Sombras da Noite

6/23/2012 02:28:00 PM |

Utilizar humor negro num filme nem sempre pode render o que se espera, mas num filme da dupla Tim Burton e Johnny Depp sempre se espera demais. "Sombras da Noite" vem sendo malhado constantemente pelos críticos em geral, tanto que lá fora foi péssimo de bilheteria, mas para variar não contra a maioria, pois gostei muito do filme que faz uma boa referência aos anos 70 de uma forma irreverente mas sem precisar ficar enaltecendo ou deteriorando algo. Com personagens caricatos, o filme só não é melhor por ter alguns elementos desnecessários principalmente nas cenas finais, mas tirando isso é bem bacana de assistir e garante uma diversão sem precisar ser forçada.

O filme nos mostra que no ano de 1752, o casal Joshua e Naomi Collins e seu jovem filho Barnabas deixam Liverpool, na Inglaterra, para começar vida nova na América. Mas, mesmo com um oceano de distância, isso não foi suficiente para escapar de uma maldição que atormenta a família. Duas décadas depois, Barnabas Collins é um rico, poderoso e inveterado playboy, que reina absoluto na cidade de Collinsport, no Maine, até magoar o coração de Angelique Bouchard, uma bruxa que o transforma em vampiro e o enterra vivo. Dois séculos se passam e Barnabas é libertado de seu túmulo para encontrar seu patrimônio e remanescentes de sua família em ruínas.

O interessante do roteiro, que é baseado numa série dos anos 70, é a não necessidade(como disse no começo, tirando as cenas finais) de usar elementos ou gags forçadas para fazer o público rir, as cenas já contém o humor negro que veio do roteiro incrustado nos próprios personagens e nas suas falas, então diferente de um filme onde se precisa ficar fazendo piruetas e bizarrices para que o público ria, nesse caso todos saem da sala satisfeitos e felizes de não terem sido forçados a rir, além claro das provocações que faz usando elementos conhecidos da maioria, destacando a cena em que Barnabas acorda e vê o grande M. Muitos já devem ter lido que o filme pode parecer uma mistura de "Noiva Cadáver" com "Os Fantasmas se Divertem" também de Tim Burton, e até lembram em algum momento, mas na minha opinião como são dois bons filmes do diretor os elementos que ele usa de ambos filmes foram bem colocados, tanto que coloco esse novo filme como um bom retorno dele ao seus bons filmes.

As atuações agradam no geral, mas alguns personagens por serem secundários acabam nem se desenvolvendo para que pudessem dar mais ao filme, acredito que na série original que teve quase 600 capítulos todos tiveram algum motivo para o que fazem em cena no filme apenas. Mas analisando os atores todos que tiveram a oportunidade de demonstrar sua interpretação, a fizeram de forma interessante. Os destaques mesmo ficam para os principais, Johnny Depp e Eva Green que fazem de sua briga amorosa um verdadeiro inferno, destruindo o que tiver na frente. Não tendo tanto destaque mas parecendo uma vampira real, está Michelle Pfeiffer pois com seus aos 54 anos continua linda frente às câmeras.

A cenografia sombria é um ponto forte do filme, e deve ter dado um trabalho imenso da direção de arte, principalmente por precisar colocar elementos da década de 70 que foi uma época colorida sem quebrar o tom escuro sempre optado da fotografia dos filmes de Burton. Um único contraponto exageradamente usado e que já estava até me irritando é o mar batendo nas pedras a todo momento para dar ligação as cenas sem necessitar uma continuidade, na minha opinião esse elemento não funcionou como deveria, e sim acaba atrapalhando um pouco do filme.

Agora o ponto que mais acertou no filme foram as escolhas musicais da década de 70, pois pegaram as melhores músicas da época para incluir no longa, fazendo com que todos que tenham ouvido qualquer coisa boa desses anos se remeta ao ouvir cada música colocada. A inclusão de Alice Cooper cantando duas boas músicas suas dos anos 70 também caiu muito bem, mas a segunda fazendo a ligação com o personagem da garotinha com a letra original da música foi um arraso. Claro que não fica apenas em músicas cantadas, tendo também boas sonoplastias para acompanhar cada momento sombrio ou divertido do longa, destacando a cena de Barnabas no órgão.

Enfim, é um filme que vale muito a pena ser conferido, pois como disse diverte sem forçar, é garantido que não vai sair com dor no maxilar de gargalhar, mas saíra feliz com tudo que será mostrado. Por isso não vá ao cinema esperando uma comédia escrachada mas sim uma comédia inteligente com a pitada Burton-Depp vem mostrando há tempos. Fico por aqui, mas hoje ainda tem mais uma estréia da semana, então abraços até daqui a pouco.


3 comentários:

Galodoido disse...

Achei muito bom o filme(assisti ontem). Tim Burton é foda. Ele sabe usar tons escuros e vibrantes como ninguém. Ou é muito colorido, ou muito sombrio (vide Edward Mãos de Tesoura).

Além da Michelle Pfeiffer (como sempre linda), não sei porque, mas sempre acho que a Helena Bonham Carter (mulher do Burton) está bonita em seus filmes (tirando Harry Potter, é claro).

Como sempre venho ler suas críticas depois de ter assistido aos filmes, e o detalhe é que quase sempre concordo. Abraço!

Anônimo disse...

Amei o filme, simplesmente magnifico

Fernando Coelho disse...

Opa Evil, assim é mais legal mesmo, comentar depois de ver, afinal dá pra discutir né!!! Então, queria entender o que a galera anda achando de ruim no filme tirando os críticos malas e alguns conhecidos, todos que converso andam gostando bastante do filme, fica uma incógnita na minha cabeça, mas como não ligo pra isso, fica como sendo um bom filme pra assistir e se divertir... valeu o comment. Abraços Evil.

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