Totalmente Inocentes

9/13/2012 11:32:00 PM |

Comédias que não querem ser levadas à sério sempre conseguem convencer, seja por divertir sem ter de manter a linha ou seja por ser absurda demais e acabar sendo divertido por isso. O primeiro longa de Rodrigo Bittencourt, "Totalmente Inocentes" consegue ir por essa linha e diverte bastante usando elementos mais puxado para o videogame, ""Será uma tendência à partir de 2 Coelhos????", que cativa quem estiver na sala do cinema, seja criançada ou até o mais rabugento dos adultos.

O filme em si é uma sátira de filmes consagrados do cinema nacional, como "Cidade de Deus" e "Tropa de Elite". A comunidade do DDC está em guerra. O branquelo Do Morro e o travesti Diaba Loira disputam o poder na comunidade. Alheio a isso, Da Fé acredita que precisa se tornar o chefe do morro para conquistar o amor de Gildinha, sua musa. Tudo piora quando o atrapalhado repórter Vanderlei forja uma capa que vai dar o que falar. 

O mais intrigante no roteiro é que embora o longa queira satirizar outros ele não peca como a maioria das sátiras que é escrachar destruindo os filmes originais, ele acaba sendo uma história "nova" porém com efeitos bem colocados para dar uma graça maior do que os dramas sérios que foram suas bases. E nisso o diretor e roteirista estreante em longas Rodrigo Bittencourt acerta a mão de forma que o filme todo embora lotado de algumas piadas forçadas, seja bem leve e gostoso de assistir.

As atuações contam com muitos rostos conhecidos da TV Globo, mas também conta com uma boa quantidade de atores novatos, e isso que é interessante, pois eles não se deixam ameaçar pelos "grandes" nomes que estão junto e fazem bem feito. Claro que em alguns momentos, por ser sátira chega a irritar as atitudes dos personagens, mas fazem bem seus papéis. Os destaques de rostos conhecidos ficam para Fabio Porchat que desponta como um bom ator, diria até melhor que comediante, afinal nunca fui fã das piadas dele e para Mariana Rios que consegue seguir uma boa linha de atuação, fazendo caras e bocas à todo momento, mas de forma bem correta. O trio Kiko Mascarenhas, Fábio Assunção e Ingrid Guimarães também fazem seus papéis corretamente, mas poderiam ter se entregado mais para a trama. Da turminha nova de tela, o destaque fica pros momentos de tela do garotinho Carlos Evandro que faz o personagem Torrado, e demonstra uma aptidão para o enquadramento impressionante, além de ter falas longas e bem pontuadas, tem futuro!!! Outro destaque interessante é Felipe Neto fazendo ele mesmo, como narrador chato da história, realmente não poderia ser outra pessoa.

A cenografia está muito bem colocada, tanto que se vê elementos tanto dos filmes originais sendo satirizados, quanto elementos novos bem colocados para chamarem a atenção e embora tenha cenários bem pobres, ao exemplo da cadeia, tem outros como o QG das crianças completamente lotado de elementos. A fotografia aliada à equipe de efeitos digitais soube brincar bem com tudo que tinham em mãos fazendo com que o longa se parecesse muito com "2 Coelhos" no quesito digital, o que faz dele um nome tradicional pelo menos. Uma boa sacada que gosto muito de ver é a abertura sendo inserida em elementos do próprio filme, com personagens andando e os nomes passando de forma interativa, o melhor exemplo disso é "O Fabuloso Destino de Amélie Poulain", mas existem vários outros bem usados também.

A parte musical ao mesmo tempo que é engraçada, irrita em alguns momentos, poderiam ter sido menos precários quanto à escolhas, vide as primeiras cenas de Fábio Assunção chega a ficar ridículo de tão bobo que quiseram deixar o personagem. Porém algumas músicas depois foram bem usadas, e o fechamento não poderia ser outra música senão a usada para dar todo o foco que o diretor quis deixar para o longa.

Enfim, não é um filme que falaria para se ver mais que uma vez, então muitos irão preferir ver na TV que passará com certeza principalmente por ter o selo Globo Filmes, mas é no mínimo um longa interessante de se assistir. Já vi muitas sátiras ruins e muitos filmes brasileiros péssimos, esse colocaria como uma boa sátira e um filme brasileiro dentro da média. Agrada no geral. Encerro a semana cinematográfica hoje, mas já me preparando para a que começa amanhã, então até breve pessoal, abraços e sempre comentem!


4 comentários:

Ccine disse...

Boa crítica. Eu adorei o filme, principalmente pq me surpreendeu. A sátira aos filmes é para o bem e isso faz a diferença.
Abraço

Fernando Coelho disse...

Opa pessoal do Ccine, valeu aí por curtirem a crítica, estou sempre no site de vocês e recomendo sempre pros amigos(www.ccine10.blogspot.com). Também fui surpreendido pelo filme que provou que não é necessário estragar um filme para que seja divertido. Abraços pessoal!!

Anônimo disse...

Oi Coelho ! Geralmente eu dou uma olhada no seu site antes de ir ao cinema, mas nesse caso eu não li a sua crítica e fui ver o filme.
Confesso que ele me parecia uma droga, eu preferia ter visto TED ou Dredd, mas minha noiva escolheu e eu não quis cortar o barato dela.
Quando a gente vai ver um filme sem qualquer expectativa são maiores as chances de se surpreender, mas...
O problema é que o filme é muito fraco.
Pra começar o filme se vende como um todo mundo em pânico nacional, mas ele não é assim, ele tem uma história pra contar com piadas e referências a outros filmes, o problema é que, assim como o título, o filme também é inocente, ou melhor, infantil.
A história e as piadas são bem fraquinhas. Quando você sai de um filme de comédia com duas risadas e nenhuma gargalhada é porque o filme não vale o ingresso.
Sinceramente, é um filme que eu não veria novamente nem na sessão da tarde.

Fernando Coelho disse...

Pois é... não achei tão fraco, mas como eu disse e você também, não é um filme para se ver mais que uma vez. O problema do longa também está na inocência mesmo dos produtores em colocar 14 anos de censura, então acho que o longa perdeu um pouco o tino mais forte que poderia ter. Mas pelo menos não ficou tão ruim quanto os Todo Mundo em Pânico atuais. Abraços.

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