Filhos das Estrelas (Figli Delle Stelle)

11/26/2011 01:12:00 AM |

O segundo filme da noite, "Filhos das Estrelas" poderia ser tanto um drama voltado para uma ação anti-politica quanto uma comédia escrachada voltada para o mesmo lado. Poderia ser mais interessante se abusasse um pouco menos de estereótipos.

Um jovem estivador de Marghera, nordeste da Itália, de 30 anos, um pesquisador universitário desempregado, um ex-presidiário recém-saído da prisão, um radical-chique revolucionário e um aspirante jornalista de TV. Todos esses personagens, desiludidos com suas vidas e apaixonadamente opostos à política, se juntam e decidem sequestrar um ministro para doar o dinheiro do resgate à viúva de um operário morto num acidente de trabalho. Essa aliança improvisada e heterogênea, com uma organização totalmente incompetente, transforma a missão numa aventura inacreditável. Ao invés de sequestrar o político, capturam, por engano, um desconhecido subsecretário. Perseguidos por todos os lados são incapazes de lidar com suas próprias vidas e muito menos conhecer a vida de um bandido. Conscientes de ter raptado uma boa pessoa, mas ao mesmo tempo acometidos pela adrenalina, a pequena facção de revolucionários vai se deparar com dificuldades e sentimentos em uma missão difícil, ou até mesmo impossível.Figli delle stelle é o conto de um grupo incongruente e incomum, uma espécie de referência ao “Exército de Brancaleone”, um bando de heróis-cômicos e um político impopular. O resultado é o cruzamento entre o melhor da comédia italiana do gênero, "I soliti ignoti" (Os eternos desconhecidos) de Mario Monicelli e a comédia do surreal dos irmãos Coen.

Lendo o texto acima e revendo o filme na minha cabeça é visto realmente semelhanças com os absurdos vistos nos filmes dos Coen, pois acontecem fatos tão improváveis que nem que os sequestradores fossem crianças conseguiriam fazer tais trapalhadas, e como disse no começo todos os personagens são extremos clichés de vários filmes do gênero: o atrapalhado, o sério, o bonzinho, e até em certo momento o sequestrado faz piada criando apelidos com os tipos que temos no filme.

A história política que enfatizam tanto no início do filme, logo some e retorna ao final virando uma idéia de guerrilha, meu Deus onde o roteirista estava para fazer uma salada dessa? E mais ainda o diretor ao enfatizar os personagens? Difícil ver outro filme assim, mas sempre é possível.

Os atores até estão bem em cena, tirando a parte da guerrilha ao final que os personagens coadjuvantes parecem terem saído de um filme zumbi e chegaram ali sem saber onde aparecer, todos completamente perdidos em cena. Os protagonistas fazem o que foram mandados pelo diretor, e saem muito bem com suas aparências/atuações porém como já falei, se você viu qualquer filme de sequestro com doses cômicas irá ver todos em cena aqui.

No quesito musical, temos boas músicas escolhidas e o diretor soube envolver uma música em cena, com personagens cantando e dançando, caiu razoavelmente bem, pois pode agradar alguns como pode lambuzar mais ainda. Eu achei interessante apenas pois é usado mais a frente.

A arte aqui envolve algumas locações interessantes e diferentes da Itália, tais como as montanhas gélidas e solitárias que dividem território com a Suíça confrontando a Roma quente e agitada. Souberam trabalhar isso juntamente com alguns elementos de velocidade nas cenas de carro e metrô. Da parte de figurino um abuso de cores jogadas e na minha opinião inúteis como função dramática.

Enfim, não é um filme ruim, apenas algo mal combinado, pois ficou uma comédia dramática no formato pastelão com pitadas sérias, ou seja nada. Não recomendo, mas alguns podem até achar interessante. Bom é isso, encerro a primeira noite de maratona de filmes já nesta madrugada, mas logo tem mais 1 do festival italiano e 1 das estréias normais por aqui. Abraços pessoal e até mais tarde.


1 comentários:

Elias disse...

"I soliti ignoti" (Os eternos desconhecidos) de Mario Monicelli #NatalDoCoelho

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