Um Dia

1/17/2012 12:23:00 AM |

Romances sempre vão para duas vertentes, ou é tudo lindo ou é problemático. Não a pessoa mais apta para falar sobre histórias desse estilo, mas os últimos filmes que vi do gênero tem me agradado pela ideologia do amor empregada que acredito, o "Carpe diem". Não que este seja o correto ou adequado, ou até mesmo a linha escolhida para o filme "Um Dia", apenas estou citando e acredito nos trabalhos que tem dado certo usando a idéia.

O filme nos mostra a história de Dexter e Emma, que se conheceram na noite em que eles se formaram na Universidade de Edimburgo em 1988 e concordaram em manter a amizade e visitar um ao outro na mesma data todos os anos para ver como estão suas vidas. Embora ambos passem por diversos envolvimentos românticos, eles têm uma ligação especial que não conseguem explicar.

O roteiro é forte, afinal o livro é um bestseller internacional e acredito terem se embasado bem no livro pelo formato datado que optaram na edição, claro que cada ano no livro deve ser várias páginas enquanto no filme alguns anos são meros minutos em tela. Algo que gostei, embora seja algo bobo, é a forma escolhida para apresentar as datas, gosto de letreiros movimentados interagindo com pessoas ou cenários, bem legal. Poderia falar bastante da história aqui, de pontos que achei interessante, mas daria spoilers e estragaria as surpresas do filme, então ou leia o livro e saiba tudo ou vá conferir.

As atuações de Anne Hathaway e Jim Sturgess estão convincentes e existe a química de amizade necessária que o filme pede. Fora claro o trabalho incrível de maquiagem/figurino que foi feito para mostrar de 1988 a 2008 as mudanças de idades. Claro que Jim não ficou muito bem com as mechas brancas no cabelo e não tenha aparentado tanto sua velhice, principalmente no período de 2008 a 2011 mas está legal. Em compensação Anne nem parece ser a mesma atriz em todos anos de forma alguma. Só um pequeno deslize de usar o mesmo vestido mais de um ano que as meninas na sala de cinema mais atentas pegaram.

A direção de arte caprichou nos cenários, passando pelos diversos anos sem revelar furos de datas, e a equipe de pesquisa fez um bom trabalho com trilhas sonoras, estou falando sem ler o livro, pois as vezes está escrito a música que toca, que marcaram os anos pelos quais os personagens passam. O tom sépia escolhido pela fotografia também achei bastante interessante, pois deixa o filme com tom de memórias, embora não seja essa a ordem escolhida, nem ninguém contando nada.

Outro ponto que sempre gosto de ver no cinema é o lance da reação das pessoas com os acontecimentos, pois assim como no filme "Lembranças", onde a cena final derruba o público ao chão, aqui a cena principal do filme também ouve reações semelhantes de pessoas bravas com o acontecimento, outras choram, outras fazem apenas a cara de espanto. O tanto que sempre odiei de ser analisado pelas pessoas, agora ando fazendo isso nas salas, e confesso é interessante o que se vê no público na cena.

Enfim, vamos parando por aqui senão vou acabar contando o filme. É um filme fantástico não, mas não é um filme no formato tradicional do final comum em romances, ou melhor é a segunda vertente de romances, que anda na moda até. A mulherada em sua maioria que lota a sala, vai gostar, e incrivelmente homens presentes com suas namoradas, saíram comentando bem de ter gostado, então posso recomendar a todos, principalmente que não liguem para cenas açucaradas em alguns momentos. É isso, encerro a semana cinematográfica bem cedo, mas sexta tem mais. Abraços.


7 comentários:

Vitor disse...

Esse filme é realmente muito bom, mas como comentei em meu blog, não sei se eu gostei por méritos do filme ou se foi porque eu já tinha lido o livro e me apaixonado pelos personagens.

A adaptação literária foi muito bem feita, mas o livro conta detalhes que fazem você se envolver mais com o filme. Acho que quem leu e quem não leu tem experiências muito diferentes.

[SPOILERS ABAIXO, caso tenha algum leitor lendo meu comentário rs]

Quando o filme começa com a Emma andando de bicicleta, eu já gelei, porque sabia que a morte dela estava próxima. E passei o filme inteiro na expectativa por essa cena. Quem não sabe o final tem uma surpresa muito maior, e eu queria ter experimentado Um Dia desse jeito HAHA.

Um abraço.

Fernando Coelho disse...

Olá Vitor, eu por exemplo tive a experiencia dessa forma diferente, pois não li o livro e até imaginei algo do tipo. Mas não sabia o como seria. Que bom que a construção foi bem feita, adoro isso. Valeu o comentário. Abraços.

Anônimo disse...

Um dos filmes mais moralistas que já vi. Chega a ser ofensivo. Se aproxima de atrocidades como, por exemplo, Cidade dos Anjos - aquele lixo com o Motoqueiro Fantasma e a loirinha plastificada que ninguém mais lembra.

E, Fernando, não consegui compreender a conclusão do seu texto.

Forte abraço!

Fernando Coelho disse...

Olá Alexandre, pelo que percebi o estilo de filme que você gosta é completamente diferente do meu, pois gostei tanto desse quanto sou muito fã do Cidade dos Anjos. Uma recomendação, vá apenas no cinecult ou em filmes de festivais, pois até gosto de alguns que passam por estes lugares, mas pra você somente esses devem estar ao seu gosto. Abraços.

Anônimo disse...

Fernando, não existe essa de "filme de festival" ou estereótipos do gênero. Todo filme é comercial. Todo filme quer ser visto. Todo filme quer ser reverenciado, de uma maneira ou de outra. Tudo - de David Lynch a Michael Bay. Estas suas catalogações são pueris.

Se eu te ofendi ao atacar um filme que você gostou, não posso fazer nada. Dizer que não era a minha intenção, a meu ver, é atestar a ignorância.

E você obviamente não sabe do que está falando quando se refere ao meu gosto. Vá ao meu blog, o Cinemorfose: Planeta dos Macacos: A Origem é um dos melhores do ano. Fora que adorei tantos outros blockbuster, como X-Men - Primeira Classe e o recente As Aventuras de Tintim.

Não sabe argumentar, não abra espaço para a conversa. Se quer conversar, então não ataque o meu gosto ou escreva com total desdém - duas coisas que eu jamais me rebaixo a fazer.

Um recomendação para você: aprenda a escrever sobre cinema.

Não, eu não sou nenhum especialista em crítica cinematográfica, mas há mais de dois anos venho me aprimorando para ao menos tentar chegar perto disso. E isso é algo que evidente você não está fazendo com as suas palavras dispostas aqui. Aliás, sequer pense em vir com o papo de "sou apenas um cinéfilo que escreve apaixonadamente sobre a sétima arte". Besteira! Escrever é um responsabilidade social, cabe você aceitá-la ou não. Ao escrever, você já aceitou. Só procure demonstrar melhor como fez isso, pois até agora me escapa à compreensão.

Forte abraço.

Anônimo disse...

Cinemorfose se eu te pagar um x-bacon você para de encher o saco?

Fernando Coelho disse...

Olá novamente Alexandre, o espaço está aberto aqui sempre para qualquer um que queira escrever, tanto que se olhar nos históricos nunca apaguei nenhuma opinião negativa quanto ao blog ou a minha pessoa, como poderia, mas não estou disposto a isso, pois como falei aqui é livre para discussões. Apenas falei que como analisei em seu site, o estilo de filme que você aprecia são filmes no qual já falei no "Árvore da Vida", filmes feitos não para o público e sim para um diretor que quer mostrar apenas seu umbigo, mas como você nem é da classe do cinema não saberá distinguir isso, pois nunca fez nenhum filme então não sabe o quão difícil é agradar um público em maioria, que no meu caso por ser produtor e não um escritor sempre verá que filmes que agradem ao público irão me agradar com certeza, diferentemente de filmes onde a maioria ou sai da sala ou chega no gerente pedindo o dinheiro de volta por ter assistido algo que não condiz com um cartaz ou trailer ou afins. Desculpa se eu o ofendi, mas foi apenas uma recomendação para que você economize o seu dinheiro. Abraços.

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