Reis e Ratos

2/20/2012 08:22:00 PM |

Alguns filmes nos enganam completamente pelo trailer, "Reis e Ratos" é um exemplo claro disso. Confesso que quando vi no cinema o trailer, falei nossa será um lixo o filme que mistura preto e branco com policiais americanos e tudo mais, mas hoje ao assistir adorei a fotografia P/B e toda a trama é bem envolvente.

O filme mostra que na Rio de Janeiro de 1963, o clima de conspiração afeta uma série de personagens relacionados, de alguma forma, ao cenário político da época. Um deles é Troy, agente da CIA que vive no Brasil e passa a duvidar de sua fidelidade com sua terra natal. Com a ajuda de seu comparsa brasileiro, o Major Esdras, ele planeja uma armadilha para o presidente que pode atrapalhar os planos do Golpe Militar.

Embora tenha piadas meio non-sense, a trama contada é bem interessante e roteirizada, que muitos que fugiram ou fugirem da sala nos minutos iniciais, sim aqui em Ribeirão Preto acontece muito isso de pessoas pagarem e saírem no começo/meio da sessão, irão perder toda a ligação final que o plano consistia e claro irá falar mal do filme que é bem bacana.

No quesito atuação, o time embora com sotaques gozados, dá um belo show de interpretações. Selton Mello está ótimo como um agente americano. Cauã Reymond como um radialista paranormal incorpora bem seu personagem e no final seus ataques russos embora pareçam exagerados ficaram bem em tela. Otávio Müller não mostrou tanto o seu humor tradicional, mas consegue fazer bem seu major. Rodrigo Santoro está desfigurado, apague tudo que já viu do ator pois ele consegue mostrar uma nova e excelente faceta sua. As garotas Rafaela Mandelli, Paula Burlamaqui e Bel Kutner, embora sejam apenas elos do filme conseguem aparecer bem e mesmo com pouco tempo em cena fazem bem seus papéis.

A fotografia do filme, na minha opinião, poderia ter sido mantida em preto e branco durante toda a duração e não apenas no contar de como tudo ocorreu até chegar a parte conclusiva do filme, estava muito mais bonito antes e remetendo mais para os filmes noir de antigamente. Mas mesmo com a mudança, ainda continuaremos em cena com os bons planos escolhidos para não ser necessário um revival tão grande de época, sempre mantendo planos fechados para não revelar cenários errados. Bacana a opção do diretor.

Com uma trilha interessante e porque não dizer intrigante, o filme condiz com sua velocidade por ser um policial, mas poderia ter sido acelerado um pouco mais que ficaria mais agradável. A canção original versada por Caetano Veloso e cantada por Bebel Gilberto também é bacana de ser escutada ao final junto dos créditos.

Enfim, não esperava nada do filme e sai muito agradado com a trama que vi, a sala estava bem vazia no horário em que fui, mas espero que dê público pois recomendo, claro que alguns não irão gostar por não ser fã do gênero, mas é interessante ver filmes de um gênero pouco usado no Brasil. Uma outra opção que pelo formato caberia e claro a Globo como co-produtora deve fazer, é mostrar ele depois no formato mini-série que acho até mais intrigante que no próprio cinema. Encerro hoje por aqui e até amanhã com mais um filme nessa semana cheia de estréia. Abraços pessoal.





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