Cinco Dias Sem Nora

11/13/2011 04:09:00 PM |

Alguns filmes estrangeiros, demoram meses às vezes anos para surgirem por aqui, "Cinco Dias Sem Nora", é um exemplo daqueles que nem no Brasil quase passaram, pois estreou no México em 2008, no Brasil em Maio/2011 e agora aparece aqui pelo interior através do Projeto Cinecult. E se você pensa que é um filme ruim, esteja muito enganado, pois é o que chamamos de um drama com um roteiro muito bem pontuado tanto que nem parece ser uma comédia de tão bem elaborado a história que vemos. Claro, faz rir em bons momentos, mas está mais para um drama familiar onde tudo acaba sendo cômico que para a comédia mesmo em si.

O filme começa com o suicídio de Nora por overdose de comprimidos. O ex-marido José, de quem ela está divorciada há vinte anos, entra em cena, descobre o corpo e aos poucos vai percebendo que a ex-mulher orquestrou detalhadamente a própria morte. Dona de um senso de humor macabro, ela até mesmo teve o cuidado de deixar instruções para o preparo de bolinhas de matzá e gefilte fish para a festa de Pessach.

Como se pode ver pela minúcia da sinopse já dá para imaginar o que será visto na tela será muitas trapalhadas, e não apenas isso, pois o longa é maestrado com muitos planos detalhe no seu início, mostrando exatamente o plano de Nora através de imagens impecáveis e que fazem uma bela abertura. No delongar do filme a diretora Mariana Chenillo, estreante na direção de longas, soube organizar as idéias de forma a fazer algo dinâmico e engraçado em diversos momentos.

No quesito atuação apenas temos de falar sobre Fernando Luján, que interpreta José, o ex-marido de Nora, o qual domina o longa com boas faces e palavras bem ditas, quando necessário muitas vezes apenas o olhar já dizia tudo, ao se dirigir para os demais do elenco que vão aparecendo muitas vezes até sem falas, mas nunca atrapalhando o andamento da história, e até vezes fazendo a comicidade vir à tona.

A fotografia embora bem tradicional, faz com que o longa não seja simplório e nem exagerado de planos diferenciados que nem caberiam no contexto previsto para ele. Juntamente com trilhas sonoras bem pontuadas, faz no melhor estilo o longa passar como foco principal a atuação do protagonista ao invés de entupir de outras coisas.

A chave do filme, além do bom roteiro, está além do armário trancado de Nora, está nas mãos da direção de arte que soube colocar diversos elementos cênicos para sempre estar trabalhando com algo, num capricho tão imenso quanto a preparação feita pela morta antes de se matar, é incrível a quantidade de elementos que podemos ver em cena e ligar em algo que faz parte do plano final da morta.

Enfim, é uma pena que longas nesse nível não chegue às telas de todas as cidades e muito menos seja visto por todos, mas recomendo a locação assim que ver na prateleira, pois agrada bem e com certeza será melhor visto do que eu vi no Cinemark com todos os problemas de exibição deles, lastimável o que fazem com os clientes nas salas. Recomendo que assistam o longa, que tem um ótimo roteiro, porém bem leve de se ver. Encerro por aqui hoje, abraços e até amanhã pessoal.


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