Gonzaga: De Pai Pra Filho

10/29/2012 12:19:00 AM |

Quando você acha que um diretor já deu tudo que podia nas homenagens que fez em seus filmes anteriores, vem Breno Silveira e emociona mais uma vez dentro do seu filão de homenagens ao colocar "Gonzaga: De Pai Pra Filho" como um filme marcante tanto pelas emoções que consegue passar quanto no visual deslumbrante e épico que consegue construir dentro da trama para que todos apreciem como foi a vida do Rei do Baião e seu filho Gonzaguinha que também fez músicas marcantes escutadas e cantadas até hoje.

O filme nos mostra como foi a relação entre o sanfoneiro Luiz Gonzaga (1912-1989) e seu filho, o cantor e compositor Gonzaguinha (1945-1991), dois artistas, dois sucessos. Um do sertão nordestino, o outro carioca do Morro de São Carlos; um de direita, o outro de esquerda. Encontros, desencontros e uma trilha sonora que emocionou o Brasil. Esta é a história de Luiz Gonzaga e Gonzaguinha, e de um amor que venceu o medo e o preconceito e resistiu à distância e ao esquecimento.

A montagem de roteiro que conseguiram fazer usando pelo menos 3 biografias do cantor é algo para se tirar o chapéu, pois esmiuçaram bem as vidas dos dois cantores para que se chegassem a um projeto bem emocionante para ser passado nas telas do cinema. O que mais impressiona além de boa história é que Breno Silveira acerta a mão, mesmo que com um projeto em pós-produção("À Beira do Caminho") foi lá e  filmou mais um belíssimo longa para seu currículo e num ano tecnicamente apático para o cinema brasileiro botou seu nome duas vezes nas telas do cinema com filmes impecáveis. Como já tinha dito em seu filme anterior, é completamente notável sua mão em todas as cenas dando a emoção necessária para cada ponto chave do longa, e isso o torna como um diretor ao mesmo tempo autoral mas sem deixar de ser comercial.

Quando me falaram que quem iria interpretar Luiz Gonzaga no período adulto seria o cantor Chambinho do Acordeon fiquei assustado pensando que ia ser algo completamente prejudicial ao filme, por ser um cantor e não um ator, mas confesso que Breno fez um milagre, pois as facetas interpretativas que o cantor dá para o personagem foram muito boas, é visto interpretação em todo momento que está em cena. Júlio Andrade também impressiona com seu personagem ao mesmo tempo frio e com a doçura nas cenas finais, e o melhor que consegue convencer totalmente. Nanda Costa está cada vez melhor nas suas atuações no cinema nacional, e pra mim deveria ficar só aqui e parar com novelas, pois sempre se sai muito melhor nos filmes que na TV. Adélio Lima é outro que arrasa fazendo Gonzaga aos 70 anos, tendo momentos que arrepia sua forma de contar a história para o filho. Land Vieira também faz bem seu papel nos momentos que faz Gonzaga adolescente com toda sua rebeldia e paixão pela garota branca, fazendo um papel bem interessante. São tantos personagens bons que passaria horas aqui falando, mas o que posso dizer é que nenhum dá ponto falho, tendo até os figurantes boas encenações quando são necessárias, e olha que temos figurantes no longa hein.

No quesito visual temos outro espetáculo, com cenários muito bem colocados tanto nas cenas que se passam no Rio de Janeiro, onde fizeram uma reconstituição de época perfeita com locações, figurinos, carros e objetos de cena tudo remetendo dos anos em que se passam o longa, quanto nas cenas no Nordeste onde o sertão foi brilhantemente fotografado por Adrian Teijido que já ganhou vários prêmios pelo filme "O Palhaço" e deve arrancar mais alguns no ano que vem por este filme, o que o diretor faz com a câmera e a luz não está no papel, pois é tudo muito bem colocado, dando o ar necessário para a cena estar presente.

Falar da trilha sonora de um filme que tem dois monstros da música brasileira é quase que chover no molhado, pois todas as canções mesmo para quem não é fã do gênero musical que Gonzagão e Gonzaguinha fizeram, acaba dançando e conhece todas as músicas belíssimas que foram escolhidas para incorporar o longa.

Enfim, mais um filmaço nacional, daqueles em que os homenageados com certeza se sentiriam honrados em ver a beleza que foram tratados caso fossem vivos. Recomendo com toda certeza para todos que vá ao cinema e confiram este longa impecável que tem tudo de bom, e fico agora aguardando qual será a próxima pérola que o diretor Breno Silveira irá lapidar. Ainda não sei bem o que ficou faltando para que eu desse nota 10 para o longa, talvez um reencontro com o grande amor do passado para fechar. Fico por aqui hoje, mas essa semana ainda tem mais um por aqui, então abraços e até breve pessoal.


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007: Operação Skyfall

10/27/2012 08:26:00 PM |

Mesmo não sendo fã da série 007, tenho de tirar o chapéu para o que vi hoje em "007: Operação Skyfall", pois o conjunto da obra: bom roteiro, excelente fotografia e um vilão de primeira linha bem atuado fez com que o filme mesmo sendo extremamente longo mantivesse todo o charme que a franquia têm e consagrasse numa produção gigantesca bem feita.

O filme nos mostra que a lealdade de James Bond  à M é testada quando seu passado volta a atormentá-la. Com a MI6 sendo atacada, o agente 007 precisa rastrear e destruir a ameaça, sem se importar o quão pessoal será o custo disto.

A direção soube usar cada centavo investido para fazer um ótimo longa com méritos para todos os envolvidos sem tirar nem por, começando com um roteiro bem denso onde existe a questão da lealdade posta a prova, passando por ótimos planos escolhidos para filmar sem que perdesse um segundo para qualquer coisa, depois colocando uma direção de arte impecável com elementos sobrando para todos os lados, na sequência colocando à prova ótimos efeitos especiais explosivos, encaixando uma fotografia cheia de relances de luzes e uma trilha bem posta inclusive na abertura sem precisar usar tanto do tema tradicional e fechando com chave de ouro com ótimas atuações. Que mais que precisaria somando tudo isso senão virar um ótimo filme?

As atuações estão todas ótimas, mas sem dúvida alguma o grande nome do filme se chama Javier Bardem, que faz um vilão muito inteligente e interessante, tanto que poderíamos comparar ele facilmente à outro vilão que todos são apaixonados que é o Coringa do Batman. Daniel Craig está bem como sempre, e faz seu Bond como todos os demais sempre fazem um atirador, claro que com menos apetrechos que tínhamos em filmes antigos do agente, mas sempre galanteador e tudo que faz dá certo. Judi Dench quando faz personagens bem sérios é um arraso, e não foi diferente aqui. E até Ben Whishaw consegue fazer um personagem simples mas com bons diálogos quando aparece em cena. Os demais personagens aparecem com poucas falas, mas também não decepcionam.

Que produção impecável no quesito artístico, que nem diria minha avó o dinheiro faz coisas, e aqui faz locações magníficas para serem altamente bem exploradas pelos diretores de arte e fotografia de modo que tudo tenha grande contexto no longa, temos objetos cênicos minuciosos para dar charme e precisão à cada momento do longa. Aliado à esses objetos e locações minuciosos, o diretor de fotografia Roger Deakins faz jogos de luzes e sombras que só faz em melhorar o filme, transformando-o numa obra digna de ser vista de outra forma que não apenas assistir por assistir.

Outro ponto que merece ser falado ainda no quesito artístico é a quantidade de explosões, trens caindo e sendo destruídos, tudo muito bem feito pela equipe de efeitos especiais, que faz valer mais ainda o longa.

A trilha sonora de Thomas Newman é outro ponto que ficou bem encaixado no longa, pois não foi necessário a todo momento ficar entrando o tema tradicional do 007 para dar continuísmo às cenas, assim sendo outras trilhas colocadas caíram bem interessantes para a trama. O tema da abertura cantado por Adele também se encaixou bem com a trama contada nesse capítulo do longa.

Enfim, é um filme bem interessante, daqueles que valem realmente a pena ser assistido, e como disse não sou fã da série, muito pelo contrário para estar recomendando. Não é necessário ter assistido nenhum outro filme do espião famoso, pois é um capítulo bem isolado que tem começo, meio e fim bem colocados. E embora Sam Mendes tenha feito um ótimo trabalho aqui, que venhao 24° 007 com Christopher Nolan dirigindo como se tem falado tanto na mídia, aí sim vai virar um filme pra se ter exposto num quadro. Fico por aqui hoje, mas amanhã tem mais por aqui. Abraços e até amanhã.


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Possessão

10/27/2012 01:27:00 PM |

Um tipo de filme que estava sumido dos cinemas é o terror de história, aquele que não necessita ficar assustando o público a todo momento para que tenha uma densidade de medo e coisas obscuras. E o longa "Possessão" que veio em pré-estréia para o interior é um novo exemplo desse modo de filme, que faz com que o espectador fique aterrorizado com a história, principalmente sabendo tanto pelo trailer quanto pelo poster acima, ou ainda nos escritos do início do filme que foi baseado(isso não significa que ocorreu exatamente da forma representada no longa) em fatos reais.

O filme nos mostra que uma jovem compra uma caixa antiga em um estaleiro, sem saber que dentro dela vive um espírito malicioso antigo. Os pais da menina se unem para lutar contra a maldição que a domina.

A história em si realmente não é muito grande, mas praticamente tudo que se passa nos 29 dias que uma família sofreu com um demônio é mostrado no longa, onde cada ato é bem demonstrado pelo diretor dinamarquês Ole Bonerdal que embora tenha tido um grande nome por trás da produção foi bem econômico com cenografia para ele. Um ponto que poderia ter sido melhorado e incomoda um pouco é a todo momento termos cortes secos em alguma cenas e em seguida voltar para panôramicas voando pelas casas, que praticamente não tem nenhum sentido útil para o longa.

As atuações em si estão bem colocadas e os personagens se mostram bem apavorados com o que acontece em cena, não deixando aberto para furos de interpretação em quase nenhum momento.Algumas cenas de Jeffrey Dean Morgan são bem interessantes com sua preocupação com a filha e só mostram o bom ator que é, mas as cenas como treinador de basquete não dizem praticamente nada para o longa, bem como para sua atuação. Natasha Calis é mais um exemplo de criança que faz filme de terror e se dá bem, pois pelas séries de TV que fez vemos que só fez coisas macabras, e faz bem aqui de uma forma que algumas cenas ficamos nos perguntando se víssemos uma pessoa dessa forma na rua se não iríamos sair correndo. Kyra Sedgwick quase não tem cenas no longa, mas também não se fez muito por merecer, pois tirando a cena da cozinha se faz uma mãe evaporada de tudo das cenas completamente diferente do que prega na história do filme. Matisyahu é um bom exemplo de pessoas que interpretam sua própria ideologia de uma forma íntegra, pois sendo pertencente realmente à idéias que o filme possui, ele faz um judeu que vai "exorcizar" o demônio de suas formas com muita interpretação nos olhos e falas, e faz muito bem. Os demais personagens praticamente nem possuem falas ou interpretações que necessitem ser reparadas, mas também não atrapalham em nada.

Como disse no início, a cenografia é bem econômica, passando por poucos cenários(3 casas, 1 hospital, 1 sinagoga e 1 quadra de basquete) e em quase todas o que vemos são bem poucos objetos cênicos que fossem valorizar onde estão os personagens, tanto que a todo momento alguém tem de falar onde está para ser situado. O único objeto bem colocado é a caixa hebraica e as mariposas, que chegam a ser bem nojentas e espero que tenham sido digitais, senão coitadas das crianças. A fotografia escura com nuances de cores apenas em alguns momentos é bem interessante e ajuda bastante na criação de clima para o filme pois como disse não é um filme que irá ficar te dando sustos repentinos como vem sendo a última safra de filmes de terror.

A trilha sonora do longa também é bem marcante, e é a mesma que acompanha o trailer, fazendo com que nos momentos mais tensos do filme ela impacte de forma mais elevada mostrando que o bicho vai pegar. Muito boa a escolha feita.

Enfim, não diria que é um filmaço, mas pros fãs de terror que não necessitam de serem assustados a cada dois minutos para ficar com medo de um filme, é um bom exemplo e faz valer o ingresso. Porém aqueles que só ficam com medo de filmes quando se assustam a toda hora, pode esquecer que não irão gostar muito do longa não. Poderia ser mais enxuto com as cenas desnecessárias de basquete e de vôos sobre a casa, mas acabaria se tornando um média-metragem se removesse tudo. Bem é isso, fico por aqui e mais tarde tem mais por aqui. Abraços e até lá.


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Cara ou Coroa

10/26/2012 01:36:00 AM |

É bacana quando vemos um bom roteiro puramente nacional nos cinemas, ainda mais quando é bem interpretado e tem uma produção impecável, só ficou faltando ter um ritmo mais bem ditado pela direção e uma mão mais firme para que a câmera não tremesse tanto para que "Cara ou Coroa" fosse um ótimo exemplo da filmografia nacional sem ser comercial. Porém esses dois defeitos ainda assim não o descaracterizam de ser um bom nome que passará pelo cinema nacional e espero que seja lembrado por mostrar não necessariamente um filme onde só se mostra a ditadura sai batendo em todo mundo e não os medos e conjecturas que ocorriam nos bastidores.

O filme nos ambienta em São Paulo, inverno de 1971. O diretor de teatro João Pedro, seu irmão Getúlio  e a namorada Lilian são pessoas que, como tantas outras na mesma época, levam a vida entre problemas comuns, decisões corriqueiras e uma questão fundamental: engajar-se ou não na resistência política, atuando, ainda que modestamente, contra a ditadura militar.

O diretor e roteirista Ugo Giorgetti que tem como marcas em sua filmografia sempre um lado bem politizado, consegue engajar uma história interessante envolvendo teatro e ditadura militar, nos mostrando o lance de onde deve-se atuar e como se deve, de modo à mostrar ou não caras para uma época onde muitos viveram dramas altamente fortes de pesadelos e insônias contra os militares, censuras e tudo mais que existiu. Porém o interessante do longa é ver justamente essa faceta de atuação onde todos podem estar sabendo ou não de coisas, e isso o diretor mascara bem, e poderia até ter feito melhor se não tivesse optado tanto pela câmera na mão, o que fez com que o filme ficasse muito cheio de tremores desnecessários em cena, pois tirando isso a ideologia colocada na prática pelo filme se mostra muito fácil de ser conduzida e interpretada.

No quesito atuações temos lados bem extremos, com pontos muito bons para a atuação de Otávio Augusto e Emílio de Mello, e pontos bem ruins principalmente para a figuração e elenco de apoio que se perde em falas desnecessárias, aparições estranhas e caras que beiram o ridículo, mas felizmente não atrapalham tanto a história. Otávio Augusto mesmo que não sendo um ponto chave tão forte do longa, faz suas cenas com uma naturalidade e expressão que vemos exatamente o taxista paulistano preconceituoso da época que tem sua completa ideologia presa ao que vê na TV sendo contra todo o resto que exista ou aconteça. Emílio de Mello faz um diretor de teatro que atua de forma brilhante, tendo diálogos encarnados e muito bem conduzidos, e também se caracteriza muito bem com relação ao personagem que lhe é imposto. Geraldo Rodrigues tem altos e baixos no longa de forma a ter momentos que nos perguntamos porque o filme às vezes cai sobre suas mãos e ele não faz nada para pegar isso. Julia Ianina tem o mesmo problema que Geraldo, mas suas cenas finais mostram que consegue passar emoção quando quer e o personagem pede, se tivesse feito todas as cenas como fez a cena final faria mais jus ao personagem forte que lhe foi entregue. Walmor Chagas é um personagem de falas repetitivas e em muitos momentos completamente desnecessárias, mas como seu papel é importante sua atuação é bem feita, com o desfecho dado pelo narrador se tivesse sido melhor aproveitado no decorrer do longa seria excelente.

O melhor do filme sem dúvida é a direção de arte que recriou uma época perfeitamente, com objetos de cena, imagens e sons de arquivo passando nas TVs e rádios, cenários da época, figurino bem encaixado, tudo está minuciosamente bem estudado, trabalhado e apresentado para qualquer pessoa que queira ver os anos 70 no Brasil, literalmente uma obra impecável. A fotografia obscura de Walter Carvalho também é um ponto bem bacana de ser visto e apreciado, com nuances, sombras e luzes sempre pontuando bem, uma pena apenas ter focado tanto na câmera na mão.

Outro ponto que acabou na minha opinião estragando um pouco o filme é a trilha sonora meio banalizada com músicas algumas vezes bem parecidas com toques mid de celulares antigos, e isso fez com que o filme não tivesse um ritmo apropriado para ele nem enfocasse em nada, ficando alguns momentos que deveriam ser densos até cômicos demais pelo fundo musical colocado.

Enfim, é um filme bem interessante que vale a pena ser conferido. Como disse no primeiro parágrafo não é um filme comercial, então não saíram muitas cópias por aí no país, porém chegou até que rápido aqui no interior, já que estreou no Brasil em 7 de setembro, e agora veio através do Cinecult para Ribeirão. Peço que quem se interessar peça para o pessoal do Cinecult de sua cidade para levar ou fale diretamente para a distribuidora Vinny Filmes mandar o filme para aí. Bem é isso, fico por aqui fechando a semana cinematográfica anterior, mas já preparando para essa nova que começa hoje com 3 filmes por aqui, então abraços e até a noite pessoal.


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Atividade Paranormal 4

10/20/2012 01:04:00 AM |

Uma fórmula barata pode funcionar por mais que 3 filmes? Essa é a resposta que Oren Peli insiste em dizer que sim, lançando somente como produtor desde o segundo filme, agora com "Atividade Paranormal 4". Mas o que para alguns pode parecer repetitivo, o que vejo é que o nível de produção tem melhorado, porém a história já está cansando e nem mais assusta tanto, fazendo com que nem os arrepios causados em algumas cenas apareçam mais.

A história nos mostra que depois dos eventos anteriores, os espíritos voltam para assombrar uma nova família. Desta vez eles buscam por algo maior, uma criança que pode ajudar a montar o quebra-cabeças criado no primeiro longa da franquia.

A história em si, não chega a ser ruim, pois ela liga alguns pontos faltantes nos anteriores, mas como sempre deixa brecha para que tenha mais um filme e isso já está cansando. Outro problema é que como a produção do filme está melhor cada vez colocando câmeras mais interessantes, agora temos a tecnologia de pontos mapeáveis do Kinect, o longa está perdendo a principal característica que era de nos assustar com coisas aparecendo do nada, vindo de nossa imaginação algumas vezes até, e agora com a alta tecnologia está ficando muito simplório e fácil ver tudo, descaracterizando o mote principal da série e virando um filme de terror comum que assusta só em um ou dois casos.

Outro quesito que vem melhorando é a atuação, visto que no primeiro nem atores realmente tínhamos, fazendo com que Katie Featherston virasse uma atriz a partir dele. Agora ainda temos um elenco bem barato, mas já temos atores e atrizes que sabem fazer caras e bocas para uma câmera, por exemplo Kathryn Newton que faz bem seu papel de desespero nos momentos que precisa e de ingênua também em outros. Matt Shively também faz bem o namorado "entrão" que filma tudo o que a namorada faz pelo computador e se diz não ter problemas, ok, "American Pie" está aí para dizer se sim ou não. E até a própria Katie está melhor. O garoto Brady Allen é sinistro, cada dia fico com mais medo dessas crianças que fazem filmes de terror, será que eles assistem os filmes que fazem? Se sim, fico imaginando o quão perturbado essa criança vá crescer.

A cenografia, dessa vez temos 2 casas e uma "casa na árvore" por onde ficam transitando as pessoas, e acredito que isso também tenha tirado o charme de ficar sempre preso em cenas noturnas como eram os anteriores. Mas essa "boa" mudança de termos mais cenários mostra que a produção vem crescendo na mesma proporção que os lucros dos filmes anteriores também vêm. A fotografia como disse a cada filme vem tendo melhores câmeras e recursos, e embora dê mais atrativo visual para o longa, está perdendo muito o teor característico que criou em 2007.

Enfim, ainda está longe de ser sensacional como é o primeiro, bom como é o segundo e o terceiro, mas não diria que é um longa perdido, pois agora aparenta estar caminhando para algo que feche bem num próximo filme, mas também não diria que é algo que todos devem sair correndo para ver e muito menos que irão ficar noites sem dormir pensando no filme, no geral considero na média. Bem é isso, a única estréia realmente que veio para o interior, devo ver ainda nessa semana um filme que veio para o Cinecult, mas só, então aguardemos a próxima semana para novas estréias e torçamos para que as distribuidoras lembrem que existe vida fora das capitais. Abraços e até mais pessoal.


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Procurando Nemo em 3D

10/19/2012 04:57:00 PM |

Tá, é legal ver filmes clássicos nas telas do cinema novamente, mas para isso ficam inventando moda de querer colocar 3D em tudo! A Disney/Pixar que anda em falta com idéias novas, anda lançando todos os seus clássicos utilizando a tecnologia 3D, e embora "Procurando Nemo" tenha sido o melhor convertido até agora, ainda estão longe de conseguir passar o brilhantismo de um filme feito inteiro pensado em 3D como outros por aí.

O filme nos mostra a jornada de um peixe-palhaço super-protetor chamado Marlin e seu filho Nemo, que acabam separados na Grande Barreira de Coral, quando Nemo é inesperadamente levado para longe de sua casa no oceano e acaba dentro do aquário do consultório de um dentista. Apoiado pela amizade com Dory, uma gentil mas desmemoriada blue tang do Pacífico, Marlin embarca em uma perigosa jornada e se vê como o herói de um épico esforço para salvar seu filho, que também arma alguns planos ousados para retornar a salvo para casa.

A história de Nemo é uma das mais bonitinhas que a Disney já colocou no cinema, e tudo faz emocionar no longa com várias lições de moral embutidas na narrativa, porém a imersão do 3D não chegou nem perto do que o belga "As Aventuras de Sammy" fez com uma história bem semelhante no mar, aproximando tudo do espectador e tendo uma ótima profundidade. Aqui, em muitos momentos era possível tirar o óculos e não notar nada de diferente nem ter problema algum para assistir.

Enfim, o longa em si vale a pena ser assistido sempre, pois é muito bonito como roteiro, mas pagar pelo 3D, mais uma vez acaba sendo desnecessário. Ah e claro assim como todos os filmes da Disney que estão sendo lançados em 3D no cinema, o principal que vale é ver o curta-metragem de Toy Story, dessa vez o Rex ficou muito legal e divertido, a criançada no cinema toda dançando junto com os personagens Fico por aqui, mas mais tarde tem estréia única por aqui, então até a noite pessoal.


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A Casa Silenciosa

10/15/2012 01:04:00 AM |

Quando vejo Hollywood refilmando um filme latino bom, fico completamente perplexo, pois geralmente estragam a história, por não gostarem de assistir filmes legendados, nem dublados e com isso filmes que vêm potencial, vão lá e refilmam, muitas vezes estragando e explicando a história original por demais. Com "A Casa Silenciosa" não foi diferente, pois o super suspense criado no uruguaio "A Casa" é até mantido, apenas quem já viu o original pode até meio que não ficar tenso por já saber tudo que vai acontecer, mas coisas que ficavam bem abertas e davam mote para a trama no original, aqui são extremamente esmiuçadas e acabam ficando até sem sentido com o final, diferentemente que como era mais aberto o original saíamos da sessão pensando, enquanto hoje o que vi foram os espectadores saindo da sala xingando.

O que a história nos propõe é um suspense diferente de tudo que você já viu! A Casa Silenciosa, é uma experiência do medo em tempo real. Ao longo dos seus 88 minutos de duração, a história é contada sem edição, sem cortes, do início ao fim do filme. Na história, pai e filha, decidem que é hora de reformar a casa de campo, que há tempos não é usada pela família, o silêncio dentro dela é absoluto, mas isso dura por pouco tempo.

A principal diferença do original para esse está sim no lance de parecer ter sido filmado tudo em plano-sequência, pois no original é notável alguns pontos de corte, enquanto aqui aparentemente não existe nenhum, somente tenho ainda que reclamar quanto da linguagem cinematográfica, pois ninguém está segurando a câmera para algo como acontece nos filmes como "Atividade Paranormal", "Bruxa de Blair" e outros do gênero câmera na mão, então porque a câmera sai rolando, cai, balança, corre junto com a personagem??? Ok, que isso possa ser uma reclamação técnica que somente quem tenha estudado um pouco de cinema reclame, mas é desnecessário tudo isso. Agora sem dar spoilers, a história final poderia ter sido mais aberta mostrando apenas as fotos como é no original sem a necessidade de mostrar afinco o que é tudo, pelo menos na minha opinião, mas não que isso atrapalhe quem vá ver o longa sem ver o original, mas se você viu o uruguaio, evite ir ver essa versão americana, pois a decepção será grande quanto ao quesito história.

No quesito atuação, Elisabeth Olsen mostra-se promissora cada vez mais segura, embora este tenha sido seu primeiro longa, já vimos atuar em "Poder Paranormal" antes pois chegou aqui primeiro que esse, e aqui ela mostra momentos de angústia e tensão bem próximos o que qualquer pessoa poderia passar. Os demais atores são bem meros coadjuvantes, pois como o foco é todo na personagem principal, eles apenas entram e fazem algumas falas e nem devem ser muito levados à percepção.

A trilha sonora assim como vem sendo utilizado, felizmente, nos muitos filmes de suspense é quase nula, deixando o silêncio predominar para que a tensão domine, então os momentos que entra alguma trilha musical, ela ajuda a dar a tensão que o silêncio construiu.

Enfim, o filme sim conserta alguns erros do original, principalmente no quesito sequência, continuísmo e atuação e por ser bem explicativo até vai convencer mais algumas pessoas, mais ainda acho que a história não precisaria ser jogada tão esmiuçada na tela e nesse quesito embora seja confuso o primeiro, ainda fico com ele. Porém muitos vão falar que dei nota menor para o original, mas devido aos vários erros que estragaram ele, senão seria bem o inverso. Fico por aqui, e amanhã tem mais um por aqui para encerrar a semana, então até lá pessoal. Abraços e continuem participando da nossa promoção, pois mesmo o blogger tendo zerado as estatísticas, tenho salvo o print então poderemos ainda premiar um de nossos leitores.


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A Entidade

10/12/2012 11:38:00 PM |

Bons filmes de terror necessitam criar clima, essa é a receita de um bom filme do gênero, nem precisa assustar tanto nem escorrer sangue pela tela, basta que você fique tenso tentando desvendar os mistérios por trás de algo inexistente. Com essa premissa "A Entidade" é um filme bem interessante, pois possui uma boa história amarradinha e consegue segurar uma tensão do início ao fim, além claro de ver pessoas no cinema se assustando com coisas aparecendo de repente. Não diria que é o melhor filme de terror que já vi, mas com certeza é um que reveria.

O filme nos apresenta um escritor de livros de crime, que luta para conseguir escrever sua próxima história. Ele resolve se mudar com sua família para uma casa onde ocorreu o assassinato de uma família inteira. Lá, descobre uma caixa com vídeos, que mostram assassinatos de outras famílias, revelando a existência de algo sobrenatural e perigoso naquele lugar.

A história roteirizada pelo próprio diretor Scott Derrickson("O Exorcismo de Emily Rose") é bem consistente e consegue transformar o longa como diz um policial que visita o escritório do protagonista quase numa sala de investigações do FBI, no melhor estilo de CSI se o mesmo envolvesse situações sobrenaturais. E o bacana é que o personagem principal embora inicialmente cético começa a acreditar tanto na situação que você passa a embarcar junto com ele na trama. A única coisa que achei um pouco exagerada e cansativa demais foi toda hora mostrar ele montando um filme super 8 no mini projetor, fazendo com que quase saiamos do cinema sabendo operar uma máquina dessa. Porém tirando esse exagero, o filme em si flui com naturalidade e passa toda uma tensão bem interessante de se prender na cadeira e assustar com momentos inoportunos. O personagem da entidade apenas que ficou meio fraquinho, pois ele apenas aparece em alguns momentos.

A atuação de Ethan Halke é bem interessante devido ele ter se entregado ao papel, fazendo parecer que o ator realmente é alguém que entrou numa trama sinistra(como é o nome original do filme) e nos conduz junto com ele. Os personagens secundários não são muito interessantes, pois aparecem bem pouco, mas nos momentos que estão em quadro mostram bem a que vieram, principalmente as crianças. Somente James Ransone que acaba fazendo um policial muito bundão que parece estar mais perdido em quadro do que tudo.

A cenografia embora seja bem simples, com praticamente uma locação apenas, é compensada pelo dinamismo das câmeras, aliada à fotografia extremamente escura, onde a tensão predomina. De elementos objetivos relevantes mesmo só temos o projetor e os rolos super 8 que até incomodam um pouco como disse acima, pois tirando isso quase nada mais importa para o longa.

A trilha sonora também auxiliam bem em segurar a tensão do longa, e diferente da maioria dos longas do gênero não fica dando elevadas de volume para tentar assustar, ficando isso a cargo das imagens mesmo.

Enfim, o filme é bem construído e rende alguns sustos e uma boa tensão no geral, e claro algumas risadas, pois indo ou não com amigos sempre você verá pessoas se assustando na sessão ao seu lado ou com medo de algo. Vale o ingresso, poderia ser talvez um pouco mais contundente o personagem da entidade pois não ficou como algo muito macabro, mas não atrapalha no geral do filme. Fico por aqui hoje, ainda essa semana reverei o Nemo em 3D, que foi a única coisa que estreou por aqui nessa semana que as distribuidoras resolveram fugir do interior. Então abraços e até breve, e não esqueçam da nossa promoção que ainda está rolando aqui.


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Até Que a Sorte nos Separe

10/10/2012 02:27:00 PM |

Comédias brasileiras geralmente recaem sempre para um mesmo estilo, pois acabam sempre se tornando mini-novelas ou viram dramas com pitadas risíveis. "Até Que a Sorte nos Separe" consegue ficar no meio termo desses dois gêneros, pois como foi baseada num livro campeão de vendas "Casais Inteligentes Enriquecem Juntos" o filme fica tentando mostrar como fazer para manter um status de uma forma diferente e com isso o longa acaba ficando um pouco chato, já que ao invés de rirmos de situações, rimos ou de personagens caricatos ou se você se esforçar bastante irá rir um pouco das caras exageradas de Leandro Hassum.

O filme nos mostra que Tino é um pai de família de classe média que vê sua vida e, especialmente, seu casamento com Jane, completamente transformados após ganhar na loteria. O problema é que ele acaba perdendo tudo em dez anos de uma vida de ostentação. A partir daí, com a ajuda do vizinho Amauri e de seu melhor amigo Adelson, ele cria uma série de situações hilárias para que sua esposa, grávida do terceiro filho, não perceba que está falido.

Acho cômico quando na própria sinopse está a palavra hilárias, pois se eu ri 3 vezes no longa acho que foi muito. O roteiro em si já não é muito cômico, e as situações que ocorrem nele acabam sendo mais absurdas do que hilárias, visto que ou soam preconceituosas ou se fazem de bobas para qualquer meio entendedor tentar rir com as caretas que o protagonista faz. No quesito direção, Roberto Santucci já não havia feito na minha opinião um filmaço de risadas com o "De Pernas Para o Ar", e agora conseguiu decair mais ainda com um filme bobo onde salva-se pouquíssimas cenas onde se vê técnica e comicidade juntas.

Nas atuações, temos um Leandro Hassum fazendo o que faz dominicalmente em seu programa, piadas ruins e múltiplas caretas, o que não convence como um grande humorista para cinema, na TV talvez sirva para divertir, mas aqui faltou muito. Danielle Winits consegue mostrar o quão fútil possa parecer uma madame, nesse ponto faz uma boa atuação, mas muda do nada para uma versão dramalhão mexicano nas cenas medianas que ficamos sem entender o propósito que o diretor quis dar para o filme. Kiko Mascarenhas faz um papel tão fraco que sua atuação nem precisou ser mais forçada para que parecesse real, uma pena, pois acreditava muito nele. O grande lance do filme por mais incrível e cheio de estereótipos que possa ter é a interpretação de Ailton Graça, que é o único que consegue divertir o público.

Visualmente o longa é muito bem produzido, claro por ter co-produção Globo Filmes que entope os bolsos dos filmes quando coloca sua marca, e isso se vê na quantidade de elementos cênicos presentes para mostrar a vida de milionário dos personagens. E felizmente esse visual colocado é a única coisa que salva o longa, pois senão não teria nem motivos para se ver ele. A fotografia também foi ousada com diversos travelings bem intrigantes, muitos sem motivo, mas que deixaram o longa pelo menos bonitinho.

Enfim, é um filme que não vale a pena se pagar o ingresso, assista quando passar na TV e mesmo assim somente se não tiver passando nada melhor em outro canal. Encerro essa semana aqui, e na próxima teremos também bem poucos filmes por aqui, então abraços e até sexta pessoal. Não esqueçam de participar da promoção de 2 anos do blog: http://temumcoelhonocinema.blogspot.com.br/2012/10/promocao-2-anos-de-coelho-no-cinema.html .


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Promoção 2 Anos de Coelho no Cinema

10/08/2012 02:31:00 PM |

Fazer Aniversário sempre é bom não acham!!! Ganhamos presentes, comemos bolo e o principal: Nos divertimos junto de amigos!!!

Para comemorar esses 2 anos que passamos juntos arrumei alguns prêmios para repartir claro com os amigos que seguem o blog.

Teremos 3 promoções ao longo dessa semana. A primeira e mais chamativa começa hoje e pode terminar a qualquer momento, pois terão de ter sorte e imaginação para descobrir.

Hoje(08/10/2012) às 13:34 tirei um print da tela administrativa do blog para ver dentre esses mais de 80mil views que tivemos nos dois anos, a crítica mais lida, visitada ou o quer que seja que os leitores do blog façam com o site.

Quem acertar primeiro aqui nos comentários desse post, qual filme foi(nome correto do filme que está publicado no site nosso, não é em inglês, nem faltando qualquer pronome, artigo ou qualquer coisa do tipo, portanto lembre-se de olhar no site como está escrito) e quantas visitas teve leva o prêmio(número exato de views nesse dia e horário). Irei mostrar o print com data e hora que falei acima no dia de anunciar o vencedor.

Dêem quantos palpites quiserem, só não se matem colocando 1,2,3,4, né , e durante a semana em horários aleatórios estarei dando algumas dicas aqui nos comentários e no twitter(@CoelhoNoCinema) para facilitar, oremos para não surgir nenhum hacker e descobrir de prima!!!


Ah o prêmio claro não poderia ser melhor: um dos melhores filmes lançados nesse ano em DVD pois sabemos que muitos não têm ainda o tão sonhado aparelho de blu-ray: 1 DVD "Os Vingadores".

E durante a semana também farei promoções instântaneas no twitter @CoelhoNoCinema.

Abraços pessoal, e boa sorte!!

Coelho

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Busca Implacável 2

10/08/2012 12:33:00 AM |

O mais engraçado quando vejo um filme com continuação é ficar tentando lembrar se ouve brecha para que continuassem a história, e passei a semana toda remoendo minhas memórias para saber de onde poderia continuar "Busca Implacável" de 2008. Cheguei na seguinte conclusão que não tinha nada realmente para continuar, mas claro que não na cabeça de Luc Benson, o roteirista que escreveu o primeiro e agora está de volta em "Busca Implacável 2". E após assistir esse novo, temos que tirar o chapéu para o roteirista que criou até um bom motim para dar sequência ao filme, e não ficar apenas um longa jogado às traças. Nesse novo temos até mais adrenalina e aventura do que no primeiro, mostrando que Liam Neeson é um bom nome para novas versões de filmes policiais com pancadaria.

O filme nos mostra que Bryan Mills é um ex-agente da CIA extremamente talentoso, que arriscou tudo para salvar sua filha Kim de sequestradores albaneses. O pai de um deles promete vingança pela morte do filho. Em uma viagem a Istambul, Bryan e sua ex-esposa são sequestrados. Desta vez, ele irá depender da ajuda da filha Kim para escapar, usando as mesmas forças táticas de sempre para salvar a todos e sistematicamente eliminar os sequestradores, um por um.

A história em si é bem interessante, mais ou menos parecida com o anterior, mas com uma dose mais corrida de adrenalina e cenas com tomadas mais dinâmicas, acredito que pela mudança na direção, e isso faz o filme ficar tenso em alguns momentos o que dá um sabor melhor para a história. Para assistir esse novo longa não é obrigatório assistir o anterior, pois tem alguns flashbacks explicativos e algumas falas dos personagens já dizem bastante, mas se tiver visto ajuda um pouco.

A atuação de Neeson está excelente, e como disse acima mostra que seu nome com toda certeza deve estar presente em diversos outros filmes do gênero policial com pancadaria, seu timing é bem interessante para esses estilos, visto que vem atuando sempre bem neles. Maggie Grace também está bem bacana, embora ainda grite demais para parecer amedrontada ou desesperada, mas deve melhorar com o tempo. Os demais personagens mais apanham do que têm algo para mostrar mas dentre eles cabem destacar a atuação nos momentos de fala de Rade Serbezija que até poderia ser um vilão mais malvado que acredito que sairia melhor.

O visual de Istambul é bem diferenciado, e suas ruas minúsculas dão boas cenas de ação para a corrida de carros do filme, e além disso temos muitos lugares estranhos que dão as cenas de tensão que estão presentes em alguns momentos. A fotografia da cidade também ajuda bastante com mesquitas e aglomerações de casas todas juntas.

A trilha sonora é outro bom ponto do longa, pois embora ele seja um filme curto, ela dá uma dinâmica de parecer que ele é muito maior do que realmente é, e isso ocorre sem que seja arrastado. Tem boas canções e também boas sequências de batidas para dar o timing.

Enfim, é um longa que vale a pena ser conferido, até mais do que o primeiro, só tiraria a cena final completamente desnecessária que deu um ar cômico bobo, para um filme que teve toda uma dinâmica diferenciada. Recomendo sim, não que seja um filmaço obrigatório, mas vale o preço do ingresso. Fico por aqui hoje, mas essa semana ainda temos mais uma estréia que irei conferir na terça-feira, então abraços e até lá.


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Corações Sujos

10/02/2012 11:19:00 PM |

Alguns diretores brasileiros vêm optando por fazer filmes em outras línguas ou até mixando português com outras, e o melhor que vêm acertando a mão. "Corações Sujos" é um desse estilo, e acerta praticamente bem no quesito fotografia, atuação e história, mas faltou um pouco de ritmo para a história e ao final já estamos bem cansados do que estamos vendo torcendo para acabar logo.

O filme nos mostra a história do imigrante japonês Takahashi, dono de uma pequena loja de fotografia, casado com Miyuki, uma professora primária, que de um homem comum transforma-se em assassino, enquanto sua mulher luta contra o destino, tentando em vão salvar seu amor em meio ao caos e à violência.

A história é bem bacana e por ser baseada num livro, aparentemente segue o ritmo que o escritor quis passar, porém para o cinema acaba sendo cansativo toda a dramaticidade que o diretor quis empregar, fazendo cenas que ficassem paradas apenas mostrando o sofrimento ou a dor passada pelos personagens em determinadas cenas. Não que isso seja lindo de se ver, funcionaria extremamente bem num teatro ou caso o filme tivesse outros momentos mais rápidos, mas quando é feito em quase toda a totalidade do longa, acaba sendo um exagero.

Com um elenco praticamente completo de japoneses nativos, os atores então dominam o idioma e fazem seus trejeitos completamente fortes como eram os japoneses antigamente. Como disse acima a dramaticidade predomina em vários momentos do longa e isso é todo mérito com certeza dos atores. Destaque claro para o personagem principal Tsuyoshi Ihara que faz boas interpretações durante todo o filme e também para Takako Tokiwa que também detona nas cenas dramáticas. Eduardo Moscovis até tenta fazer um bom papel, mas como seu personagem é tão insignificante para o filme acaba sumindo.

Refazer uma época sempre é complicado, mas a equipe de arte trabalhou direitinho e fez um filme nos eixos com vários elementos cênicos bons, figurinos e cenários bem colocados e tudo isso aliado a uma fotografia bem amarelada e interessante fez com que o filme tivesse vida. Só não consegui entender a quantidade de embaçamentos colocados no filme, que soou ou estarem usando uma câmera ruim e tentaram consertar colocando o efeito ou sei lá o que pode ter acontecido para ter tanto dum efeito que não implica em nada na história.

A trilha sonora poderia ter ajudado a dar ritmo ao filme, mas não preferiram por ela na mesma dramaticidade das atuações e aí ela ajudou sim a dar drama, mas também segurou o sono para o longa.

Enfim, é um filme interessante pela história, que recomendo ver para mostrar como a falta de informação aliada à ideologias pode ser extremamente nocivo, mas vá preparado para um longa sofrido que não tem ritmo então pode ser que canse muito. Fico por aqui nessa semana e aguardemos a próxima. Abraços e até sexta pessoal.


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