O Retrato de Dorian Gray

9/03/2011 05:15:00 PM |

Como um filme com uma história clássica pode fracassar de bilheterias, nem chegar a ser praticamente lançado no Brasil(foi lançado em pouquíssimas salas em Março/2011), e após quase 2 anos de seu lançamento lá fora aparecer rodando sua cópia pelo Cinecult? Hoje vou tentar explicar isso utilizando "O Retrato de Dorian Gray" como exemplo.

Na clássica história de Oscar Wilde temos Dorian é um belo jovem privilegiado que deseja que sua imagem em uma pintura envelheça em seu lugar. O que ele considerava uma vantagem, torna-se uma maldição e, quanto mais velho e corrupto Dorian fica, o retrato guardado no porão se torna um monstro.

Na minha concepção, o grande problema do filme é que sendo um suspense, temos a idéia clássica de um filme lento correto, mas no filme em questão chega a ser exagerado a forma de condução das idéias, não que isso tenha deixado ele cansativo, muito pelo contrário é passado toda a história de forma linear clássica com um belo brilho, claro isso para pessoas que gostem de filme assim, a maioria do público cansa ao ver que não tem ápices, tais pessoas essas que ou nem vão ver um filme desse estilo ou vão e acabam saindo na metade.

Quanto ao trabalho de arte, impecável retrato de época bem feito, tudo toma forma bela e clara numa Londres sombria, só acho que faltou um pouco de névoa mas tudo bem, mas em questões de figurino e cenários um belo visual na tela.

A profanação da promiscuidade é gigantesca, mas é o que dá um pouco de velocidade ao longo e não o deixa tão tedioso. Porém pra uma classificação 12 anos, se for acompanhado de seu filho, se prepare para um bombardeio de perguntas depois, portanto não é recomendável mesmo para crianças.

Quanto da atuação, é artisticamente bem feita, tanto Ben Barnes quanto o premiado Colin Firth estão simplesmente impecáveis em cena, Colin consegue fazer um canastrão tão bem quanto fez um gago e prova mais uma vez que é um grande ator(claro invertendo as ordens, pois ele fez primeiro esse e depois o "Discurso do Rei").

Outro ponto que me deixou confuso, só que teria de colocar um spoiler, portanto caso não queira saber pule esse parágrafo, é o desfecho da história e a ligação com outro filme "A Liga Extraordinária", pois em ambos Dorian aparece e não fica claro em qual momento ele esteve presente. Confuso.

Em resumo, o problema do filme não é na história e sim na forma de condução da história, na minha opinião o longa poderia se resumir dos 112 minutos para uns 90 com muita facilidade e acredito que teria muito mais presença nas telas e teria sido muito melhor de bilheteria. Bom é isso, não achei ele ruim, é muito bem feito e é bem interessante de se ver, porém não será todos que irão gostar. Enfim recomendo com muitas ressalvas, veja e opine aqui no blog. Fico por aqui, mas de madrugada tem mais. Abraços.


2 comentários:

JFelipe disse...

Concordo e gênero, número e grau com o nosso ilustríssimo sr Coelho.. filme bom, bonito porém, mal orquestrado.. a passagem de tempo não foi clara e confesso que, em alguns momentos, precisei analisar bastante os figurinos, maquiagem e conduta dos personagens para ter uma idéia de transição de anos.... isso atrapalhou um pouco a interpretação do filme como um todo, mas nada que viesse a estraga-lo num contexto geral.

Abraço!

Fernando Coelho disse...

Olá novamente JFelipe, transições sempre são um perigo num longa. É quase sempre onde achamos problemas e defeitos, e aqui como você disse ficamos sem saber para onde foi e se não prestar atenção nos detalhes que citou também vai tudo por água abaixo. Obrigado novamente pelo comentário e mais abraços aí.

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