decente, pois essa jovem mostra em todas as cenas do filme que não basta fazer cara de espanto ou estado de choque, tem de vivenciar o personagem, fazendo com que o público acredite no que está vendo, e ela faz isso com uma perfeição que fez com que os que lhe bulinavam antes das filmagens quando foi escolhida calassem a boca com a grande atuação que fez aqui. Julianne Moore, aparecendo em dois filmes na mesma semana no Brasil, vem tão impactante como uma mãe religiosa fervorosa que não quer que sua filha tenha nenhum contato fora de sua casa e da bíblia que chega a ser tenso demais só de ver suas cenas de autopunição e isso choca de uma forma que mostra que a atriz ainda está no ritmo de boas atuações que lhe deu o Globo de Ouro do ano passado, claro que nem sempre irá acertar em cheio, como ocorreu falhas no filme que comentei ontem, mas ainda assim, se mostra precisa nos diálogos e quando a questão é dramaticidade no ponto, ela é o nome a falar. O filme basicamente é só das duas, mas as garotas Gabriella Wilde, Portia Doubleday, e a não tão garota Judy Greer conseguem ter seus bons momentos colocando boas discussões do que vale ou não fazer na sua juventude, e tudo que pode ficar em sua mente depois de seus atos, não temos nenhuma grande atuação delas, mas todas deixam essa mensagem no ar com seus momentos. Dos homens prefiro nem comentar sobre nenhum em específico, já que todos, sem exceção, fazem de seus momentos, atuações dignas de serem esquecidas.

Outro ponto interessante da trama é ver que a equipe de arte soube dosar elementos sutis, mas muito bem encaixados nas cenas de forma a trabalhar com a pregação religiosa exagerada da mãe, colocando símbolos por toda a casa, fazendo o closet mais tenso e pequeno, trabalhando com cenários que embora sejam comuns de ver em diversos filmes ficaram mais tensos com a forma que escolheram filmar, e na cena clímax do filme souberam fazer uma festa com toda classe possível de ficar bonita e cheia de possibilidades para que tudo fosse usado pela protagonista. A fotografia intimista usou de cores claras, o que geralmente não é usado em filmes de terror, e soube dosar na iluminação para que a trama tivesse o tom ideal da carnificina final onde o vermelho domina sem dó nem piedade, onde alguns efeitos saíram até um pouco de controle e ficassem com clima de filmes das antigas, onde não existiam tantos recursos em computação gráfica e os efeitos mais faziam rir do que dar medo do que ocorria, o que aqui quase inverte o jogo.

Enfim, é um filme que ficou tão bem atuado que praticamente todos os erros existentes podemos ignorar e com isso obter uma diversão interessante num filme de terror trash com muito sangue e violência, onde muitos irão reclamar de terem refilmado um clássico, mas que se olhar a fundo verá que ele continua mais atual do que nunca, então recomendo tanto para quem não viu o original de 76 para que veja com outros olhos sem ir com pré-conceitos de que não chegará aos pés do original, quanto quem gosta de filmes de terror trash que andam em falta ultimamente. Poderia apenas ter dramatizado mais algumas cenas que daria um charme a mais para o longa, mas isso acabaria aumentando a duração e não indo ao ponto que realmente vale a pena. Espero que fora dos EUA faça um bom lucro para darem uma continuação bacana pra trama, mas acho bem difícil de acontecer. Vale reforçar que não é suspense daqueles que você vai ficar assustado com algo e muito menos "terrir" daqueles que você mais ri do que ocorre do que fica com medo, então usando dessa opinião do Coelho, veja se gosta do estilo e vá conferir mais uma vez Cloë detonando nas telonas, o que me deixa mais irritado ainda do seu filme anterior não ter estreado no interior por culpa da distribuidora, mas fazer o que se não tenho como morar numa capital. Fico por aqui, mas ainda falta uma estreia para opinar, então abraços e até breve pessoal.


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Como Não Perder Essa Mulher

12/07/2013 04:40:00 PM |

Gosto dos cartazes brasileiros por colocarem os dizeres chaves que me ajudam muito a escrever. Por exemplo no filme "Como Não Perder Essa Mulher", "Don Jon" originalmente, aquele escrito no canto revela exatamente o que estraga o filme, colocar um final feliz num longa que se propõe exatamente ao contrário, de mostrar que existem alternativas satisfatórias para que não seja necessário entrar de cabeça num relacionamento. Porém tirando esse detalhe, Joseph Gordon-Levitt inicia bem sua carreira como roteirista, diretor e protagonista de sua própria trama, pois consegue colocar numa linguagem bem masculina as formas que os homens tem e conseguem suprir a falta de relacionamentos amorosos. Poderia ter sido apenas menos repetitivo em alguns momentos e também não forçar tanto no início, pois assusta quem não estiver preparado para ver o funcionamento real da coisa, e com essa pegada jovem e descontraída com certeza deve agradar bem homens na faixa dos 17 aos 30 e poucos anos, já as meninas talvez saiam bem bravas da sessão, ou não.

O filme nos mostra que Jon mora sozinho e tem orgulho da vida que leva, sem se prender a alguém. Por mais que goste bastante de sexo, ele segue a filosofia de que nenhuma relação sexual é tão boa quanto pornografia, já que lá ele encontra exatamente o que quer. Entretanto, sua vida muda após conhecer numa boate aquela que seria a mulher nota 10: Barbara. Ele tenta levá-la para casa, mas ela faz jogo duro e nada acontece. É quando Jon percebe que terá mudar sua tática habitual, aceitando namorá-la e se submeter aos seus caprichos, caso queira ter algo com ela.

O roteiro em si é bem simples mesmo, mostrando tudo com minúcias para que o espectador não saia da sala com nenhuma dúvida, mas o forte apelo inicial que Joseph coloca já com imagens fortes de insinuação sexual, assustou algumas pessoas que não haviam visto o trailer e entraram na primeira sessão do "aparente" cartaz de filme romântico, o que até quase no final do longa está bem improvável de acontecer, então já deixo claro isso que não é um filme para garotas que possuem sonhos românticos de príncipes encantados muito menos as girl-powers feministas que acreditam dominar o mundo. Com essa ideologia, ele consegue atingir satisfatoriamente os homens, que acabam se divertindo bastante com o que veem em tela, mas ainda longe de ser perfeito, pois após o clímax do filme, o diretor resolve desligar a forma interessante que vinha mostrando para recair no lance de que necessita de uma mulher e que pode se completar com ela, deixando o filme sonso para terminar, mas aí já está no final e não dá para arrumar e terminar com chave de ouro, ficando bem no meio termo. Outro grande problema está numa ideia maluca que muitos diretores iniciantes pecam, de querer fazer câmera na mão exageradamente sem um sentido para a linguagem, e aqui chega a incomodar diversos momentos que usa a técnica sem nenhum motivo aparente que iria servir na idia do filme.

A atuação de Levitt também está adequada para o personagem, fazendo-se de garanhão do pedaço, viciado em videos pornográficos e sendo o tradicional garotão de família classe média-alta americana que sai de casa porque chegou a idade de sair, mas não precisa se matar de trabalhar, então usa seu tempo para se divertir com seu carrão e suas garotas, e mesmo se dividindo em muitas tarefas, o ator acerta no tino que queria para o personagem, agradando no que faz. Scarlett Johansson dá o título nacional pro filme, pois me desculpe caros leitores, como não perder essa mulher! Tirando o fato de ser extremamente irritante com suas manias de garotinha fantasiosa, seu corpo compensa qualquer deslize que tenha frente às câmeras. Julianne Moore faz bem também seu personagem, porém seus momentos dramáticos de choro e tudo mais faz com que a trama acabe se perdendo do propósito e isso acaba ficando meio chato. Tony Danza ficou literalmente como uma versão mais velha de Levitt e caiu perfeitamente como pai na trama, poderia ser feito do filme uma série colocando os dois que cairia muito bem. Glenne Headly acaba ficando tão pouco em cena, e nos seus momentos não consegue dar destaque a nada, de forma que o que é visto no trailer é visto no filme. Os demais personagens acabam surgindo apenas em alguns momentos não tendo quase o que destacar, valendo apenas foco no único diálogo de Brie Larson, e nas caras esquisitas que Rob Brown faz em alguns momentos.

A equipe de arte trabalhou bem, mas não teve tanto trabalho em fazer um apartamento bem arrumado, uma igreja tradicional que deve ter sido filmada tudo num único dia as mil cenas que ele passa lá dentro, uma academia que também deve ter sido filmada tranquilamente, uma casa de família americana tradicional, onde se passa apenas numa sala e cozinha fáceis de compor e uma faculdade onde quase nada é mostrado, então utilizaram tudo na medida sem exageros para não pesar no orçamento e com isso acaba ficando tradicional até demais nesse quesito. Claro que tiveram de trabalhar bem na pesquisa dos vídeos, afinal não poderiam pegar exageradamente pesado senão a classificação indicativa iria pra lua, mas no geral ficou bem montado. A fotografia trabalhou com cores claras e chamativas, usando bem a iluminação natural dos ambientes para compor a cena, e com isso acaba acertando bem a mão também.

Enfim, é um filme bacana que eu particularmente achei bacana, não conheço o perfil de todos que leem o site, mas dos meus amigos nem todos irão gostar do que irão ver, então poderia ser menos apelativo pra um público específico e conseguir lotar salas, mas aí talvez não passasse sua essência. Recomendo para quem não tem nada contra videos pornográficos principalmente, pois se relevar isso talvez goste bastante do que verá, tirando claro o final tradicional romantizado que pecou e muito. Fico por aqui agora, mas nessa semana ainda temos mais duas estreias para conferir, então abraços e até breve pessoal.


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