Branca de Neve e O Caçador

6/02/2012 01:56:00 AM |

Quando você não espera nada de um filme, a chance de sair satisfeito é maior. Acabei por comprovar mais uma vez essa teoria com o filme "Branca de Neve e O Caçador", pois com todo o acabamento estético que traz em sua concepção aliado a efeitos digitais bem colocados e uma produção impecável em quesitos técnicos, o longa agrada bastante e traz uma nova visão ao conto "infantil" que conhecíamos.

O filme mostra que a jovem Branca de Neve é a única pessoa na Terra mais bonita do que a Rainha Má, que está decidida a destrui-la. Porém, o que a malvada tirana nunca imaginou é que a jovem que ameaça seu reinado vem treinando a arte da guerra com o Caçador que foi enviado para matá-la.

Com uma produção bem mostrada, vemos cada centavo bem empregado no filme, o roteiro que chega mais próximo ao que foi escrito pelos Irmãos Grimm, é todo trabalhado e esmiuçado em detalhes que o diretor estreante em longas Rupert Sanders conseguiu colocar uma roupagem sombria mas ao mesmo tempo bem veloz que filmes de ação costumam tem, deixando o lado aventuresco apenas para a mística da história. Tanto que o filme parece mais com algo voltado para batalhas medievais do que para algo fantasioso. Mas se acham que isso estraga o filme? Muito pelo contrário, é de um agrado excelente de se ver na tela. O único problema é que algumas coisas acontecem tão preparadas que acabam fantasiando demais, e acabam soando falsas demais, vide a cena em que Branca de Neve foge do castelo e acontecem algumas coisas altamente absurdas.

As atuações estão interessantes, Kristen Steward está bem melhor nesse papel de Branca de Neve do que na sem sal Bela que já todos estão cansados de ver, ainda não é algo que possa lhe garantir alguma indicação à qualquer prêmio, mas já mostra que está tentando melhorar. Charlize Theron está perfeita, e consegue fazer uma bruxa daquelas que você fica ao mesmo tempo com dó e com raiva, mais um excelente papel em seu currículo, além claro de estar lindíssima. Chris Hemsworth faz bem o seu papel, mas está recentemente impregnado na mente do público como Thor, e ele tem cara de Thor e ficará sendo Thor por um bom tempo, então tudo que faz no filme remete ao seu personagem anterior. Sam Claflin é um personagem tão sem expressão que nem parece ser o príncipe de um conto de fadas, ou seja meio que alguém jogado num papel apenas. Dos anões, que finalmente foram colocados atores conhecidos reduzidos por computação gráfica ao invés de anões reais, o destaque mesmo está nos personagens Gus e Beith representados respectivamente por Tob Jones e Ian McShane. Os demais são meros coadjuvantes e possuem poucas falas para se relevar.

Como disse no início, a concepção gráfica é maravilhosa, e se vê cada detalhe que quiseram transparecer, seja detalhes sombrios como vistos na Floresta Negra quanto coisas brilhantes e de encher os olhos na Floresta dos Anões. Tudo está presente e bem visto, diferente de filmes que os elementos apenas estão jogados e o espectador tem de prestar atenção senão fica sem ver os detalhes mais ricos do filme. Falei desses dois exemplos, mas em todo momento do filme está presente a bela cenografia da equipe de arte. Os figurinos da super oscarizada e premiada Colleen Atwood estão perfeitos para o filme, tudo condiz com as cenas, muito bem feito e merecem serem lembrados em premiações, mesmo estando cedo demais pra falar disso. Com efeitos visuais e computacionais bem feitos, o longa impressiona na técnica e chama atenção para mixes de animais com pessoas. A fotografia está perfeitamente em sincronia com tudo utilizando de uma palheta de cores bem variada nas cenas mais densas é puxado para o cinza, mas nem por isso deixa de usar outras cores. Enfim um excelente trabalho técnico.

Com a brilhante trilha de James Newton Howard, responsável por diversos bons filmes, o longa tem um ritmo sonoro bem agradável e passa as horas sem roubar a cena, mas sempre tocando ao fundo algo que dê o tom para o filme. E além de boas trilhas o longa também conta com boas canções, inclusive na cena dos anões já temos uma premissa do que vem aí no final do ano com canções de anões em "O Hobbit".

Enfim, um filme que vale muito a pena ser assistido, poderia ser melhor em alguns pontos, mas nada que prejudique a boa diversão que uma aventura tem de causar nos espectadores. Recomendo para todos e deve agradar a maioria. Fico por aqui, mas essa semana teremos vários posts no blog para começar o mês bem, então abraços e até breve pessoal.


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