Contágio

10/29/2011 02:27:00 AM |

Advertência para começar, se você tem qualquer tipo de TOC(Transtorno Obsessivo Compulsivo) cuidado ao ver esse filme, a chance de você querer se levantar da poltrona sem nem relar a mão nela é altíssima. "Contágio" é um longa denso, altamente documental (uma ficção quase realística), com muitos termos técnicos explicativos (o que dificulta um pouco o entendimento) e que muitos vão dizer "Que Filme Chato", mas o teor de tensão que o diretor conseguiu transmitir ao delinear do longa é de sair pensando: "E se isso acontecer mesmo daqui a alguns dias?", pois se você chegar na sua casa e ler a matéria sobre o filme na Isto É, verá o quadro em destaque onde pesquisadores reais afirmam ser algo possível de acontecer o que é mostrado no longa.

O filme narra a disseminação veloz de um vírus transmissível pelo ar que mata em poucos dias. Enquanto a epidemia se espalha cada vez mais rapidamente, médicos de todo o mundo correm contra o tempo para encontrar a cura e controlar o pânico que se espalha mais rápido do que o próprio vírus. Ao mesmo tempo, pessoas comuns lutam para sobreviver diante do desmoronamento da sociedade.

O interessante da história é que por ter grandes atores, souberam dimensionar cada um para o seu lado, envolvendo múltiplas facetas de tudo que pode rolar desde um pai de família que quer cuidar da filha adolescente que não quer ficar em casa, até a médica de alto escalão que quer descobrir a cura, passando por todos os demais, inclusive um vlogeiro famoso (ao melhor estilo PC Siqueira que conhecemos, mas dignamente interpretado por Jude Law) . E com isso temos um cinema de qualidade, pois não está nas mãos de qualquer um e sim de 5 ganhadores de Oscar além de outros grandes atores, colocaria inúmeros spoilers contando sobre cada ator, mas vou preferir deixar que confiram.

Outro fato bacana, é que o diretor exagera em totalidade nos planos detalhe, nunca vi um filme com tantos closes em mãos, barras, vidros, cartões de crédito, botões, telefones, e por aí vai para mostrar realmente a forma de transmissão, todos que viram o que rolou com o H1N1 ano passado vai se lembrar claramente como os noticiários falavam tanto. E assim o diretor cria a camada chamada tensão de espectador, o qual chega a dar nervoso com o povo tossindo na sua cara, ou logo após passando a mão em algo público, e um dado do filme que chega a ser desesperador que tocamos a mão de 3000 a 5000 vezes por dia no corpo.

Um ponto que ao mesmo tempo é positivo, mas pode cansar é que como o longa se passa em muitas cidades, o que foi um ótimo trabalho da produção/direção de arte (afinal não sei se gravaram realmente nas várias cidades), então a todo momento aparecem as legendas embaixo identificando a cidade e a população, chega a ficar enumerado demais pro meu gosto. Porém consegue mostrar que se vai atingir vai com tudo. Outro ponto favorável da arte foi ter gravado cenas em lugares oficiais como alguns Centros de Controle, o que deu mais fidelidade ainda pro longa.

As trilhas, achei um pouco fora de colocação, mas não atrapalham, porém a sonoridade nas cenas em que fica sem trilha nenhuma é de dar desespero, ainda mais por serem cenas de tensão extrema, na qual o público da sala também está agonizante, então não se ouve um barulho mínimo na sala nem no filme, apenas acompanhando as imagens, de tirar o chapéu na escolha disso.

Enfim, como falei no início terá muita gente que não irá gostar do filme, principalmente por ter a característica realística, mesmo sendo uma ficção, o público acaba não gostando muito de ver algo possível e até meio que jornalístico, mas é um filme de uma excelência ímpar a qual o diretor soube aliar história (fatos recentes reais e ao mesmo tempo incorporar um bom tanto de ficção possível de acontecer) com grandes nomes de Hollywood. É bem interessante de assistir e refletir com amigos depois, não é perfeito, mas eu recomendo sim. Encerro por aqui hoje, mas amanhã tem mais. Abraços pessoal.


4 comentários:

Adilson disse...

Assisti e gostei, realmente o filme abrange todos os prismas que uma epidemia pode causar, não só a doença em si, mas o pânico das pessoas, o governo tentando manter a ordem de uma forma até brutal, sempre alguem tentando levar vantagem em cima das desgraças, a luta dos pesquisadores atras da cura.
Eu achei que seria mais um filme pós-apocalíptico. Mas foi muito bom! Tb dou nota 8.

Adilson disse...

Fernando posso usar o seu texto para colocar no meu Blog? É claro que os crédito serão seus tb!

Fernando Coelho disse...

Olá Adilson.. pois é, também achava que seria um filme pós-apocalíptico e muito pelo contrário foi muito além, mostra o drama acontecendo. Quanto do texto, que bom que gostou a ponto de querer usá-lo. Pode usar ele sim, como você falou pondo os créditos tá jóia. Abraços.

Adilson disse...

Obrigado Fernando! Depois se quiser dar uma passada para conferir , fica a vontade! Abraço!

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