A Pele Que Habito

11/26/2011 02:52:00 PM |

Falar sobre "A pele que habito" não seria necessário nem mais do que 4 palavras, apenas dizer: um filme de Almodóvar e mais nada, que qualquer pessoa que já viu algum filme dele já saberá o que irá ver. Mas já que me propus a falar sobre tudo, vamos ao texto.

O filme mostra que desde que sua esposa foi queimada em um acidente de carro, o Dr. Robert Ledgard, um iminente cirurgião plástico, interessou-se em criar uma nova pele com a qual ele poderia tê-la salvo. Depois de 12 anos, ele consegue criar uma pele que é um verdadeiro escudo contra qualquer forma de agressão. Além de anos de estudo e experimentação, Robert precisava de mais três coisas: nenhum escrúpulo, um cúmplice e uma cobaia humana. A falta de escrúpulos nunca foi um problema. Marília, a mulher que cuidou dele desde que nasceu, é sua mais fiel cúmplice. Mas a cobaia humana...

Fui assistir já esperando loucuras mil, muito sexo e um roteiro sempre puxado para o lado investigativo e como fui com essa premissa na cabeça sai mais do que feliz, pois foi exatamente isso que assisti nas quase 2 horas de projeção. A única coisa que não tinha em mente seria o motivo do nome, muito menos como Almodóvar iria trabalhá-lo, e me deixou de queixo caído ao descobrir a partir do segundo ato.

As atuações estão impecáveis e o personagem de Bandeiras embora possa parecer desaparecido em diversos momentos com os mais variados planos detalhe que o diretor usa, sempre que aparece em cena, aparece bem. A jovem que interpreta o experimento de Dr. Ledgard também faz por merecer sempre que esta em foco. Mas isso nem precisava ser dito, pois uma das coisas que sempre estão presentes nos filmes do diretor são as boas atuações.

Ao falarmos da direção de arte, temos de aliar os planos escolhidos pelo fotógrafo, pois quase sempre utilizando de muitos planos detalhe, o diretor contextualiza a quantidade de elementos cênicos escolhidos e com isso valoriza e muito o seu filme.

As trilhas sonoras escolhidas, embora sejam de bom gosto, acredito que poderiam ser melhor utilizadas, pois em alguns momentos descaracterizam o efeito que poderia causar e não agrada, mas isso já e de praxe do diretor, pelo menos ao meu gosto.

Outra coisa que sempre me incomoda nos filmes do Almodóvar é a sua forma narrativa, que se inicia com algo, para, volta para algo bem antes do que aconteceu no inicio, e depois retoma de onde parou, e muitas vezes ate escrevendo na tela "de volta", isso não só ironiza com a capacidade do espectador de entender que já esta naquele momento quanto na minha opinião faz brecar com o andamento agradável, ou não, que vem acontecendo.

Bom, tirando essas peculiaridades, que são coisas que eu particularmente não gosto do diretor, o longa e um suspense/terror de muito boa qualidade e a "surpresa" colocada fará muitas pessoas discutirem sobre o assunto, tanto as polêmicas que já são apresentadas pelos cientistas do filme em certa cena quanto o próprio filme em si que já dá para discutir horas. Existem alguns furos de roteiro e de seqüências que são perceptíveis e pelo que notei ao sair da sala muita gente percebeu, pois estavam comentando sobre elas.

E com isso, depois claro de algumas semanas para estrear aqui pelo interior, o filme veio e com todas as sessões lotando fazendo que o pessoal do cinema já abra mais sessões dele, pois como disse no começo é mais um filme de Almodóvar, o qual não precisa ser recomendado para que se assista, é praticamente uma obrigação e vale o ingresso pago com certeza. Encerro por aqui hoje, mas a noite de domingo terá mais postagens dessa maratona cinéfila que estou fazendo nessa semana. Abraços e até mais pessoal.







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