Drive

3/26/2012 11:27:00 PM |

Tem coisas no Brasil que realmente são inexplicáveis: como a censura de "Drive" é 16 anos e "Projeto X" é 18? Tudo bem que o segundo pode haver uma certa insanidade por meio de sexo e drogas, mas "Drive" é violentíssimo ao ponto de focar o cidadão esmagando a cabeça de outro no melhor estilo GTA de ser. Não estou falando que o filme é ruim, muitíssimo pelo contrário, tirando filmes de terror, fazia anos que não assistia um bom filme de ação com tanta violência e sangue juntos.

O filme nos mostra um piloto profissional que trabalha em cenas de perseguição de carros em Hollywood. E que além disso, usa sua habilidade e precisão no volante como motorista em assaltos. Dentro do seu mundo solitário ele conhece Irene, cujo marido sairá da prisão em poucos dias. Disposto a ajudar essa família a pagar uma antiga dívida, ele se dividirá entre usar todas as suas habilidades para salva-lá ou embarcar em uma fulminante paixão.

O filme embora esteja classificado como ação, existe uma certa falta dela, pois o diretor optou por envolver a tensão em vários momentos de um silêncio de expressões quase que mortal e nesse quesito ele pôs um dos melhores atores da nova geração para expressar tudo que queria. As cenas de perseguição mostra também a frieza do diretor ao escolher momentos chave para mudar de câmera e com isso sempre estar amarrando a tensão que ele deseja manter em todo o longa.

Ryan Gosling já vem sendo muito expressivo em seus filmes e dessa vez pôs à prova que é bom tanto nas cenas de ação quanto nas cenas que necessitaram de uma maior frieza. Albert Brooks consegue fazer um personagem que embora você não dê nada pra ele no começo do longa, logo começa a ver que o cara tem tudo e se mostra assim como todos os personagens do longa bem frio nos momentos de violência, perfeito. Carey Mulligan está num papel fraco e tem pouquíssimos diálogos para se mostrar, então acaba sendo quase um objeto de cena que faz apenas a ligação entre o protagonista e o problema que se envolve. Os demais personagens assim como o personagem de Carey sempre estão presentes com uma ou outra falas apenas para ligar com o protagonista, destaque desses apenas para Bryan Cranston que tem uma boa ligação com Ryan e faz bem seu papel.

Com uma fotografia praticamente totalitária de cenas noturnas, o filme fica com uma densidade dramática alta devido aos faróis dos carros e alternando entre planos de tirar o fôlego com planos estupidamente parados, o diretor consegue fazer um ótimo filme. A única coisa que achei falta foi de um figurino mais elaborado para o personagem principal, sempre usando da mesma roupa vai acumulando toda a sujeira e sangue por onde passa, não sei se era a intenção, mas achei um pouco pobre. Tirando esse detalhe do figurino, a equipe de arte se sai bem com boas locações e cenários onde o filme foi rodado contando com bons elementos cênicos presentes.

Outro problema do filme é a indefinição da época que se passa, mas pela escolha musical imagino ser da década de 70/80, mas pelos carros em cena já pode ser datado de mais atual apenas tendo uma má escolha das músicas.

Enfim, é um filme muito bom, com uma trama bem amarrada e com boas interpretações e cenas interessantes, porém novamente estou aqui para reclamar da distribuidora Imagem Filmes que mudou tanto as datas de estréia e depois veio com uma quantidade vergonhosa de cópias que só agora aparece pelo interior, mas é a vida no Brasil que não valoriza os bons filmes, então fazer o que. Fico por aqui, nessa semana de poucos filmes e até sexta com mais críticas. Abraços pessoal.


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